Um grupo de equatorianos chamou a atenção de quem passou pela Coronel Aristialino Ramos na tarde de quinta-feira, 20. Os quatro irmãos vindos de Quito, capital do Equador, estavam vestidos de acordo com tradições indígenas de seu país e com uma pequena estrutura que contava com duas caixas de som, alguns microfones, vários instrumentos musicais e artigos que eles vendem em suas viagens.
Os quatro irmãos são Daniel, David, Rodrigo e Jaime. Apenas assim, sem sobrenomes. Daniel, 23 anos, foi quem falou pelos quatro e afirmou que são descendentes dos incas, povo que costumava habitar as terras de vários países latinoamericanos, como Peru, Colômbia e Bolívia. Eles já estão há dois meses no Brasil e pretendem ficar até junho deste ano. Em sua primeira viagem pelo país, Daniel faz apenas elogios: povo muito bom, belas paisagens, lugar bom para trabalhar. Em conversa em que o português e o espanhol se misturavam, o equatoriano disse estar aprendendo língua brasileira aos poucos.
Um grupo de curiosos se formou ao redor dos irmãos vestidos de forma tipicamente característica da cultura inca. O som produzido pelos instrumentos fabricados por eles próprios encanta os pedestres, que reduzem o passo para pelo menos dar uma espiadinha. ?Quenacho, quena, panfllu, toio. Pegamos bambu da selva para fazer?, diz Daniel apontando para cada um dos instrumentos musicais. As roupas também foram produzidas por eles, assim como os cocares, que estão cheios de penas de um pássaro que o equatoriano diz ser parecido com a águia. O grupo vende CDs com suas músicas instrumentais e também pulseiras, tornozeleiras e colares, que eles mesmos confeccionam. É com este dinheiro e também com o que a população deixa no chapéu que fica no chão, em frente aos músicos, que eles conseguem pagar estadia e viajar por todos estes países.
?Nosso povo se veste igual ao de vocês, mas usamos estas roupas para não deixar a cultura se perder?, explica Daniel. Antônio da Silva, um dos homens que estavam parados próximo aos músicos, mostrou-se emocionado com o que via e ouvia. ?É uma manifestação cultural. Sou de família de índios brasileiros, já vi coisas deste tipo, mas com características muito difentes?. Os músicos equatorianos logo devem seguir para Blumenau, e assim continuar a caminhada pelo Brasil a fora.
EDIÇÃO 1260
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