Por Gilberto Schmitt
A falta de conscientização de alguns moradores de Gaspar está tomando grandes proporções no município. Basta circular por alguns bairros da cidade para notar o desrespeito com a natureza.
Um trecho da rua Madre Paulina, localizada no bairro Sete de Setembro, serve de exemplo. Nele, são depositados lixos recicláveis, como sofá, monitor de computador, vaso sanitário, sacolas de papel, restos de construção e até mesmo roupas, o que causa grande descontentamento dos moradores da rua e de quem passa pelo local. Não é a primeira vez que isso acontece no bairro.
Gaspar é portador do sistema de coleta seletiva de lixo reciclável, onde o caminhão passa nos bairros recolhendo o material que pode ser reutilizado. Por este motivo, não há necessidade de jogá-los em vias públicas.
__________________________________________________________________________
INJUSTIÇA COM UM CATADOR
O catador de lixo, Antônio Luiz Cândido da Silva, o Tonico, figura conhecidíssima em Gaspar, recebeu uma notificação do Setor de Fiscalização da Prefeitura de Gaspar. Ele foi enquadrado em dois artigos da lei 1154: proibido impedir o livre trânsito e ainda é proibido lançar em vias públicas lixos de qualquer natureza.
Em síntese a prefeitura não quer mais que ele deixe seu carrinho de lixo, enquanto faz a coleta, na praça central. Tonico já faz a coleta há 30 anos em Gaspar. Recolhe em média quatro mil quilos por mês, lixo este que não vai para o aterro sanitário e é reciclado.
A atitude da prefeitura é arbitrária e injusta. Se um carrinho carregado de reciclado ofusca os olhos do Setor de Fiscalização e é um problema para a cidade, imaginem se o povo se rebelar com os problemas que a cidade apresenta por inoperância do Poder Público. Tonico se negou a assinar a notificação, não parou de trabalhar e já procurou um advogado para fazer sua defesa.
Com sol ou com chuva, no verão ou no inverno, ele sempre está recolhendo o reciclado de nossa cidade e não tem vergonha de seu trabalho. A prefeitura deveria ter vergonha de proibir este cidadão de trabalhar em prol do município recebendo míseros centavos pelo quilo do papelão e papel que recicla. A prefeitura, sim, deveria homenageá-lo com um troféu. Seria bem mais justo.
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).