Faltam moedas no comércio de Gaspar - Jornal Cruzeiro do Vale

Procuram-se moedas. Sejam de R$ 0,05, R$ 0,10 ou R$ 0,25, os pequenos círculos metálicos parecem ter desaparecido do comércio de Gaspar. Desde que o Banco Central parou de produzir as cédulas de R$ 1, em 2006, o problema se agravou e as moedas acabaram se tornando um material raro nos caixas dos estabelecimentos comerciais da cidade.
Solange Tomio, que trabalha em uma lanchonete na rua Eurico Fontes, no Centro, conta que o problema é frequente e que às vezes é preciso pedir a compreensão dos clientes na hora do troco. "Isso acontece sempre com a gente. Abastecemos o caixa, mas como as notas de R$ 1 estão ficando raras, precisamos compensar com moedas e isso faz com que elas acabem muito rápido", explica.
Para contornar a situação, Solange troca cédulas com alguns clientes, que após economizarem nos famosos cofrinhos, trazem suas moedas até o local. "Algumas pessoas juntam as moedas por algum tempo e trazem para trocar aqui, assim conseguimos driblar um pouco esse problema", acrescenta a comerciante, que também precisa recorrer a outros estabelecimentos da cidade.
Na revistaria e loja de instrumentos musicais, Xodó Som, a movimentação financeira com moedas acontece em grande volume e, por isso, muitas vezes os proprietários trocam com outros comerciantes. "No último mês conseguimos pagar a conta de energia elétrica e a água com moedas, mas em geral também sofremos com esse problema", aponta a funcionária Lurdes Maria Marquetti Zimmermann.
A gerente da Caixa Econômica Federal de Gaspar, Rosângela Ferreira Schramm, afirma que esta é uma situação gravíssima. "Já chegamos a fazer uma campanha para que os clientes trouxessem moedas. Nós incentivamos a poupança, mas pedimos para que as pessoas tenham consciência para não reter todas as moedas em casa", esclarece.
Rosângela destaca que muitas pessoas acabam colocando suas moedas de R$ 1 em cofres e não se dão conta que o dinheiro pode ser utilizado para facilitar as compras.

Moedas
O dinheiro que não é utilizado pela população gera ônus para os cofres públicos. A Casa da Moeda, por exemplo, precisa investir R$ 0,16 para fazer uma moeda de R$ 0,10 e a de R$ 0,05 sai por R$ 0,13.
O Banco Central estima que a cédula de R$ 1 estará totalmente fora de circulação no ano de 2011, quando todas as notas serão substituídas pelas moedas.