Escolas com falta de professores já se tornaram uma triste rotina na realidade educacional brasileira. Algumas escolas estaduais de Gaspar não fogem à regra, iniciaram o semestre sem estar com o corpo docente completo e um mês após o início das aulas continuam nesta situação.
A coordenadora da Escola Estadual Honório Miranda, Edna Neckel, explica que a situação acontece porque as escolas dependem de um processo seletivo feito pela Gerência da Educação do Estado. Os professores selecionados escolhem a escola em que querem trabalhar, e assim são preenchidas as vagas. Segundo a educadora, o problema é que a cada ano o contrato se encerra e então os professores têm de recomeçar o ciclo. "É muita burocracia. A sugestão é que o professor seja mantido, mas para isso seria necessário mudar a legislação de Santa Catarina", afirma Jaime Kirchner, diretor da Escola Estadual Frei Policarpo, que acaba de completar o quadro de professores.
Mesmo após ser informados sobre o funcionamento do sistema educacional catarinense, os pais não se conformam com a falta de professores. "Eu fico indignado quando minhas filhas chegam em casa e reclamam que não tiveram aula de alguma matéria por causa da falta de professores", desabafa Sebastião dos Reis, que tem duas filhas que estudam no Honório Miranda. Mas não é apenas o fato de faltar professores que tira o sono dos pais. "O que me preocupa é que possa acontecer algum problema no final do ano e minhas filhas não passarem para a próxima série", reclama o pai.
A situação em cada escola
A Escola Estadual Honório Miranda está até sem professor nas disciplinas de química e língua portuguesa. A coordenadora Edna Neckel informa que nestes períodos vagos os alunos têm aulas de outras matérias ou então participam de dinâmicas de grupo. "Os alunos não ficam na escola sem fazer nada, e nós não mandamos ninguém para casa mais cedo sem avisar previamente os pais", garante.
Já a Escola de Educação Básica Frei Godofredo, que começou o ano com falta de professores de história e geografia, agora carece apenas de um professor de história para o período noturno. Para o mesmo turno, a Escola Estadual Arnoldo Agenor Zimmemann espera um professor de filosofia. Por causa desta situação, a escola faz um horário especial na sexta-feira e libera os alunos mais cedo.
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