Famílias continuam morando em loteamento da BR-470 - Jornal Cruzeiro do Vale

Famílias continuam morando em loteamento da BR-470

18/11/2011

As duas famílias que se mudaram para o loteamento às margens da BR-470 continuam residindo no local apesar da proibição da Prefeitura, que  avisou que os beneficiados não poderiam se mudar enquanto não fossem executadas obras de infraestrutura no loteamento.

?O pessoal da Prefeitura veio aqui avisar que a gente não podia ficar, mas eu disse que vou esperar pela água e a luz?, disse a costureira Eva do Carmo Nogueira. Ela se mudou junto com familiares no começo deste mês, quando recebeu as chaves de casa. ?Avisamos a prefeitura que íamos nos mudar. Não tínhamos mais condições [financeiras] este mês?, disse a costureira. As famílias de Eva e sua filha, Ivone, moravam no Sertão Verde em 2008 e perderam tudo na catástrofe de novembro daquele ano. Depois, residiram em imóveis alugados no bairro Margem Esquerda.

Segundo o diretor de habitação da prefeitura de Gaspar, Heriberto Kuntz, as chaves foram entregues para as famílias saberem quais eram suas respectivas casas. ?Se quisessem poderiam fazer a limpeza do terreno ou da residência. Essas famílias nos disseram que apenas iam deixar a mobília no imóvel. Não falaram que tinham a intenção de se mudar. Como vamos tirar agora??, questiona Kuntz, que garante que já entrou em contato com as outras famílias beneficiadas para evitar novas ocupações fora de hora. ?Pedimos que não fossem para lá porque não há condições mínimas de moradia?.

Parentes ajudam a família de dona Eva e Ivone diariamente trazendo bombonas cheias de água. ?Eles [fiscais da prefeitura] se surpreenderam com a limpeza da nossa casa?, conta Eva. Sem luz, a filha da costureira, Ivone, lava as roupas na casa da cunhada. Outros parentes cedem espaço na geladeira para manter os alimentos frescos. Embora não possa ligar o ventilador, entre outros eletrodomésticos, Eva revelou que não sofre com o calor. ?Aqui é fresquinho e de noite é friozinho. Fica bem gostoso quando a gente fecha a casa e acende a vela.?

 A Celesc trabalha na instalação de postes e da fiação do loteamento, mas ainda não há previsão de quando a luz seja ligada. Já o fornecimento de água pode ser ativado em até duas semanas. De acordo com engenheiro civil do Samae, Ricardo Alexandre da Silva, a Prefeitura está licitando o material para construir a rede de esgotamento sanitário no local. No começo de 2012, o Samae vai se reunir com a Secretaria de Planejamento para definir se a obra será executada pela autarquia ou uma empresa terceirizada. Também está prevista a construção de uma estação de tratamento próximo ao loteamento.

Por enquanto, a costureira admite apelar para o mato quando surgem necessidades fisiológicas. As casas de PVC construídas no loteamento foram doadas pelo reino da Arábia Saudita para vítimas da tragédia de 2008.

Edição 1344

Comentários

Reinaldo da Silva
20/11/2011 21:09
Pois já soube, que tem gente contando com todos os votos dos futuros moradores daquele loteamento, exclamando aos ventos sem nenhuma vergonha na cara: -fiquem tranquilos que os votos das familias das casinhas são nosso. subestimando a inteligencia daqueles moradores, que já sofreram tanto.
julio
20/11/2011 12:26
Parabéns Lucia, é isso mesmo que acontece.
Vergonha, entregar chaves e não querer ue morem lá.
Políticos, vã morar uma semana nessas condições....depois dêem seu depoimento...aí não né....
Lucia
18/11/2011 15:29
Tem que continuar morando lá mesmo, é vergonhoso o município ganhar todas aquelas casas e não conseguir fazer a instalação dos serviços básicos.
Possivelmente será feito no próximo ano pois se bem me lembro é ano eleitoral não é mesmo?
Deixando a entrega para o ano que vem pode ser que as pessoas acreditem que foi a prefeitura quem deu as casas e não o governo de um país tão distante que se comoveu com toda a tragédia que aqui aconteceu.

vote em mim....eu dei casas para vocês....

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