O impasse gerado entre o Banco Econômico S/A, a Prefeitura de Gaspar e as famílias que invadiram um terreno na rua Antônio Moser, bairro Jardim Primavera, parece estar longe de ter um fim.
Na manhã da última quarta-feira, 29, uma comissão formada por moradores da localidade se reuniu com representantes do Poder Público para solicitar explicações sobre o destino das famílias invasoras, que terão de deixar o local devido a uma decisão judicial que concede a reintegração de posse ao proprietário do terreno, o Banco Econômico S/A.
O encontro aconteceu no auditório da Prefeitura e deixou evidente o clima tenso entre as partes. Após reafirmarem que não irão deixar o local e que irão resistir à polícia, caso seja necessário, os moradores questionaram quais são as propostas de habitação da Prefeitura. O procurador do município, Mário Mesquita, e o secretário de Desenvolvimento Social, Ednei de Souza, ressaltaram que todos poderão ser contemplados com programas habitacionais.
Para isso, a administração pública deverá realizar um novo cadastramento das famílias que fixaram residência no local invadido. "Estudaremos cada caso para que todos possam ser atendidos de alguma maneira", destacou Ednei. O secretário também explicou que há possibilidade de encaminhar algumas famílias para o abrigo provisório e revelou que, de acordo com informações da Defesa Civil, há residências que já foram liberadas e que algumas famílias já poderiam retornar às suas residências.
A informação foi contestada pelos moradores, que também afirmaram que não querem ir para o abrigo da cidade. "Não vamos sair de lá. Vamos enfrentar a polícia, seja o que for. Só debaixo de pau e sangue", afirmou José Carvalho, um dos representantes da comissão.
Conforme Mesquita, o prazo para que as famílias deixem o terreno de forma pacífica terá início apenas quando todas as assinaturas dos moradores forem coletadas, indicando que todos estão a par da situação. Devido à ausência de alguns nomes, o prazo ainda não começou. "A causa destes moradores é justa, mas a forma como o caso está sendo conduzido está equivocada", avaliou o procurador.
IMAGEMAdvogados Célio Hohn e Santin, integrantes do grupo denominado Movimento dos Atingidos pelo Desastre, de Blumenau, decidiram adotar a causa dos gasparenses e incitaram os manifestantes.
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