Famílias esperam moradia - Jornal Cruzeiro do Vale

Há cinco anos Regina Ribeiro dos Santos veio para Gaspar com um grupo de Sem Terra que se alojou às margens da BR-470. A paranaense gostou tanto da cidade que decidiu ficar. Arrumou um terreno próximo ao local onde estava alojada com os Sem Terra, na beira do rio Itajaí Açu, e ali construiu sua pequena casa, que não possui energia elétrica e nem tratamento de esgoto ou água encanada.

O local invadido aos fundos do terreno adquirido pela Prefeitura na semana passada para construir as casas populares que abrigarão as famílias atingidas pela tragédia de novembro, no bairro Margem Esquerda.

A notícia de que no local onde mora serão erguidas casas populares alegrou Regina, que espera ser contemplada com uma das residências cedidas pela Prefeitura. "Não fui atingida com a tragédia, mas queria muito ter uma moradia mais digna", afirma a moradora.

Ao lado da casa de Regina, seu sobrinho, também do Paraná, ergueu um casebre, onde mora com a esposa e três filhas. "Nós estamos aqui há três meses, não tínhamos onde morar, por isso construímos esta casa aqui. Seria bem melhor se tivéssemos uma casa mais digna", conta Terezinha de Jesus da Silva Almeida.

Segundo o secretário de Planejamento e Desenvolvimento, Rodrigo Althoff, as duas famílias ergueram suas casas em parte de um terreno que pertence a Sulfabril. O terreno que a Prefeitura adquiriu não é o mesmo, porém, fica bem próximo a estas famílias. "Conhecemos a situação destas pessoas que, inclusive, já foram cadastradas pela Prefeitura e, se possível, também serão contempladas com uma casa popular", destaca o secretário.

Terraplanagem do local começa em breve

O terreno da Margem Esquerda foi o primeiro de três terrenos que serão adquiridos pela Prefeitura para construir residências para as famílias atingidas pela enchente de novembro. No local serão erguidas cerca de 80 a 90 moradias. O terreno foi comprado com recursos repassados pelo estado e as casas serão erguidas com recursos repassados pela Companha da Habitação de Santa Catarina, Cohab, que recebeu doações da comunidade e do rei da Arábia Saudita. Uma empresa também construirá 30 casas em Gaspar. Outros dois terrenos estão sendo analisados pela Prefeitura.

Segundo Rodrigo Althoff, a equipe da Secretaria de Obras será responsável pela terraplanagem dos terrenos. "Devemos iniciar a terraplanagem do local em breve, pois somente depois que o terreno for preparado é que as casas começarão a ser construídas", explica o secretário.