Famílias gasparenses querem restaurar casarões centenários - Jornal Cruzeiro do Vale

Famílias gasparenses querem restaurar casarões centenários

08/04/2011



fotocapagrandeMD.jpgEm meio às construções mais modernas, várias casas antigas se destacam na área central de Gaspar. Elas lembram o estilo de vida e arquitetura desenvolvida por aqueles que aqui viveram. Muitas das construções antigas, heranças históricas e culturais, já vieram abaixo e foram até mesmo substituídas por prédios e estabelecimentos comerciais. Outras tantas, porém, continuam em pé pela força de vontade de seus proprietários em preservar a história da cidade e também as lembranças de suas famílias.

Alguns casarões já não têm mais seu formato original, como o de dona Cleusa Gertrudes Wehmuth Spengler, de 60 anos. O andar inferior do casarão foi modificado para abrigar uma loja de calçados. No entanto, o restante ainda faz parte da construção antiga. As rachaduras que surgiram nas paredes da construção preocuparam a senhora, que ao invés de derrubá-la pretende restaurar o patrimônio que herdou dos pais. ?Nasci e passei minha infância naquela casa. Um engenheiro virá avaliar e iremos restaurá-la. Só irei demolir esta casa no dia em que um engenheiro me disser que não há mais condições de mantê-la em pé, que ela apresenta riscos?, declara Cleusa, mais conhecida como Tuti. Ela afirma que tem apego sentimental aquele lugar, em que um dia viveu e que enquanto a estrutura agüentar, ela irá preservar o local.

Outra construção antiga preservada é a que abriga a loja de Roveri Passos e seu irmão Renato. Roveri, hoje com 50 anos, nasceu e cresceu nesta casa, que hoje é também seu local de trabalho. ?Pretendemos manter a casa. Queremos ampliar nossa loja, mas iremos fazer isso em um terreno ao lado do estabelecimento para que não seja preciso mexer na construção original?, conta. A casa era de sua família e foi o local em que sua mãe, hoje com cerca de oitenta anos, passou sua infância. Ele considera interessante a criação de uma lei que dê incentivo financeiro para pessoas que não tem condições de manter casarões como este. ?Hoje em dia um imóvel destes valeria mais se tivesse um prédio nele. Mas as construções antigas preservam a história das famílias e do município?, observa.


História

Dayro Bornhausen, diretor do Departamento de Cultura, mostra observar situação parecida. ?As pessoas estão mais preocupadas em ganhar dinheiro do que em preservar a história. E uma cidade sem história não é nada?, defende. A criação de uma lei de tombamento histórico está entre as prioridades do Departamento de Cultura.  Dayro explica que para entrar no sistema do Ministério da Cultura, os municípios devem ter fundo, conselho e fundação ou secretaria de cultura e neste sistema está também compreendida a lei de tombamento de patrimônio histórico. Esta Fundação deve ser feita no ano que vem, está no plano de Governo e prevista para o orçamento do ano que vem.


Ao chão

No último final de semana mais um dos casarões antigos foi destruído e com ele foi embora um pedaço do patrimônio histórico do município. Localizada na rua Vereador Augusto Beduschi, durante muito tempo a antiga construção pertenceu à família Beduschi, porém, da casa que guardava lembranças de família agora restam apenas destroços. O casarão que tinha em si um pouco da história da cidade foi demolido para dar lugar a um novo estabelecimento comercial. A história foi atropelada pelo progresso.

edição 1281

 

Casarão que pertenceu à família Beduschi é demolido

 

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A história de Gaspar está gravada em fotografias, notícias antigas, livros e ? cada vez menos ? construções históricas.

Os casarões antigos que antes embelezavam a cidade estão cada vez mais raros de ser encontrados. Neste último final de semana, mais um foi demolido e levou consigo mais um pequeno pedaço da história da cidade. Onde antes havia casarão, estão apenas destroços, pedaços das paredes que assistiram a evolução da cidade.

O casarão estava localizado no centro da cidade, mais precisamente na rua Vereador Augusto Beduschi, e durante muito tempo pertenceu à família Beduschi. No entanto, há cerca de quatro meses o casal de proprietários Renato e Marlene Beduschi vendeu a casa para um comprador que pediu para que seu nome não fosse divulgado. Segundo informações de uma corretora de imóveis, o comprador irá construir no local um novo estabelecimento comercial.

Para evitar que prédios históricos sejam demolidos e deem lugar a prédios, estabelecimentos comerciais ou até mesmo outras casas, é preciso que haja uma lei de tombamento histórico para construções deste tipo no município. A questão da elaboração de uma lei destas em Gaspar foi levantada pela primeira Conferência da Cultura, que aconteceu no ano passado para tratar de assuntos relativos à cultura no município. O Departamento de Cultura hoje ainda monta o projeto da lei, que depois de pronta deve ir à Câmara de Vereadores para apreciação e votação. ?É um processo demorado, que envolve muita coisa. Depois do projeto pronto ainda temos que encaminhar para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional para aprovação e depois segue para a Câmara de Vereadores?, conta Gabriel José Correa, coordenador de eventos do Departamento de Cultura.


Prédios Históricos

Os casarões antigos vão pouco a pouco deixando de fazer parte do cenário do município. Este não foi o primeiro e provavelmente não será o único a sumir da paisagem. No ano passado, outra edificação localizada no centro da cidade foi demolida. Antes, no local, funcionava uma escola de idiomas, que deu lugar a um prédio em construção. Também no ano passado, a antiga construção enxaimel que abrigava a sede dos correios no bairro Belchior foi destruída. Sobram apenas destroços de tantos anos de história, ou então novos prédios que escondem o passado e a história da cidade.

Comentários

PIXE
14/11/2017 16:15
E os outros monumentos históricos de Gaspar?
Temos vistos a olhos nus, as mudanças da história centenária desta cidade.
LUIZ CARLOS RODRIGUES DOS SANTOS
20/04/2016 16:15
E o casarão.
Agora moderno prédio da CEF.
Bruna
11/04/2011 17:43
Além da casa, fiquei indignada com a derrubada da árvore enorme que havia nos fundos do terreno (que inclusive aparece na foto)... era uma árvore belíssima e devia ter décadas de vida... isso foi um verdadeiro CRIME!
Marclayton Pereira de Morais
11/04/2011 13:53
Sr. Flavianodossantos,
O xis da questão não é a vaquinha. As vacas são irracionais grande produtores de gás metano. São ruminantes e seu leite nós temos vários derivados. Referente a placa como toda outras placas são linguagens por meio de sinais. O xis da questão é compreender aquilo que o senhor não compreendeu. Prenda a respiração por alguns segundos ou minutos e o senhor vai entender o que é patrimônio. É a vida preservada na corrente do tempo
Apolo
09/04/2011 16:55
Que infeliz comentário Sr Marcos hort. Infelizmente por pessoas que pensam como o Sr Marcos é que nossas lembranças estão virando entulho.
flavianodossantos
08/04/2011 10:22
O POVO AI PREOCUPADO EM PRESERVAR,SO PARA SABER ESTAVA A VENDA COM PLACA E TUDO, PODERIAM SE,JUNTAR FAZER UMA VAQUINHA E COMPRAR,A DESCULPA VOCES NAO GOSTAO DE MECHER NO DINHEIRO DE VOCES.
Marclayton Pereira de Morais
07/04/2011 13:41
Sr. Luiz Carlos Rodrigues dos Santos, obrigado por lembrar também do IPHAN àqueles numa alusão de amnésia: viver hoje precisou do ontem. o que falta nos poderes executivo e legislativo; Ab alio expectes.
xarki3@hotmail.com
Adriano
06/04/2011 23:23
Muito sem cultura o comentario dos que dizem que derrubar a história da cidade é progresso...Progresso é saber conciliar o antigo e o novo. O "vellho" que se fala é hostória, e um povo sem história, sem passado não existe...veja se no Rio de Janeiro derrubam o teatro municipal só por que é "velho" é um prédio centenario e conta muita história e isso tem q ser preservado...a cidade tem muito lugar pra crescer e se modernizar sem agredir a história.
Marclayton Pereira de Morais
06/04/2011 13:33
Sr. Marcos Hort,
O imposto pago por vossa senhoria, diárias excessivas, folhas públicas de funcionários de cargos sem funções. Há possibilidade de atender suas solicitações e preservar um pouco da história ou raíz, por exemplo o sobrenome Hort ou Horts tem uma ligação muito forte com a história do Região Sul. Como sabemos disso? São patrimônios históricos que existe em outras cidades, não precisa ir muito longe a vizinha blumenau.
Luiz Carlos Rodrigues dos Santos
06/04/2011 13:32
Este casarão, tive a felicidade (ou infelicidade) de tirar uma fotografia na sexta (01/04) pela manhã, e comentei com os funcionários da Casalinda, e fui informado de quê o emso seria demolido.
Então cliquei.
Na terça (05/04), estava lá o entulho, então CLIQUEI NOVAMENTE, portanto tenho o antes e o depois, em menos de 72 horas, oq ue levou anos e tem de história, foi ao chão.
Enviarei as fotos para o VC REPORTER, para as pessoas sentirem como vai embora uma história.
Se alguém da Ilha da magia escutar ou ler o que escreveu o Marcos, tenham certeza, que terão outra opinião da sua pessoa e seus pensamentos: O IPHAN PAGA PARA AS CIDADES TEREM MONUMENTOS HISTÓRICOS PRESERVADOS.
Quero ter o prazer de visitar a casa deste cidadão, Marcos, e verificar se ele tem somente coisas modernas, atuais, que não o faça recordar tempos idos.
Marcos hort
06/04/2011 09:24
Olha ao invés de se preocupar com patrimônios históricos é bem melhor que cuidasem mais das estradas e ruas emburacadas, ajudar a manter o nosso corpo de bonbeiros e anbulâncias de Gaspar, se quiserem tem bastante coisas para aplicar o dinheiro de nossos impostos basta abrir os olhos e começar a efetuar as coisas, e ao Sr. Alfredo Silva, quem vive de relíqueas e de passado é museu acor meu filho estamos em 2011........
Giovane
06/04/2011 07:42
Para ter patrimonio historico, é preciso ter manutenção do imóvel, como isso não acontece, e o dinheiro que as vezes vem do governo é desviado para o bolso de alguém, então o mais correto é derrubar, e deixar o município crescer.
Marclayton Pereira de Morais
05/04/2011 14:32
Associação inaugura nova unidade em Gaspar para melhorar a preservação
Data: 12/09/2008. o "Arquivo Histórico", que busca a criação de um arquivo histórico na cidade, com apoio dos poderes executivo, legislativo, universidades e acadêmicos.

Nossa proposta é conservar o patrimônio histórico que sempre foi apoiado pela equipe do Jornal Cruzeiro (sempre a disposição em nos ouvir),infelizmente, não considerado pelo legislativo municipal e o executivo.Porque, indicar colocar lampada no poste ou colocar barro numa determinada rua, não precisa dedicar os neurônios e nem vai contra futuros patrocinadores politicos.
Por isso é veraz: "Molam qui vitat, farinam vitat". A inércia é um perca para Gaspar
Rodrigo
05/04/2011 13:28
Não é a primeira e logo chegará a última. O Prefeito não tem noção de patrimônio, a não ser o seu a custas dos nossos impostos.
Quando derrubar a ultima casa ele vai para rádio dizer que esta proibido, que fez uma lei, coisa do tipo.
Só falta 1,5 anos.
Alfredo Silva
05/04/2011 08:55
Um povo sem memória é um povo sem identidade.

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