Famílias que invadiram terreno no Sta Terezinha aguardam solução - Jornal Cruzeiro do Vale

Todas as noites, Ivone Luiz Balbino acende uma vela em sua pequena casa na rua Pedro da Rocha, no bairro Santa Terezinha. Porém, sua prática não é uma ação mística ou religiosa. Desde que invadiu a área verde que pertence à Prefeitura, há cerca de 3 anos, ela e sua família convivem com a falta de energia elétrica e a ausência de serviços básicos à manutenção da saúde.
A realidade vivida por Ivone é a mesma das quase dez famílias que invadiram a área há cerca de quatro anos. Conforme os moradores, os únicos serviços que funcionam normalmente são a coleta de lixo e o abastecimento de água, que passou a ser fornecido no período eleitoral do último ano.
Ivone avalia que puxar a energia de outro local é arriscado e por isso optou por esperar o fornecimento legal. "Comprei um poste e coloquei na frente da minha casa. Tudo o que eles precisam fazer é ligar os fios, mas ainda não conseguimos que fizessem isso. Enquanto isso fico à base das velas", declara.
A diarista Débora Cristina Cardoso também reside na região e revela que fica apreensiva por não saber como será o futuro de sua família. "Quando cheguei aqui minha casa era um rancho. Com o tempo fomos investindo pra ter o mínimo de dignidade pra viver, mas não dá para construir muito se eles podem chegar a qualquer hora e colocar tudo abaixo".
Desde o início da ocupação irregular, o aglomerado de casas cresce de forma desordenada e mais famílias chegam para morar na região. O fato contribui para o agravamento de problemas como o acúmulo de lixo e a presença de animais soltos nas ruas.
A moradora Alexandra Pereira, que mora próximo à área invadida, revela que já foram realizadas reuniões com a associação de moradores do bairro para tentar encontrar uma solução para as famílias, mas que até o momento nenhuma decisão foi tomada. "Quando comprei minha casa a área verde ainda não estava habitada. Com a ocupação irregular tenho medo que meu terreno seja desvalorizado", destaca.
A Secretaria de Desenvolvimento Social informou que ainda irá definir qual procedimento será adotado com relação às famílias.