Frei Pedro recebe homenagem em Ilhota - Jornal Cruzeiro do Vale

Frei Pedro recebe homenagem em Ilhota

18/11/2008

11MD.jpgO som do sino ecoando entre as montanhas do Alto Baú no domingo de manhã, 16, chamava a Comunidade de Nossa Senhora Aparecida para a celebração do Jubileu Sacerdotal do frade franciscano Frei Pedro da Silva, ocasião em que completou 25 anos de sacerdócio. A pequena igrejinha de madeira ficou sem espaço para acomodar os fiéis que optaram por uma missa campal com a presença de centenas de pessoas.

Frei Pedro da Silva foi ordenado sacerdote no ano de 1983. Nasceu em1953 e aos 12 anos de idade foi para o Seminário Franciscano de Ituporanga, SC. Ainda criança, deixou sua família no Alto Baú, em Ilhota, para seguir os passos de São Francisco de Assis.

Sua trajetória de vida é de muito trabalho e dedicação aos estudos e à evangelização. Cursou o ensino médio em Agudos, SP e fez a faculdade de Filosofia e Teologia em Petrópolis, RJ. Frei Pedro da Silva é de uma família de 14 irmãos. Atualmente, é pároco em Santo Amaro da Imperatriz. A equipe de reportagem do Cruzeiro do Vale entrevistou Frei Pedro da Silva e participou das comemorações de seu jubileu.

Cruzeiro do Vale - Frei Pedro, o senhor nasceu no interior do município de Ilhota, Alto Baú. O que o fez crer que Deus o havia chamado para ser padre?
Frei Pedro - Deus nos chama por meio das pessoas, pelos acontecimentos da vida e na escuta da sua Palavra. Nasci e cresci num ambiente familiar muito religioso. Rezávamos o terço em família todos os dias à noite, antes de descansar. Participávamos todos os domingos do culto ou da missa na comunidade. Tenho certeza de que o espírito muito religioso dos meus pais e o seu amor à Igreja foi determinante na minha opção vocacional. Ainda muito pequeno, minha mãe me perguntava se eu não queria ser um padre, pois ela também tinha um irmão sacerdote e uma irmã religiosa. Como criança, brincava de construir 'igrejinhas' de papelão e 'rezar missas' com os amiguinhos e irmãos. Mas as missões populares realizadas pelos padres franciscanos na paróquia de Ilhota em 1965 foi o passo final na clareza de minha opção vocacional.

CV - Como o senhor se sente completando 25 anos de sacerdócio?
FP -
Sinto-me feliz e abençoado! Quando celebramos o aniversário de algum acontecimento em nossa vida é porque gostamos daquilo que somos e fazemos. É gratificante repetir o que foi bom e não deixar jamais cair no esquecimento. Assim, digo com toda a convicção: foi muito bom ser sacerdote até aqui! Vivo o meu ministério sacerdotal como um grande dom e presente de Deus a serviço do povo. Por isso, me sinto muito feliz e acredito que no dia-a-dia, no trabalho que realizo, Deus vai completando a obra que começou em mim!

CV - Qual o maior desafio de continuar a ser frade franciscano no mundo de hoje?
FP -
São Francisco de Assis, fundador da Ordem Franciscana, viveu grandes valores no seu tempo e que continuam sempre atuais para todos, como: a fraternidade, a pobreza, a paz, a humildade, o amor à natureza, o serviço generoso e gratuito, a alegria, a solidariedade. Viver esses valores no mundo de hoje, tão competitivo e materializado, são grandes desafios, pois exigem desapego, disponibilidade e generosidade em servir.

CV - Em algum momento o senhor pensou em abandonar o ofício de ser padre?
FP -
Posso dizer que jamais pensei em abandonar o meu sacerdócio. Mas o padre é uma pessoa humana. Há momentos de desânimo frente a desafios e adversidades de seu ministério e que precisam ser superadas e vencidas. Essas experiências me levaram sempre de novo a perguntar o que Deus queria de mim, e a buscá-lo ainda mais, na força da oração e da palavra de Deus. A superação das crises gera novas forças e motivações para aquilo que fazemos.

CV - Como o senhor se sente em retornar à terra natal numa grande festividade e comemorar 25 anos de sacerdócio?
FP -
É sempre bom e necessário retornar à terra natal. Não podemos esquecer as nossas raízes: a família, o povo, o chão! Voltar à terra natal é sempre retornar às raízes, às fontes da vida. Voltar à terra natal, no encontro com a minha família e com o povo que me ajudou a nascer e crescer é renovar a alegria da minha escolha vocacional; é celebrar com gratidão a fidelidade nessa opção e oferecer com generosidade a Deus os frutos colhidos no caminho desse ministério consagrado.

CV - Frei Pedro, o que você escreveria para convencer um jovem a ser padre?
FP -
Você, jovem, tem grandes ideais na vida, e alimenta sonhos de transformação, de uma sociedade melhor, mais fraterna e humana. Você não pode guardar os dons e ganhos recebidos de Deus. Não há melhor investimento do que colocá-los a serviço dos seus semelhantes. Jesus Cristo nos deixou o caminho: "Quem quiser ser o maior, seja o menor e servidor de todos!" E acrescenta: "Há mais felicidade em dar do que em receber!" Há vários caminhos de doação humana que você poderá concretizar isso. São as várias vocações! Mas pense: Você pode ser um padre!

CV - Deixe uma mensagem de otimismo aos leitores do Jornal Cruzeiro do Vale.
FP -
Caro amigo leitor! É uma satisfação chegar até você através desse meio de comunicação. Nesse dia em que celebro 25 anos de sacerdócio, renovo a minha alegria na consagração que fiz; confirmo que vale a pena consumir a minha vida pela causa da humanidade. A descoberta de um Amor Absoluto na vida, é sempre o encontro de uma pérola preciosa, pela qual vale a pena vender tudo o que se tem, para possuí-la, segundo diz Jesus. Sua pérola preciosa, caro leitor, pode ser sua fé, seu amor, sua família, seus amigos e amigos, seu trabalho, sua profissão. Mas Deus é o Absoluto de sua existência; e o horizonte de todos os seus sonhos e realizações. Com os pés no chão, onde se realiza a missão, busque no alto a força e o sentido de todo o seu caminhar, para que se realize aquilo que reza o salmista bíblico: "O Senhor complete o que em mim começou. Ó Senhor, não deixeis inacabada essa obra que fizeram vossas mãos!".

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