A greve do setor têxtil, que desde o dia 6 de outubro paralisou parte dos serviços nas empresas Cremer e Hering, em Blumenau, chegou a Gaspar no início da tarde desta segunda-feira, 13. Os primeiros a aderir à paralisação foram os funcionários do segundo turno da Círculo, que decidiram voltar para casa após a chegada dos representantes do Sindicato dos Trabalhadores de Fiação e Tecelagem, Sintrafite.
Clique aqui para ver o vídeo desta reportagem
Segundo a presidenta do Sindicato, Vivian Bertoldi, pelo menos 90% dos funcionários do segundo turno apoiaram a greve. "Nós mandamos os trabalhadores para casa, pois a Círculo fica em um local muito perigoso e permanecemos aqui somente com a equipe do Sindicato e alguns funcionários paralisados de outras empresas. Os trabalhadores estão indignados. Não agüentam mais a pressão dentro da fábrica, os salários baixos e a falta de sensibilidade dos patrões diante das nossas reivindicações", revela Vivian.
A decisão de paralisar os serviços foi tomada durante Assembléia Geral da categoria, realizada no dia 27 e setembro, na sede do Sintrafite, onde segundo o Sindicato três mil trabalhadores votaram a favor da greve.
Os manifestantes pedem reajuste salarial de 15%, enquanto a oferta da classe patronal oferece 8%. Segundo Vivian, até o final da tarde desta segunda-feira o Sindicato ainda não havia feito qualquer negociação com os dirigentes da Círculo, em Gaspar.
Para garantir a segurança dos grevistas, dos pedestres e dos comerciantes nas proximidades da empresa, a equipe da Polícia Militar foi até o local com uma viatura. A manifestação provocou grande congestionamento no trânsito em toda a extensão da rua Doutor Nereu Ramos.
Segundo Vivian, os representantes do sindicato permanecerão em frente a Circulo até a madrugada desta terça-feira, 14. "Vamos conversar com os trabalhadores do terceiro e do primeiro turno. Para ver quantos vão aderir à greve", explica.
Sindicato Patronal
Segundo Renato Valim, diretor do Sintex - Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e Vestuário, a informação de que 90% dos funcionários da Circulo aderiram à greve não é verdadeira. "Ainda estamos levantando os números, mas não passam de 40% dos funcionários. Assim também como não é verdade que três mil pessoas votaram pela aprovação da greve. Temos fotos que revelam a participação de apenas 500 pessoas na assembléia, e não três mil. Eles condenam tanto o assédio moral, mas são os que mais praticam, pois estão constrangendo os trabalhadores a aderirem à greve", destaca o representante das Indústrias.
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).