Indignada, comunidade se une e pede soluções para alagamentos - Jornal Cruzeiro do Vale

Indignada, comunidade se une e pede soluções para alagamentos

28/01/2011

Será que vai chover?

fotopg10retrancaGG.jpgAltas temperaturas, clima abafado, céu ensolarado e com formação de muitas nuvens. Quando Ailton Santos olha para o céu e vê a cena já sabe: precisa preparar a família para levantar os móveis, pois vai chover forte e sua casa será uma das primeiras a ser invadida pela enxurrada.
O problema do morador da rua 18 de Março, no bairro Sete de Setembro, se repete em dezenas de outras ruas da cidade, onde todos os moradores ficam aflitos a cada fim de tarde de verão. A expectativa é sempre a mesma: Será que vai chover?
Há uma semana a previsão do tempo avisou mas não deu tempo de muitas famílias retirarem suas coisas de casa e em poucos minutos choveu o esperado para vários dias e dezenas de casas foram alagadas, ruas e até pontes foram destruídas e o saldo final da tempestade foram 40 ruas precisando de reconstrução em toda Gaspar e um dia inteiro sem o abastecimento de água na cidade.
Para Ailton, e também para a diretora da Defesa Civil, Mari Ines Testoni Theiss, todos os constantes alagamentos seriam evitados se as tubulações por onde deveriam escoar as águas da chuva não estivessem entupidas.
O problema é antigo e há anos Gaspar carece de obras de drenagem pluvial em diversos bairros, porém, se agravou a partir de 2008 e desde então mais ruas ficam alagadas a cada dia de chuva.
A solução, segundo a própria diretora da Defesa Civil, seria a execução de grandes projetos de drenagem nos bairros afetados. Para isso, o Município precisa buscar recursos federais. ?Os recursos municipais possíveis já estão sendo realizados, como a substituição e colocação de tubulação?, explica Mari Ines.  A diretora cita os projetos de drenagem do bairro Sete Setembro, realizado no primeiro governo de Celso Zuchi, e agora a drenagem do Santa Terezinha, como exemplos concretos na tentativa da resolução da situação.
Enquanto estas grandes obras não são realizadas, a comunidade precisa ficar ligada, sempre de olho no céu e, a cada sinal de tempestade, reunir forças para levantar os móveis e tentar retirar do alcance das águas tudo o que for possível.

Fique atento

As fortes chuvas da semana passada poderão se repetir até o final do verão e para evitar surpresas, a dica é ficar sempre atento ao site da Defesa Civil do estado, que oferece alertas e boletins de ocorrências de fenômenos naturais no estado.
Para esta sexta-feira a previsão é de pancadas de chuva forte por alguns momentos, com temporais e descarga elétrica (raios) no início do dia. Há risco de alagamentos e deslizamentos do Planalto ao Litoral. No decorrer da tarde a instabilidade diminui permanecendo a variação de nuvens.
Para sábado a previsão é de que a frente fria deva se afastar para o Sudeste do Brasil e o tempo melhora em SC, com chuva isolada no início e fim do dia e com aberturas de sol no Oeste e Meio-Oeste. A chuva da tarde pode estar acompanhada de descarga elétrica. Temperatura agradável. Vento de sudeste e nordeste, fraco a moderado.

Sinal de alerta

fotopg10retranca1GG.jpgNa semana passada a Defesa Civil do estado havia disponibilizado para todas as cidades do Vale o sinal de alerta para a ocorrência de fortes chuvas para a madrugada dos dias 20 e 21. Apesar do alerta, a diretora da Defesa Civil de Gaspar, Mari Ines Testoni Theiss, foi para o litoral e precisou ser chamada às pressas quando soube que a cidade estava sendo afetada, mais uma vez, pelas fortes chuvas.  Uma equipe da Administração Municipal foi chamada para trabalhar no plantão, mas quase nada pode fazer, pois as águas já haviam invadido as casas. O trabalho de reconstrução iniciou no domingo e seguiu durante toda esta semana. Os estragos foram grandes, principalmente na região do Gasparinho, onde alguns moradores afirmam ter sido mais prejudicados do que em 2008.

Ilhota 

Enquanto em Gaspar não houve nenhum tipo de aviso sobre a previsão de fortes chuvas, em Ilhota o diretor da Defesa Civil, Paulo Drunn, alertou os coordenadores dos Nudecs, núcleos formados nos bairros com maior incidência de alagamentos e deslizamentos.
Com o alerta, várias pessoas foram retiradas de suas casas, no Baú, e muitas vidas foram preservadas. ?Acredito que o estrago das chuvas do último final de semana teriam sido bem piores se não tivéssemos avisado. Além disso, estamos trabalhando na dragagem dos ribeirões e acredito que estas obras ajudaram a evitar que mais rios transbordassem?, alerta o diretor.

Comunidade começa a se unir para cobrar ações

fotopg11novaGG.jpgDiante da falta de ações preventivas do município para acabar com os constantes alagamentos que ocorrem a cada dia de fortes chuvas, as comunidades mais atingidas decidiram se unir para pedir soluções para o problema que afeta centenas de pessoas.
O primeiro bairro a mobilizar os moradores foi o Sete de Setembro, que reuniu dezenas de pessoas na noite de terça-feira para pedir atenção dos Administradores Públicos. A reunião foi prestigiada pelo secretário de Obras, Soly Waltrick, que informou a todos que somente uma grande obra de drenagem daria fim ao problema. Porém, prometeu a todos os presentes que providenciará a limpeza das tubulações e a abertura de bueiros entupidos no prazo de dez dias, a contar da reunião. ?Era possível observar a indignação das pessoas ali presentes, pelo sentimento de descaso por parte do Executivo?, afirma o vereador Luis Carlos Spengler, um dos responsáveis pelo encontro.
Nesta sexta-feira, 28, uma nova reunião foi agendada no bairro, desta vez o vereador Kleber Wan-Dall pretende ouvir a comunidade em encontro agendado para acontecer no Salão da Igreja da Comunidade Santa Rita de Cássia, com início marcado para as 19h30.
Na quarta-feira, 26, foi a vez dos moradores do Sertão Verde se reunirem com os Administradores Públicos. O prefeito Pedro Celso Zuchi esteve na reunião, ouviu todos os apelos da comunidade e prometeu buscar uma solução para os problemas do bairro, que desde 2008 sofre principalmente com os deslizamentos de terra.

Belchior
fotopg112GG.jpgNa próxima semana os moradores da rua José Schmitt Sobrinho, no bairro Belchior, pretendem se encontrar com os Administradores Públicos. A data do encontro ainda não foi agendada, porém, segundo o morador José Luiz Hostert, não deve passar desta semana, devido às urgências da comunidade. ?Temos sido muito afetados pelas chuvas. No último final de semana a ponte provisória que usamos teve a cabeceira arrancada e ficamos isolados?, relata.
A indignação da comunidade é ainda maior, pois uma ponte nova foi construída pelo Governo do Estado após a tragédia de 2008 e depende apenas da instalação das cabeceiras para poder dar acesso seguro para a comunidade.
?Vamos cobrar do prefeito a obra destas cabeceiras. Precisamos também de limpeza nas tubulações e desvio de água das encostas?, comenta o líder comunitário. 

 

Consumo de água ainda precisa ser moderado

Depois de limpar toda a sujeira provocada pelos alagamentos do final de semana, Gaspar enfrentou um novo problema: a falta de água. Na terça-feira as Estações de Tratamento do Centro e Bela Vista, que abastecem quase todos os bairros da cidade, ficaram paradas pois não conseguiam tratar a água que estava com muita turbidez.
Nesta quinta-feira as estações já operavam com 70% de sua capacidade mas o alerta do diretor do Samae, Lovídio Bertoldi, é para que a população continue a consumir de forma moderada. ?Na madrugada de quarta para quinta conseguimos abastecer toda a cidade. Quem têm caixa de água não ficou mais sem água, porém, ainda dependemos da  turbidez da água, que precisa estar abaixo de mil para que possamos fazer o tratamento adequado?, explica o diretor. Na manhã desta quinta-feira a turbidez estava em 2.100, impedindo ainda a distribuição em toda a cidade.
Segundo Lovídio ainda não há previsão para normalizar o fornecimento. ?Por isso a economia e o uso racional é muito importante?, destaca. A expectativa do Samae é de que cerca de 20% das residências da cidade não tenham caixa de água. Estas são as que mais sofrem com a redução no abastecimento, pois não conseguem armazenar água para o uso quando a distribuição é paralisada. Edição 1261

 

Comentários

Maíra Junges
31/01/2011 12:49
Olha... Sou moradora do bairro 7, minha casa sempre fica alagada, cada vez está pior, é muito preocupante.
Está tudo entupido por la, os terrenos baldios cheio de matos e lixos, isso prejudica muito.
Na hora de pedir votos todos nós fomos bons, agora não aparece ninguem por la, estamos eskecidos faz tempo. Sempre elegemos Vereadores no nosso bairro, mas nunca tomaram nenhuma iniciativa.
De promessas estamos cheios, acho que precisam tomar uma solução.
Teresa
29/01/2011 14:48
Concordo com muitos falaram aqui, temos sim que cobrar do poder publico, mas como Luiz falou estamos fazendo nossa parte?
Tbm o que foi feito de dez anos pra cá? Quem achava que iria acontecer o que aconteceu em 2008.
As cidades que foram atingidas no Rio, algum tempo atrás foram exemplo do seu trabalho de prevenção!!!!!!!!
Porque essas casas que sempre pegam água a maioria é alugada?
Se tive problema em 2008 é agora é área de risco, pra mim não serve, mas para o outro serve (alugo ou vendo) está é a solução?
A cidade de Blumenau foi destaque no Jornal Nacional, vamos lá verificar qtas casas estão sendo construidas em area de risco.
Onde está o nosso governo estadual? O que eles estão fazendo.
E Maria não sei quem vc é, mas eu estava nesta reunião e senti um pouco de inveja de sua parte. Quem não estava impaciente naquele calor, antes mesmo de iniciar a reunião ela foi resolver o problema do Jardim primavera e de outros moradores que ali foram conversar com ela.
Acho que todos devemos refletir um pouco mais!!!!!!.
Pedro J.
29/01/2011 08:21
Parabéns a comunidade que finalmente mostrou o significado da máxima "Povo unido, jamais será vencido", que a comunidade cobre as obras necessárias, com datas urgentes de cada etapa do que tem que ser feito, que não aceite nenhuma desculpa, que não permita que ninguém faça política sobre suas iniciativas e que finalmente o poder público, todos que de alguma forma administram tenham vergonha na cara e façam valer os seus salários de forma efetiva.

Parabéns novamente a estas comunidades que tomaram a iniciativa e que sirvam de exemplo para as demais, deixando de lado a questão partidária que só atrapalha, mas principalmente buscando as melhorias de que tanto necessitamos.

Estas atitudes é que refletem alguma esperança no futuro.
Luiz
28/01/2011 15:26
Devemos cuidar do bueiro, da calçada, da nossa faixa de domínio, Lembrar que a frente de nossa casa é o nosso espelho, espelho das pessoas que ali moram.
Quer saber o tipo de pessoa que residem em determinado local, veja a frente da casa onde moram, você já tira uma conclusão da es´[ecie que são.
Façamos nossa parte, por menor que seja.
Se chegamos até aqui, por que não melhorar, ajudar um pouco que seja.
Fernando
28/01/2011 15:02
Jader, e o que dizer do loteamento popular construido sobre o gás nas margens da BR 470, que nem rede de esgoto foi feito????
Jader Rocha
28/01/2011 14:26
Uma parte da citada rua 18 de março, passou a se chamar Antônio Sansão em 2010 (onde resido desde 2008). Os moradores se organizaram e patrocinaram a pavimentação da rua entre maio e junho de 2010. Não faltaram visitas das autoridades gasparenses e manchetes nos jornais falando que a prefeitura estava reiniciando os projetos de mutirão para pavimentação das ruas de Gaspar e que a Antõnio Sansão seria a primeira a ser pavimentada. A principal ação pública foi a promoção publicitária da atual vice prefeita às eleições de 2010. A obra foi tão rápida que me surpreendeu. Uma boca de lobo foi instalada em frente a minha residência onde fazendo chuva ou sol, o cheiro é insuportável. A secretaria de obras diz que não colocou nenhum tipo de sifão para evitar que o cheiro do esgoto volte para a boca de lobo. Isso é ridículo e inadimissível, uma obra nova sem que a tubulação tenha sido trocada e os padrões atuais tenham sido obedecidos. Sr. prefeito deste jeito será necessário fazer grandes obras por muito tempo.
Secretária de Obras, vamos fazer a coisa certa para fazer apenas uma vez. Porque vocês não aproveitaram a pavimentação para limpar ou trocar a tubulação completa de nossa rua, onde hoje qualquer temporal alaga mais do que antes de 2008?????
nikolas
28/01/2011 12:57
GENTE...TÃO RECLAMANDO MUITO...ACHO QUE NÃO É PRA TANTO
cecilia werner
28/01/2011 12:51
quem agride a natureza com agrotoxico quem ataca e arrebenta as montanhas quem joga lixo de qualquer jeito quem não respeita as vejetaçães nativa deve estar satisfeitos e realizados
Maria
28/01/2011 11:54
Eu estava na reunião do sertão verde...dentre tantas decepções com esta prefeitura..posso citar que a maior delas é ver a postura da dita cuja da Defesa Civil...(cheguei a sentir vergonha em ve-la ali diante de nós aflitos moradores).
Sendo uma professora, uma servidora pública e principalmente agora detentora de um cargo tão importante como a Defesa Civil, ela simplesmente não tem postura para se portar em frente a população.
O que se prega nas escolas: para as crianças não sentarem nas mesas..a 1 coisa que a fofa fez foi se acomodar em cima de uma mesa (não sei como não quebrou) e não se acalmou 1 minuto..a todo momento ou estava se abanando ou tava se revirando, ou mechendo as pernas..ela não consegui ficar parada...com postura de quem estava resolvendo algo sério...
È brincadeira a postura que essa mulher tem, primeiro ela deveria se comportar como autoridade, passando segurança e respeito para a população, e depois então ela poderia cobrar a reciprocidade da população.
Acorda Gasparrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr....
LUIZ ORLANDO POLI
28/01/2011 11:52
"COMUNIDADE INDIGNADA PEDE SOLUÇÕES" PRIMORDIALMENTE A VERDDEIRA DEMOCRACIA SE CONSOLIDA NESSA INICIATIVA.
HISTORICAMENTE TODAS AS GRANDES TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS PARTIRAM DA SOCIEDADE, PORTANTO ELA DEVE ESTAR SEMPRE ATIVA E MOBILIZADA, A DEMOCRACIA AGRADECE .
COM RELAÇÃO AS CONSTATANTES INUNDAÇÕES, CHEIAS QUE ACOMETEM NOSSAS CIDADES, DEVERÍAMOS NOS PERGUNTAR ? É A NATUREZA QUE É DURA COM O HOMEM ! OU O HOMEM COM ELA ? APRENDEMOS NA FISICA QUE A CADA AÇÃO HÁVERA UMA REAÇÃO. MESMO QUE A PRECIPITAÇÃO SEJA ACIMA DA MÉDIA, O HOMEM AGRAVA ESSES DESASTRES COM SUA VORACIDADE PELO LUCRO A QUALQUER PREÇO. QUANDO UM MODELO ECONOMICO QUE EXCLUI E IMPÕE QUE NOSSOS IRMÃOS RESIDAM EM AREAS DE RISCO COMO MORROS E ENCOSTAS SEM EGOSTO, AGUA, TAMBÉM NÃO SERIA UMA FORMA DE AGREDIR A NATUREZA E AGRAVAR O PROBLEMA ? É PRECISO REPENSARMOS TODA ESSA REALIDADE, SOB PENA DE ESTARMOS COMPROMETENDO CADA VEZ MAIS A SEGURANÇA DAS FUTURAS GERAÇÕES . PRECISAMOS AGIR E RAPIDAMENTE.

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