A história de Gaspar é registrada nas páginas de jornais impressos desde 1923, quando o primeiro jornal foi lançado na cidade. E agora, graças a um projeto do Arquivo Histórico Documental Leopoldo Schmalz, através da prefeitura, todo os jornais que já circularam ou ainda circulam na cidade estão sendo enviados à Hemeroteca Digital Catarinense, onde vão ficar disponíveis para consulta de forma virtual.
O projeto teve início em 2018, quando os jornais físicos começaram a ser reunidos. Foram realizados os processos de limpeza e, posteriormente, a digitalização. Em cerca de dois anos, foram digitalizadas as edições dos quatro primeiros jornais fundados em Gaspar: O Gasparense, de 1923; Voz de Gaspar, de 1953; Gazeta do Vale, de 1970; e Cruzeiro do Vale, de 1990. Os trabalhos desenvolveram-se até agora com a postagem nos sites oficiais da Hemeroteca Digital Catarinense e da Biblioteca Nacional.
A solenidade de entrega dos materiais pela Hemeroteca e da cópia em DVD aos proprietários dos jornais aconteceu esta semana, na Biblioteca Dom Daniel Hostin. “Se eu parar de trabalhar agora, já valeu a pena por isso. Esse foi um presente de Natal antecipado. O trabalho começou antes da pandemia e temos que agradecer à Ceramfix, Barracão Mineradora e Fazzenda Park Hotel pelo patrocínio para viabilizar este projeto”, disse Leda Maria Baptista, coordenadora do Arquivo Histórico.
Também na solenidade aconteceu a assinatura do termo de convênio entre Jornal Metas, fundado em 2000, e a Hemeroteca, garantindo assim que os conteúdos dele também estejam disponíveis para consultas digitais nos mesmos endereços dos demais.
Todo os jornais de Gaspar estão disponíveis na Hemeroteca Digital Catarinense e também na Biblioteca Nacional. Eles podem ser consultados por qualquer pessoa, pela internet, através dos links:
- Hemeroteca Catarinense: http://hemeroteca.ciasc.sc.gov.br/
- Biblioteca Nacional: https://www.gov.br/bn/pt-br
O Gasparense
A primeira edição do jornal O Gasparense circulou no ano de 1923 e o jornal informou a população até 1936. Foi fundado por Albano Pereira da Costa, natural de Itajaí, que veio para Gaspar no ano de fundação do jornal. Ele já era jornalista no jornal Novidades, em Itajaí, e por um problema político, o jornal acabou.
Neste jornal era veiculado um mix de como girava a economia, a política e a vida diária, com propagandas das grandes casas comerciais, questões políticas antes e depois da emancipação política. Albano faleceu aos 40 anos.
A Voz de Gaspar
O jornal A Voz de Gaspar foi fundado em 1953 por Carlos Barbosa Fontes e Hélio, filhos de Eurico da Silva Fontes (idealizador do jornal Novidades, de Itajaí). Maior e mais vistoso que o anterior, tinha também um embasamento político de partido conservador. Divulgava a vida em Gaspar, com informações culturais como programação do cinema e eventos da sociedade.
Assim como O Gasparense, o jornal A Voz de Gaspar tinha periodicidade para veicular instável. Naquela época, toda a produção do material era manual, com impressão tipográfica.
Em 1956, o jornal encerrou as atividades com o falecimento precoce de Carlos Barbosa Fontes.
Gazeta do Vale
O jornal Gazeta do Vale teve início em 1974, com o jornalista gaúcho Silvio Rangel. Na época, ele era muito envolvido com o movimento político ‘Cadeia da Legalidade’ e chegou a ser preso no Rio Grande do Sul, motivo que o fez vir para Gaspar, protegido pela Igreja Católica.
Nos primeiros tempos em Gaspar, Silvio empenhou-se, de casa em casa e de comércio em comércio, na arrecadação de livros para a Biblioteca Municipal. Ele continuou estudando comunicação e política e decidiu fundar um jornal com viés sindicalista. O jornal Gazeta do Vale circulou até 1992.
Cruzeiro do Vale
A primeira edição do jornal Cruzeiro do Vale circulou no dia 1º de junho e, desde então, toda sexta-feira uma nova edição é entregue aos leitores. Ele foi fundado por Gilberto Schmitt e João Nivaldo Tomazzia. Logo no início do jornal, a sociedade foi desfeita e Gilberto assumiu a administração do jornal.
O Cruzeiro do Vale é conhecido pela imparcialidade e pela qualidade do material entregue aos clientes. Nessas mais de três décadas, a marca se atualizou e acompanhou as mudanças que chegaram junto às novas tecnologias. Hoje, a versão impressa do jornal circula semanalmente às sextas-feiras e o Cruzeiro do Vale tem grande presença na internet, com o portal de notícias cruzeirodovale.com.br e com as redes sociais.
A vida longa do Cruzeiro do Vale está garantida graças à sucessão familiar e à paixão pelo jornalismo passadas de Gilberto Schmitt para a filha, a jornalista Indianara Schmitt.
Relembre a capa da primeira edição do Cruzeiro do Vale:
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