Júri condena Nilton dos Santos a 19 anos de prisão em regime fechado - Jornal Cruzeiro do Vale

Júri condena Nilton dos Santos a 19 anos de prisão em regime fechado

31/03/2011

fotopg10juizMD.jpgDepois de seis horas de um intenso julgamento, Nilton dos Santos, 42 anos, levantou do banco dos réus para ouvir a sentença que mudará para sempre o destino de sua vida. Condenado pelo júri popular a cumprir 19 anos, 10 meses e 19 dias de reclusão em regime fechado, o morador da Margem Esquerda, acusado de assassinar a esposa Michele, se diz arrependido pelo crime cometido e que se pudesse voltar no tempo faria tudo diferente.

O julgamento aconteceu na tarde de quarta-feira, 30, no plenário da Câmara de Vereadores da cidade e foi coordenado pelo juiz da Vara Crime, Sergio Agenor Aragão. Nilton foi condenado por homicídio qualificado por motivo fútil e ocultação de cadáver, sem direito a recorrer em liberdade.


Crime

O crime cometido por Nilton aconteceu em dezembro de 2009 chocou os moradores do bairro Margem Esquerda, onde o casal residia. O corpo de Michele estava enterrado ao lado da residência do casal há dias e nenhum vizinho suspeitava do cheiro e das moscas que pairavam sobre o local. Uma denúncia anônima levou a polícia até o acusado. Nilton assumiu a autoria do crime no mesmo dia em que o corpo da esposa foi localizado.


Júri

Nilton foi o terceiro acusado de homicídio a ser julgado através do júri popular neste ano. No final de fevereiro e início de março outros dois julgamentos aconteceram na cidade e no próximo mês de abril mais três devem ocorrer.

Para o juiz Sergio Agenor Aragão, os julgamentos provam que, apesar das dificuldades, a Justiça está trabalhando para apurar todos os crimes cometidos na cidade. ?A designação de todos esses júris, principalmente de processos com réus presos, é a demonstração de que o Poder Judiciário de Gaspar está agindo com rigor, apurando com a maior celeridade possível os crimes aqui cometidos?, destacou o juiz em entrevista concedida ao Jornal Cruzeiro do Vale em fevereiro deste ano.

 

?A cadeia é um inferno?


fotopg10retranca1niltonMD.jpgCinco minutos antes de conhecer sua sentença, Nilton dos Santos, 42 anos, concedeu entrevista exclusiva ao Jornal Cruzeiro do Vale e contou, em detalhes, como acabou matando sua companheira.

Cruzeiro do Vale - Por que você cometeu este crime?
Nilton -
Porque ela tentou me matar várias vezes com uma faca, tesourada e até jogou álcool sobre meu corpo quando eu estava dormindo. Ela também estava me traindo e como eu estava drogado e alcoolizado acabei perdendo a cabeça.

CV - E como isso aconteceu?
Nilton -
Tudo começou quando ela me deu um empurrão, ela era muito violenta. Então ela pegou uma tesoura e me agrediu. Peguei um machado que estava ao lado pra me defender e acabei atingindo a veia jugular. Quando vi todo aquele sangue peguei um pano e tentei estancar. Deitei ela no colchão da cama e dormi ao lado dela, quando acordei percebi que ela estava gelada e toda branca. Foi ali que decidi fazer um buraco atrás de casa e enterrar o corpo.

CV - Por que você não avisou ninguém?
Nilton -
Somente depois de três dias que ela estava enterrada acabei contanto para alguns parentes, que avisaram a polícia. Achei melhor não fugir e me entregar.

CV - Você está arrependido?
Nilton -
Estou bastante arrependido de ter cometido este crime. A cadeia é um inferno.

 

Como funciona o júri popular


De acordo com a legislação brasileira, o júri popular está previsto para quatro crimes dolosos contra a vida: homicídio, auxílio-suicídio, infanticídio e aborto. 

Todos os anos a justiça elabora uma lista de jurados, que podem ser escolhidos ou voluntários, e que serão sorteados para compor os júris. Atualmente, a Comarca de Gaspar possui 262 pessoas na lista de jurados. A cada mês, 25 são sorteados, e são estes 25 que vão ter que comparecer a todos os júris realizados no mês em que forem selecionados. Dos 25, sete são sorteados no dia do julgamento para compor o júri oficial e decidir o destino dos acusados.

 

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