Um parecer favorável foi dado pelo juiz Cássio José Lebarbenchon Angulski ao Banco Econômico S/A na última semana. A decisão concedeu à entidade a reintegração de posse do terreno que havia sido invadido após os desastres naturais do mês de novembro por cerca de 40 famílias na rua Antônio Moser, no Jardim Primavera.
A empresa entrou com a ação de reintegração de posse no mês de dezembro e aguardava apenas uma decisão judicial para retomar o espaço. Até o fechamento desta edição, os moradores ainda não haviam sido comunicados oficialmente sobre o parecer da Justiça e previsão é de que todos recebam a intimação até esta segunda-feira, 16.
O advogado que representou a causa em nome do Banco Econômico S/A, Celso Garcia, esclarece que a partir do momento em que os moradores receberem o comunicado, terão 15 dias para deixar o local espontaneamente. "Caso eles se recusem a deixar o terreno, poderemos solicitar reforço policial para que a liminar seja cumprida".
Apesar de a medida parecer extrema, Celso explica que só será utilizada caso seja estritamente necessário. "Sabemos que se trata de uma situação delicada, pois envolve uma questão social. Por isso vamos deixar fluir os prazos judiciais e esperar que a desocupação aconteça de maneira espontânea", destaca o advogado.
Porém, os moradores revelam que não pretendem deixar o local. "O bom seria se a Prefeitura negociasse com o dono do terreno pra gente ir pagando aos poucos. Vamos tentar conversar pra ver no que dá", diz Odair Matoso, que trabalha como pedreiro e possui uma pequena casa no local.
Valdir Busa, que na manhã de ontem, quinta-feira, trabalhava na construção de uma casa de madeira, diz que só sairá do local se os responsáveis pelo terreno derem um outro lugar para ele e sua família ficarem. "Não tem mais pra onde ir e não posso pagar aluguel com o salário que eu ganho", conta.
Impasse
A invasão do terreno localizado no Jardim Primavera teve início logo após os desastres naturais que atingiram a cidade. Em pouco tempo, diversas famílias se alojaram no local e começaram a construir pequenas casas de madeira improvisadas com a ajuda de outros moradores, já que a região em que moravam foi considerada como área de risco.
A divisão do espaço no terreno ficou por conta da própria comunidade, que separou a área em cerca de 40 lotes, um para cada família. Cada pedaço de terra possui aproximadamente 10 metros de frente e 20 metros de fundo. As casas foram construídas no terreno devido à proximidade com suas antigas residências, já que residem na região há anos e não queriam deixar o local.
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