Mais animais são envenenados - Jornal Cruzeiro do Vale

Mais animais são envenenados

17/04/2009

7MD.jpgCom uma pá suja de barro, o morador do bairro Santa Terezinha, João Pedro Teodoro, passou a manhã da última quarta-feira, 15, enterrando seus animais de estimação. O cachorro e o gato, que haviam sido adotados pela família no início do ano, foram vítimas de envenenamento e agora João reúne provas para registrar um Boletim de Ocorrência na Delegacia e lutar pela punição dos culpados.
O crime aconteceu na noite de terça-feira. O morador conta que os poucos minutos que levou para fechar o portão de sua casa e desligar a televisão foram suficientes para que alguém jogasse um pedaço de carne no terreno. "Quando minha filha foi trazer o gato para dentro de casa, viu que ele estava com algo na boca e pegou na mão. Na hora gritei para ela soltar porque não sabíamos o que era", explica.
A esposa de João, Scheila Maria Geviewski, revela que ficou preocupada pois sua filha, que tem apenas seis anos, poderia ter entrado em contato com o veneno e depois levado a mão à boca ou aos olhos. "A pessoa que faz isso deveria ter consciência que pode haver crianças na casa. Nem sei o que faria se minha filha tivesse sido afetada". Apenas um gato não entrou em contato com a comida envenenada e permanece bem.
Scheila destaca que sua família sempre teve animais de estimação e que seus filhos gostam muito de brincar com os bichos. "Antes da enchente de novembro nós tínhamos outros animais e quando eles morreram meus filhos ficaram muito tristes. Tiveram até que tomar remédio", revela a moradora.
A companheira de trabalho de Scheila, Eda Marian Zonta, diz que amarrou seu cachorro em casa para evitar que ele circulasse pelo quintal. "Ficamos com medo que alguém pudesse jogar algo em nosso terreno também", ressalta.
No momento em que encontraram os animais mortos, Scheila e João e registraram o fato em fotografias. Além disso, guardaram um pedaço da carne que foi ingerida pelo gato e pelo cachorro a fim de verificarem a existência do veneno no alimento.

O que fazer em caso de envenenamento
Ao encontrar um animal morto com suspeita de envenenamento, recomenda-se ao dono do animal que registre o fato através de fotografias e leve o corpo e os restos do alimento suspeito de conter veneno para um veterinário, que poderá encaminhar o caso a um órgão competente para fazer a necrópsia e emissão de um laudo oficial da causa da morte.
Com o material em mãos, é possível registrar um Boletim de Ocorrência na Delegacia. A partir daí, a polícia fica encarregada de verificar os fatos e identificar os culpados, aplicando as punições previstas na lei.

O que diz a Lei:
É considerado crime praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais. A pena para quem comete o crime é de detenção de três meses a um ano e multa, sendo que ainda pode ser aumentada de um terço a um sexto se ocorrer a morte do animal.
A Lei serve para os animais domésticos mais comuns como cães, gatos e pássaros, além de cavalos usados em trabalho de tração e animais criados e domesticados em sítios, chácaras e fazendas.

Saiu no Cruzeiro
No início do mês de abril o Cruzeiro noticiou um fato semelhante, registrado na rua Paulina Berkenbrock Gorisch, no bairro Coloninha. Na ocasião, a moradora Maria de Lurdes Motta, 25 anos, encontrou cinco de seus animais de estimação mortos e desde então o caso se repetiu com outros moradores, totalizando oito mortes na região.
Apesar da indignação com a ação criminosa, Maria decidiu não registrar um Boletim de Ocorrência por não acreditar que os culpados possam ser identificados. "Não temos como saber quem fez isso. Agora estou só com um animal e cuida para que o fato não se repita", revela a moradora.

 

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