Moradias serão entregues só no final do ano - Jornal Cruzeiro do Vale

Moradias serão entregues só no final do ano

26/05/2009

Dividir a cozinha, o banheiro e a área de serviço com outras 30 famílias não tem sido fácil para Giseli Fabiani Cordeiro. A jovem mãe de 28 anos é uma das muitas mulheres que ainda reside no abrigo provisório construído para as famílias desabrigadas pela tragédia de novembro e que há seis meses espera por um novo lar.
A espera de Giseli e de todos os demais moradores do abrigo está longe de ter um fim. A previsão da equipe da Prefeitura é de que as casas populares doadas ao município só deverão ser entregues às famílias no final do ano, quando a tragédia completará um ano.
Apesar de já ter adquirido um terreno na localidade da Margem Esquerda, a Prefeitura, através da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento, ainda está elaborando o projeto urbanístico do local. Lá serão construídas 100 das 170 casas que serão entregues para as famílias desabrigadas. A expectativa é de que o projeto termine em no máximo três semanas para só então dar início a terraplanagem do terreno para depois dar início às obras de construção das casas.
O secretário Rodrigo Althoff explica o porquê da demora: "é preciso montar a infraestrutura do local para então poder iniciar a construção das casas, que deve demorar cerca de três meses, mais ou menos", projeta o secretário.
A Prefeitura ainda procura outro terreno para erguer 70 casas e instalar as famílias atingidas. "Estamos procurando, mas ainda não encontramos um local adequado para construir estas residências", explica Rodrigo.

Casas
Ao todo, 170 casas populares serão erguidas na cidade. Destas, 74 são provenientes de recursos doados pelo rei da Arábia Saudita, Abdullah Bin Abdul Al Aziz Saud. Outras 36 serão construídas com recursos do Instituto Ressoar, 30 serão erguidas através da Companhia de Habitação do Estado de Santa Catarina, e outras 30 serão erguidas por uma empresa privada.

"Dividir espaços é a pior coisa"

foto9MD.jpgGiseli mora com o marido e com os dois filhos em uma das casas improvisadas no abrigo municipal. Para ela, dividir espaços como banheiro e cozinha é que são as coisas mais difíceis que acontecem no local. "Temos nossa casa provisória, não é ruim aqui, mas é difícil, pois nunca é como se fosse na nossa casa", conta a senhora, que não consegue trabalhar, pois não há vaga para seus filhos nas creches da região.
Giseli morava no Bateias e teve sua casa completamente destruída pela tragédia. Ela perdeu tudo. Saiu de casa apenas com os filhos e com os documentos. Tudo o que ela tem hoje foi doado por pessoas da comunidade. "Estou muito ansiosa para ter minha casa de volta", conta.
O abrigo municipal fica no bairro Santa Terezinha, em um galpão de uma empresa que estava desativada. O local foi alugado pela Prefeitura.






Lindacir aguarda ansiosa a ida para sua nova casa

foto10MD.jpgLindacir Monteiro, 31 anos, não perdeu sua casa, porém, o local onde ela morava com o marido e os quatro filhos está interditado e a família não pode voltar para lá e por isso todos aguardam ansiosos a entrega das casas populares. "A gente pensa nisso todo dia. Quando vierem aqui dizer que entregarão nossa casa vai ser o dia mais feliz d aminha vida. Não vou nem esperar, vou arrumar minhas coisas e ir pra minha casa. É muito difícil ficar aqui no abrigo. Dividimos muitas coisas e eu não estava acostumada com isso", comenta.
Para Lindacir a pior coisa é limpar o banheiro. "Na nossa casa o banheiro era apenas da nossa família, aqui é de outras pessoas também e por isso não para limpo. É muito ruim", conta.
A senhora morava no bairro Bela Vista, tinha sua casa própria e trabalhava fora. No abrigo não conseguiu creche para os filhos e por isso está desempregada. Apenas o marido trabalha para sustentar a família.

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