Dona Salvelina de Carvalho, dona de casa de 56 anos, toma, desde as chuvas da última enchente, muitos cuidados ao fazer qualquer atividade que envolva água em sua casa, localizada na rua Augusto Jacinto dos Santos, bairro São Pedro. Isto porque um pedaço do morro onde mora cedeu, levando barro até a casa debaixo e também parte da água e resíduos de esgoto da tubulação de sua casa, que se rompeu devido à queda do barro. ?Tenho um cômodo da casa em que a água está canalizada em outra tubulação. Quando lavo roupa, por exemplo, tiro toda a água com um balde e jogo no ralo ligado a esta tubulação. Mas quando tomamos banho, a água corre toda para a casa debaixo, que é de minha sobrinha, e o cheiro é insuportável?, explicou.
Ela sempre morou no local e conta que um problema parecido já havia ocorrido uma vez. Devido à queda do morro, uma parte da entrada que há em frente a sua casa cedeu e não é mais possível estacionar carros na garagem. ?Acredito que haja uma infiltração aqui e por isso aconteceu de o morro cair com a chuva?, contou. Ela conta que entrou em contato com a Prefeitura há cerca de duas semanas, porém, até o momento, a situação continua a mesma.
O barro e a água encostam na casa de Tânia Regina Machado e causam preocupação à moradora e aos outros familiares que moram na localidade. Sua mãe, Tereza Machado, 69 anos, contou que assim que o barranco veio abaixo algum cano se arrebentou e iniciou o problema. ?Não sei se é um cano de água tratada, se é de esgoto ou se seriam os dois. Mas às vezes dá mau cheiro e acredito que qualquer hora irá água na minha casa também, já que eu moro ao lado?, declarou.
Tereza, como toda a mãe, está preocupada com a situação da filha e conta que Tânia tem a intenção de construir um puxadinho ao lado da casa da mãe para ter um lugar seguro para dormir. Ela acredita que a qualquer momento um novo pedaço do morro pode ceder e cair sobre a casa, apesar de os moradores terem colocado uma lona para impedir as chuvas de chegarem até a parte atingida. ?Minha filha entrou em contato com a Defesa Civil e disseram que não deveríamos mexer ali ainda?.
O que diz a Prefeitura
De acordo com a coordenadora da Defesa Civil de Gaspar, Mari Inês Testoni Theiss, há uma chamada feita por alguém da rua, relatando os problemas relacionados ao morro. Ela afirmou que encaminhou a situação à Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento para que um engenheiro a avalie. ?Com o laudo do engenheiro saberemos se será necessário interditar o local ou se há uma solução técnica e aí entraremos em contato com a família. Temos que avaliar também se esta solução é de responsabilidade da Prefeitura ou dos moradores?, esclareceu.
Edição 1332
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