Mulheres modernas que optam por não viver a maternidade - Jornal Cruzeiro do Vale

Mulheres modernas que optam por não viver a maternidade

06/05/2011

fotocapapequena1MD.jpgPor Fernanda Pereira

Elas sempre sonharam com o véu e a grinalda, porém, nunca se imaginaram trocando fraldas ou acordando de madrugada para dar de mamá. São mulheres que optaram por não dar continuidade à espécie. Elas escolheram não ser mãe.

Indiscutível até meados do século XX, a opção de evitar uma gestação tornou-se comum entre as mulheres modernas, que entre a carreira e a vida familiar optam pela primeira, focadas em ter sucesso profissional e independência. O que antes era obrigação, tornou-se opção, dando à mulher a oportunidade de decidir se quer ou não contribuir com a construção das futuras gerações.

Apesar da mudança neste perfil feminino, muitas mulheres ainda temem serem vistas com maus olhos pela sociedade somente por terem optado por não ser mãe. São mulheres como Sabrina*, que não quis ter seu nome revelado nesta reportagem para evitar julgamentos, inclusive de sua família. Ela relata que mesmo antes de se casar já ouvia comentários da família sobre quando ela teria um filho e isso a desmotiva ainda mais. ?Para mim, essa é uma decisão que deve ser consciente. Hoje não quero ter filhos e não me imagino sendo mãe, tenho outras prioridades em minha vida no momento, mas nada impede que um dia eu mude de ideia?, comenta.

O psiquiatra e psicoterapeuta Luiz Cuschnir afirma, em seu site, que quando a mulher realmente se conhece, tem um projeto de vida consistente e está amadurecida, mais condições tem de decidir se quer ou não tornar-se mãe. ?Separar o que é circunstancial do que é essencial para sua vida pode ser uma fórmula para chegar a alguma decisão?, indica.

A falta desta certeza é o que ainda impede a fisioterapeuta Juliana*, que também não quis revelar sua identidade, de decidir de forma definitiva se terá ou não filhos. ?Na verdade, eu não sinto vontade até o momento de ser mãe, e realmente não posso garantir que daqui alguns anos não venha a ter vontade. É complicado dizer que é definitivo, até porque tenho mais de 30, mas mesmo assim ainda tem tempo para tentar se mudar de idéia?, relata. Para ela, criar um filho nos dias atuais é muito difícil por vários motivos como falta de tempo ou até pela questão financeira. ?Temos que pensar muito antes de colocar um filho no mundo. Atualmente minhas prioridades são outras, ter uma situação financeira estável, ter um bom emprego e também ter certa liberdade em sair e viajar, que não se tem quando os filhos chegam?. afirma.
Para Cuschnir, não se consegue certeza em nada na vida. ?A vida será sempre muito diferente pelo simples fato de se ter um filho: maternidade é para sempre. E quem tem precisa saber que vai sofrer, por um motivo ou outro. Mas é difícil aparecer nos meus atendimentos alguma mulher que tenha se arrependido por ter virado mãe, mesmo aquelas que passam por fases de intenso sofrimento na relação conjugal ou na maternidade?, ressalta.

*Os nomes das entrevistadas foram trocados para preservar a identidade, pois ambas acreditam ainda haver muito preconceito da sociedade com relação às mulheres que escolhem não ser mães.

 

fotopg13boxcolorMD.jpg Quero mesmo ser mãe?

Por mais imunes que as mulheres adultas e independentes do século XXI estejam à pressão familiar, por maior realização profissional que experimentem, a ordem estabelecida na sociedade ainda mantém a expectativa de que as mulheres tenham filhos e constituam família.

E conforme o relógio biológico avança, independentemente da vontade, chega o momento em que é preciso dar conta de que, talvez, seja mesmo hora de tomar uma decisão.

O livro ?Quero mesmo ser mãe?, de autoria de Maristela Tesseroli, Renata Freitas e Valéria Forner, traz uma reflexão sobre o assunto embasada em entrevistas com especialistas da área, como pediatras, obstetras, psicólogos e sociólogos.
Se é preciso pensar bastante sobre o que, de fato, você quer - com todas as implicações de sua decisão -, nada como estar bem informada e conhecer a experiência de quem também passou por esse momento tão importante.



Dia das Mães foi instituído oficialmente em 1914


No segundo domingo de maio comemora-se o Dia das Mães. A data surgiu em virtude do sofrimento de uma americana que, após perder a mãe, passou por um processo depressivo.

As amigas mais próximas de Anna M. Jarvis, para livrá-la de tal sofrimento, fizeram uma homenagem para sua mãe, que havia trabalhado na guerra civil do país. A festa fez tanto sucesso que em 1914, o presidente Thomas Woodrow Wilson oficializou a data, e a comemoração se difundiu pelo mundo afora.

gos. Os povos gregos faziam uma comemoração à mãe dos deuses, Reia. Na Idade Média os trabalhadores que moravam longe de suas famílias ganhavam um dia para visitar suas mães, que os ingleses chamavam de ?mothering day?.

Mãe é a mulher que gera e dá à luz um filho, mas também pode ser aquela que cria um ente querido como se fosse sua geradora, dando-lhe carinho e proteção.
Fonte: www.brasilescola.com

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