Onde estão os trabalhadores? - Jornal Cruzeiro do Vale

Contrata-se empregados. Basta dar uma passada pelas empresas da cidade para observar a grande oferta de vagas de trabalho. A situação se repete no Sistema Nacional de Empregos, Sine, que todas as semanas está com mais de 50 vagas abertas para trabalhadores com ou sem experiência.

A falta de mão de obra é registrada em Gaspar há vários anos, porém, vem se agravando nos últimos meses e é sentida por quase todos os empregadores. Márcio Roberto, responsável pelo setor de RH da empresa Isapatex, conta que precisou fechar um turno de trabalho por falta de empregados. "Estávamos com as vagas abertas há muito tempo e não conseguíamos contratar ninguém, então decidimos encerrar o turno e terceirizar o trabalho para facções de localidades distantes, onde há mão de obra", conta.

A situação não é diferente na empresa Bordados Estrela. O proprietário Marlon Augusto Tomio conta que está há três anos com dificuldade para contratar funcionários.

Samara Corradi, responsável pelo Sine de Gaspar, explica que há vários fatores que dificultam o preenchimento de determinadas vagas na cidade. Os principais são: a necessidade de mão de obra qualificada, a grande rotatividade nas empresas e a falta de vagas para pessoas sem experiência. "Não é fácil encontrar mão de obra qualificada, pois muitas pessoas que procuram o Sine vieram de cidades do interior, onde o ensino não tem tanta importância e por isso não possuem estudo. A grande rotatividade de empresas também é um problema, ou seja, trabalhadores não permanecem muito tempo nas empresas em que trabalharam, gerando desta forma certa insegurança ao futuro empregador", justifica.

Os empregadores confirmam o levantamento feito pelo Sine. "Já contratei jovens com 20 anos e que estavam na segunda carteira de trabalho. Os trabalhadores mudam de emprego com muita frequência e isso prejudica a produção", desabafa Marcio. Para Marlon Augusto, da Bordados Estrela, o principal problema é que os trabalhadores querem ganhar um salário acima da média sem nem ao menos ter experiência ou escolaridade.

Qualificação

"O que percebemos em contato com outras agencias do Sine e até agências de emprego é que em nossa região não há problema de vagas, e sim de baixa qualificação de mão de obra", destaca Samara. Para solucionar este problema a responsável pelo Sine recomenda aos trabalhadores que procurem se profissionalizar. "O Sine disponibiliza todo ano cursos gratuitos para pessoas que queiram se especializar em alguma profissão, e para aqueles que não possuem muito estudo, indicamos o EJA, Educação para Jovens e Adultos, para que possam concluir o ensino fundamental e médio, para que desta maneira possam ter mais oportunidade de emprego e possam crescer profissionalmente", sugere.