A notícia de que a Prefeitura pretende adquirir um terreno no Poço Grande para construir residências para as famílias que ficaram desabrigadas com a tragédia de novembro assustou os moradores do bairro, que fizeram uma reunião com a Associação de Moradores para decidir se a comunidade apoia ou não a aquisição do local.
O encontro aconteceu na noite da última sexta-feira, 3, e os moradores decidiram não aprovar o projeto da Prefeitura.
Em contrapartida, a Associação apresentou ao prefeito Pedro Celso Zuchi, na tarde de sábado, um novo terreno, onde poderiam ser erguidas cerca 20 casas para abrigar algumas famílias. O prefeito aceitou a proposta da comunidade e na manhã de segunda-feira, 6, uma equipe da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento esteve no local analisando o novo terreno.
A análise feita pela equipe da Prefeitura foi encaminhada à Companhia de Habitação de Santa Catarina, Cohab, na tarde desta segunda-feira. É a Cohab que vai repassar ao município os R$ 2,3 milhões para aquisição dos terrenos e por isso são seus técnicos que decidirão qual o melhor terreno a ser adquirido.
O secretário de Planejamento e Desenvolvimento, Rodrigo Althoff, explica que além de mais caro, o terreno apresentado pela comunidade não possui infraestrutura suficiente e também foi atingido cerca de 50 centímetros durante a enchente de novembro e precisaria ser aterrado. "Encaminhamos este parecer à Cohab e eles é que dirão se o terreno é viável. Se eles aprovarem, mudaremos de local e atenderemos ao pedido da comunidade, porém, se o terreno não for aprovado, vamos manter o projeto anterior", explica o secretário.
A Associação de Moradores revela que, caso a Prefeitura decida manter o projeto inicial, os moradores irão organizar uma manifestação na rodovia Jorge Lacerda e também um abaixo assinado contra o projeto.
IMPASSE
O presidente da Associação de moradores do bairro, Gilberto Schmitt, explica que a comunidade não é contra a instalação de algumas famílias no bairro. "Não somos contra a construção destas casas, mas sim contra a concentração de muitas famílias em um único local. Não há infraestrutura no bairro para receber muitas famílias. Somos a favor de que a Prefeitura distribua estas famílias desabrigadas em vários bairros" explica Gilberto.
Segundo o secretário Rodrigo Althoff, em nenhum momento a Prefeitura quis abrigar todas as famílias em um único local. "Temos quatro terrenos, um no Poço Grande, outro na Margem Esquerda, um no Macuco e outro no Barracão, onde serão erguidas estas casas. São terrenos livres de enchente e que apresentam os critérios solicitados pela Cohab. No terreno do Poço Grande será possível formar 50 lotes, porém, nem todas as casas serão erguidas neste primeiro momento", explica Rodrigo.
A Cohab exige que os terrenos estejam livres de enchente, tenham um bom preço e possuam equipamentos urbanos como energia elétrica, rede de água, rede de esgoto, e condições para construção de escola, posto de saúde, e área de lazer, entre outras exigências. Segundo Rodrigo, serão observados critérios socioeconômicos e culturais antes de dividir as famílias.
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