A presença das viaturas da Polícia Militar às margens da rodovia Jorge Lacerda, em Ilhota, chamou a atenção de todos que passaram pelo local na manhã desta segunda-feira, 21. Depois do desabamento de três casas na manhã da última sexta-feira, a equipe da Defesa Civil da cidade vizinha decidiu demolir as demais construções que apresentavam riscos de desabar.
Ao todo sete construções foram demolidas, seis casas e um estabelecimento comercial. A demolição ocorreu durante toda a manhã de ontem e foi apoiada pela equipe da polícia militar, que garantiu a segurança dos trabalhadores e dos veículos que passavam pela rodovia.
Antônio Fonseca aproveitou a escolta policial para retirar os restos de madeira da casa onde morava com a filha de cinco anos de idade. O morador havia deixado o local no dia 13 de março, quando a primeira rachadura apareceu. ?Não quis por a vida da minha filha em risco e por isso saí. Foi sorte, pois sexta-feira parte da minha casa desabou. Agora vou ver o que consigo aproveitar destas madeiras e tentar reconstruir minha vida. Mas não tenho para onde ir?, relata o morador que por enquanto está hospedado na casa de sua mãe.
Antônio e todas as outras famílias que deixaram suas casas precisarão buscar ajuda da Secretaria de Assistência Social de Ilhota que, segundo o prefeito Ademar Felisky, vai cadastrar estas famílias para receberem as moradias populares que estão sendo erguidas no bairro Missões. ?Por enquanto estas pessoas estão alojadas em casas de parentes. Mas vamos dar assistência para todas elas?, garante o prefeito.
Ivo Varela, que tinha uma loja e residia no local, preferiu não esperar pela Prefeitura e já alugou uma casa para ficar com a família. Ao todo seis pessoas moravam em sua casa e na manhã desta segunda-feira o empresário esteve no local para retirar a placa de sua loja. ?Não tenho como abrir minha loja em outro local, perdi toda a mercadoria e esse era meu único sustento?, desabafa o morador.
Geólogo
Segundo Paulo Drunn, diretor da Defesa Civil de Ilhota, não há outras moradias em risco aparente nas margens do rio Itajaí-Açú, porém, um geólogo da UFSC já foi acionado e será enviado pela Defesa Civil Estadual para avaliar toda a margem do rio, desde a divisa de Ilhota com Gaspar até a divisa com Itajaí. ?Se formos informados de que novas construções estão em risco vamos interditar e se for preciso demolir. O que importa é garantir a segurança das pessoas?, afirma o diretor, que acompanhou de perto os trabalhos de demolição realizados na manhã desta segunda-feira. No início de 2010, outras três moradias foram demolidas nas margens do rio Itajaí-Açu em Ilhota.
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Construções caem no Rio Itajaí-Açu no centro de Ilhota
Uma extensão de 150 metros às margens do Rio Itajaí-Açu foi interditada pela Defesa Civil de Ilhota, no centro da cidade, no domingo passado, quando rachaduras começaram a aparecer no terreno após as fortes chuvas que caíram no Vale do Itajaí. E, desde então, os moradores foram orientados a deixar o local.
Nesta quinta-feira à noite, às 21h, o barranco cedeu e engoliu casas e um comércio.
O agente da Defesa Civil de Ilhota, Roberto Carlos Merlini, relatou que, naquela local, havia um comércio de moda íntima e residências de sete famílias.
Jandira Siqueira, proprietária da Loja Planeta Modas, perdeu toda a construção, máquinas de costura e o estoque da loja, pois tudo foi parar no rio. ?Consegui recuperar apenas algumas peças de roupa e não sei como vou recomeçar e também não tenho onde morar, já que residia no porão da loja?, lamenta a moradora.
Quem está muito preocupado também é o empresário Ricardo Teixeira de Melo. Ele possui sua residencia, loja e confecção num prédio ao lado do desbarrancamento. Sua construção não foi atingida e a Defesa Civil já contratou um geólogo para analisar as condições do prédio. ?Meu ponto comercial é muito conhecido, sem ele não sei o que fazer?, disse o empresário preocupado com a situação.
Ninguém ficou ferido com o desbarrancamento. As famílias buscaram auxílio nas casas de parentes e amigos.
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