As três famílias que residem na escola desativada Intendente José Spengler, na rua Itajaí, tiveram o fornecimento de água cortado na tarde de ontem, segunda-feira. Com o corte as famílias passaram a conviver com a falta de água e energia elétrica, cortada na quinta-feira, 15.
As famílias residem no local desde 2005, quando foram retiradas do local de risco onde residiam e foram provisoriamente abrigadas na escola desativada. O provisório dura há três anos e desde então a Prefeitura é responsável pelo fornecimento de energia elétrica e água para as três famílias.
José Martins, um dos moradores do local, conta que nenhuma família foi comunicada sobre o corte do fornecimento de energia elétrica e água. "A Prefeitura que nos colocou aqui, e agora simplesmente cortaram a água e a luz, sem nem ao menos nos comunicar", reclama o morador, que garante que, caso houvesse uma conversa, os moradores estariam dispostos a pagar pela energia elétrica e pela água fornecidas pela Prefeitura.
O diretor do Samusa, Andreone Cordeiro dos Santos, explica que a autarquia decidiu cortar o fornecimento de água, pois foi realizado um levantamento socioeconômico que constatou que as famílias possuem carro, moto e aparelhos eletrônicos que revelam o aumento do poder aquisitivo, fato que descaracteriza o fornecimento gratuito dos serviços.
Com o corte dos serviços, as 13 crianças que residem no local passam a conviver sem as condições básicas à saúde, como banho, alimentação adequada, entre outros. O fato chegou ao conhecimento do Juizado da Infância e da Juventude, que estará reunido nesta terça-feira, 20, com representantes da Secretaria de Assistência Social do município e da Promotoria Pública para tomar uma decisão sobre o fato.
Aluguel
Os moradores temem que a Prefeitura determine a saída das famílias do local, porém, segundo Janete Trindade, que também reside no local, as famílias não têm condições de pagar um aluguel pois se inscreveram no programa para adquirir um apartamento no residencial Capitão Lamarca, que está sendo vendido pela Prefeitura para as famílias de baixa renda. "Se formos sair daqui agora não poderemos pagar as prestações deste apartamento", comenta a moradora.
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