Depois de uma acalorada discussão em assembleia realizada na noite desta segunda-feira, os professores do Colégio Frei Godofredo decidiram retornar às salas de aula nesta terça-feira. Segundo a diretora da escola, Viviana Schmitt, poucos alunos ainda apareceram para ter aulas na manhã de hoje. ?Estamos pedindo que os pais mandem as crianças nesta tarde, pois já preparamos a estrutura da escola para recebê-los?, destaca.
Segundo a diretora, a paralisação dos professores já surtiu bons resultados e dois novos profissionais já foram enviados para dar aulas na escola. ?As disciplinas que continuam sem professor nós estamos deixando para a quinta e sexta-feira, quando esperamos que mais profissionais, selecionados na segunda chamada, venham para lecionar em nossa escola?, explica.
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edição 1266
Professores mantém paralisação e Frei Godofredo continua sem aulas
A direção do Frei Godofredo cumpriu as ordens da Gerencia da Educação e abriu as portas da escola para receber os alunos na chuvosa manhã desta segunda-feira, 14, porém, poucos estudantes apareceram para assistir às aulas, que haviam sido canceladas na quinta-feira passada devido à falta de professores.
Apesar da determinação de manter as aulas, os professores decidiram continuar a paralisação e os poucos alunos que apareceram na escola não tiveram aulas nesta segunda-feira. ?Nossa decisão está mantida pelo menos até esta quarta-feira, quando esperamos que mais professores sejam enviados para integrar nossa equipe?, garante o professor e presidente do Conselho deliberativo, Evaristo Luiz Ludwig.
Na noite de ontem, uma reunião entre professores e pais pretendia discutir a situação da escola, porém, até o fechamento desta edição a reunião não havia sido finalizada.
Para driblar a falta dos 30 professores, que estavam na escola mas não deram aulas, a diretora Viviana Maria Schmitt dos Santos, reuniu os alunos para assistirem a um filme e depois fez uma avaliação do ano letivo. ?Não podemos dispensar os alunos que vieram, somente se os pais vierem buscá-los. Por isso estamos fazendo atividades alternativas?, explica a diretora.
Para Viviana a manifestação dos professores é válida. ?Eles estão preocupados com a qualidade do ensino. Desde que iniciaram as aulas estamos sem professores e muitos alunos estavam sendo prejudicados?, ressalta a diretora, que também é professora e afirma que se não houver uma nova política pública para os professores a situação da educação no estado e no país tende a piorar. Viviana aponta a falta de incentivo e reconhecimento dos educadores como a principal causa da redução da formação destes profissionais e garante que é esta redução que dificulta a contratação no início de cada ano letivo.
A manifestação organizada pelos professores parece ter também o apoio dos pais, que pouco reclamaram a situação para a direção da escola. ?Recebemos algumas ligações, mas bem menos do que esperávamos. Os pais compreendem a situação e também querem que seus filhos tenham uma educação de qualidade, com professores em sala de aula?, destaca.
Entenda o caso
Os professores do Colégio Frei Godofredo decidiram paralisar as aulas do educandário desde a a sexta-feira passada até a próxima quarta-feira como forma de chamar atenção do Estado devido a falta de professores no colégio. Ao todo, cinco turmas de primeira a quarta série estão sem professores, além da falta de outros sete profissionais para as demais turmas de Ensino Médio e Fundamental.
O fato chamou a atenção da Gerencia de Educação, que determinou que a direção da escola garantisse a realização das aulas. A direção anunciou que os alunos deveriam ir para a escola, mas os professores permaneciam paralisados até o fechamento desta edição.
A Gerei garante que, com a segunda chamada de professores, que acontece nesta semana, mais educadores serão enviados para a escola. As demais escolas estaduais da cidade e da região também enfrentam o problema da falta de professores, porém, em menor proporção e estão se organizando para garantir as aulas de seus estudantes.
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10/02
Impasse cancela aulas no Frei Godofredo nesta sexta-feira
Um bilhete avisando que a escola Frei Godofredo não teria aulas nos dias 11, 14 e 15 de fevereiro pegou muitos pais de surpresa nesta quinta-feira. O cancelamento das aulas foi motivado pela mudança repentina na direção da escola e pela falta de professores para lecionarem para os mais de 1400 alunos do educandário.
A decisão de cancelar as aulas foi tomada pelo Conselho Deliberativo da escola, que pretendia chamar a atenção da Secretaria de Estado da Educação para as dificuldades que o Frei Godofredo estava enfrentando.
A ideia do Conselho deu certo e na tarde de ontem, dia 10, depois de passar três dias afastada, a diretora Viviana Maria Schmitt dos Santos retornou para a escola, que desde o início da semana estava sem diretora. ?Recebi a orientação de que eu ainda era diretora e deveria retornar. Agora vamos reorganizar a escola. Nesta sexta-feira ainda não teremos aulas, mas na segunda e terça-feira todos os alunos devem vir, pois teremos aulas normalmente?, explica Viviana.
Apesar de ter solucionado o impasse com relação à direção da escola, a falta de professores ainda é uma realidade no Frei Godofredo. Das 15 turmas de primeiro a quarto ano, cinco estão sem professores e para as turmas de Ensino Médio e Fundamental faltam professores de filosofia, matemática, física, artes, química e inglês.
O presidente do Conselho Deliberativo, professor Evaristo Luiz Ludwig, explica que das cinco turmas de primeiro a quarto ano que estão sem professores, duas precisaram ser dispensadas e ex-alunas voluntárias estão cuidando das crianças que os pais não têm com quem deixar e que vão até a escola mesmo sem ter aulas.
Tatilene Pereira é uma destas ex-alunas. Formada no ano passado, a jovem atendeu ao apelo da direção da escola e está indo todos os dias ajudar a cuidar dos pequenos que estão sem supervisão de um profissional. ?Acho uma pena isso, pois prejudica as crianças. Adoro esta escola e por isso estou aqui, para ajudar?, afirma a garota.
O que diz a Gerência de Educação
A falta de professores é justificada pela gerente regional de Educação, Simone Malheiros, devido à falta de professores na primeira chamada. ?A primeira chamada de professores que fizemos não contemplou todas as vagas. Teremos uma segunda chamada entre os dia 14 e 18 e aí acreditamos que todas as escolas terão seu quadro de professores preenchidos?, explica.
Além do Frei Godofredo, a escola Frei Policarpo, no Belchior, também está com falta de muitos professores em seu quadro. As demais instituições de ensino mantidas pelo Estado em Gaspar afirmam que faltam apenas poucos educadores e que devido a uma escala feita pelos professores efetivos estão conseguindo manter as aulas normalmente.
edição 1265
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