A vida de homens e mulheres que escolheram como profissão a estrada não é simples. Eles enfrentam problemas como falta de estabilidade e preconceito e também tem o dia a dia marcado problemas estruturais, como estradas esburacadas e em má conservação. Mesmo assim, é muito difícil encontrar um motorista que não seja apaixonado pela sua profissão. E este é o caso de Amarildo Pereira Ortiz, de 30 anos, motorista do caminhão que faz a coleta de lixo em Gaspar.
Amarildo conta que a oportunidade de dirigir o caminhão coletor surgiu há oito anos. Antes, ele era gari. “Eu gosto do que faço. Não consigo me ver em outro serviço. Pra mim, é uma satisfação trabalhar nessa área”, afirma, demonstrando orgulho do ofício que passou a ser seu ganha pão.
A responsabilidade que gira em torno da sua profissão é grande. É preciso atenção no trânsito e, principalmente, com os coletores, que ficam atrás do caminhão. “A vida nessa profissão não é fácil, não. É preciso ter muita responsabilidade com os coletores, que vão atrás, e prestar atenção no trânsito. Mas esses são detalhes que tornam tudo mais gratificante”.
A falta de paciência de alguns motoristas que se deparam com o caminhão de lixo é outro ponto levantado por Amarildo. “Em alguns casos, as pessoas não entendem que precisamos parar na rua. Eles buzinam e não têm paciência. Mas, não tem problema. Estou fazendo o meu trabalho e o importante é gostar e estar feliz”.
“A nossa profissão traz o bem pra todo mundo”
Entre seis e oito toneladas de lixo. Essa é a quantidade de detritos retirados das ruas de Gaspar em dias normais. Após passar pelos bairros, Amarildo segue dirigindo o caminhão de lixo até o aterro sanitário, onde o lixo é depositado. Nas segundas ou dias após feriados, a quantidade de lixo esperando na beira das estradas é ainda maior. Mas o trabalho, segundo o motorista, é tranquilo. O único ponto levantado por Amarildo é em relação ao descarte de materiais cortantes, como vidros. “As pessoas devem ter mais cuidado com esse tipo de material. Não pode descartar caco de vidro de qualquer jeito”, diz o motorista, preocupado com os colegas que trabalham pegando o lixo e colocando dentro do caminhão.
Amarildo se sente feliz trabalhando como motorista de caminhão de lixo. Com as mãos no volante, ele percorre os bairros de Gaspar com um único pensamento em mente: sua profissão traz o bem para todos.
Já no volante, o que o motorista pede é que as pessoas tenham mais pacientes e sejam mais educadas. “O pessoal deveria ter um pouco mais de paciência com a gente, porque também estamos ali no trânsito e não temos o que fazer, nós precisamos parar o caminhão na estrada, é o nosso trabalho. A nossa profissão é algo que traz o bem pra todo mundo”.
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).