As gestantes gasparenses que planejam dar à luz na cidade podem ser surpreendidas com a necessidade de ter que ir para Blumenau fazer o parto. O problema é consequência da redução do número de médicos obstetras no Hospital de Gaspar, que caiu de 16 para cinco profissionais nos últimos dias do mês de maio.
A saída dos especialistas, conforme explica o diretor administrativo do Hospital, Celso de Oliveira, foi gradativa e é consequência da falta de recursos que a casa de saúde vem enfrentando desde sua abertura, em janeiro do ano de 2010. ?Como operamos com déficit, pagamos os especialistas de acordo com a entrada de recursos e alguns decidiram deixar seus cargos devido a este atraso nos pagamentos?, justifica o administrador, que lamenta a atual situação pela qual vem passando o único hospital da cidade, reaberto para ser referência regional.
Em média, são realizados 55 partos por mês no Hospital de Gaspar. Com apenas cinco obstetras, Celso explica que não há como cumprir todos os plantões e por isso as futuras mamães já começaram a ser enviadas para os hospitais de Blumenau. ?Nesta semana já encaminhamos cerca de cinco mulheres para darem a luz em outros hospitais. Estamos em busca de novos profissionais e esperamos, em breve, sanar esta dificuldade e poder voltar a atender a todas as gestantes que nos procuram?, garante Celso Oliveira.
Recursos
A falta de recursos para manter as atividades do Hospital não é um problema novo.
Celso Oliveira explica que ele é consequência da falta de apoio do Estado, que não está repassando recursos para que o Hospital atenda a comunidade, o que é um dever do Estado, e também da baixa procura da comunidade.
?Esperávamos uma demanda maior de atendimentos. Para que a atual demanda aumente estamos indo em busca de parcerias com médicos de várias especialidades, para que comecem a atender em nosso hospital e realizem suas cirurgias aqui?, explica. Além disso, os administradores estão em busca de mais apoio da classe empresarial e da comunidade, por isso, nesta terça-feira, 31, Celso Oliveira, que também é vereador, fez uso da tribuna da Câmara para pedir que os vereadores se mobilizem em favor da causa do hospital.
?Precisamos do apoio de todos para que nosso hospital possa operar com superávit financeiro?, esclarece.
Apesar das dificuldades, Celso garante que a folha de pagamento de todos os funcionários está sendo honrada e que os atendimentos emergenciais estão sendo garantidos para toda a comunidade. ?O que fazemos é oscilar no pagamento dos médicos, que são prestadores de serviços e não integram nossa folha de pagamento. Isso tem gerado descontentamento de alguns profissionais, mas outros, por sua vez, têm sido muito compreensivos e têm nos apoiado?, revela.
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?Esperávamos uma demanda maior de atendimentos. Para que a atual demanda aumente estamos indo em busca de parcerias com médicos de várias especialidades? |
edição 1297
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