Samae garante que obra que está sendo realizada no Belchior é segura - Jornal Cruzeiro do Vale

Samae garante que obra que está sendo realizada no Belchior é segura

07/12/2010

fotopg8abreMD.jpgA construção de um reservatório de água no Belchior Alto tem causado polêmica entre a população do bairro. Enquanto alguns confiam na segurança do projeto, outros põem em dúvida a capacidade que este teria de reter a água. Depois da tragédia de 2008, quando a água represada fez uma ponte estourar e desceu o morro com grande velocidade e violência, alguns moradores têm receio de que o mesmo possa acontecer com o reservatório. No entanto, o Samae, que executa a obra, e o vereador do bairro, Joceli Campos Lucinda, garantem à população que não há riscos de que isso aconteça.

?Sei que o receio dos moradores é que o reservatório venha a causar prejuízos caso estoure, mas já consultei o Samae, o engenheiro e conversei com Lovídio. É um serviço seguro, que não trará riscos para a comunidade?, tranquiliza o vereador. Joceli afirma que o serviço trará apenas benfeitorias para comunidade, que passará a contar com um melhor fornecimento de água e ressalta também que, por ser vereador, está atento à segurança da comunidade.

Morador da localidade, Valcir Petry, 49 anos, mostrou-se apreensivo quanto ao material usado para reservar a água. Pedras e barro foram utilizados na construção de uma parede, que represa a água. ?Eu não sou contra fazer o reservatório, estou reivindicando que o serviço seja adequado, que usem uma contenção de concreto, que seja suficiente para proteger os moradores?. De acordo com Valcir, o local em que foi construído o dique é um encontro de várias nascentes, que juntas formam um ribeirão, cujo volume de água aumenta muito quando chove. Para Valcir, o material utilizado para represar a água não é considerado adequado por ele por arenoso, o que o morador classifica como ?parecido com macadame?.

A casa de Rita Theiss foi invadida pela água em novembro de 2008, por este motivo, ela se preocupa com o que pode vir a acontecer caso a represa estoure. Ela ainda não foi ao local ver como está a construção, mas vê que a comunidade está dividida e não sabe em que pé estão as coisas, a única coisa que espera é que alguém garanta a segurança de todos. ?Deveriam chamar algum especialista desta área, que conhece bem o meio ambiente, para que dê seu aval. Se ele der, não há motivos para a comunidade ir contra o reservatório?, sugere. A moradora ainda acrescenta que, quando há um desastre da natureza, é possível aceitar as consequências, o que não ocorre quando o desastre é causado pelo homem.

O presidente da Associação de Moradores do bairro prefere ficar isento de opinião enquanto aguarda um parecer técnico da prefeitura. ?Seria prematuro comentar algo nesta altura. Pela comunidade já escutei pessoas se manifestando a favor e contra a obra, mas eu ainda prefiro não me manifestar?, ressaltou Carlos Roberto Pereira, que declara que sem o reservatório poderá faltar água no verão, já que o consumo está muito alto e os poços artesianos não darão conta da demanda.
 

Entenda o caso

A Estação de Tratamento de Água do Samae que existe no bairro Belchior encontra-se desativada desde a catástrofe de dezembro de 2008. O reservatório que antes existia no local, com capacidade para um volume de água menor do que o que está em construção hoje, foi destruído pelos desabamentos de terra e pela força das águas. Para que a ETA volte a funcionar, é necessário que haja um local de armazenamento de água.


fotopg8secundariaMD.jpgO que diz o Samae?

Em comunicado, o Samae afirma que o trabalho que desenvolvem na localidade é feito desde 2008, com o objetivo de que não falte mais água para a população do Belchior Alto. Ao longo deste período, a qualidade da água dos mananciais foi analisada, com frequência semanal, sendo que nos últimos testes realizados, ela começou a apresentar condições reais de ser novamente tratada, o que torna possível que o problema da falta de água seja resolvido. Foi este fato que fez o Samae estudar a possibilidade de recuperar o local, e tomar a decisão para que, pouco a pouco, pudessem iniciar a recuperação necessária para a operação.


A autarquia acredita que nos dias mais quentes que são esperados para este verão, falte água aos moradores daquele local, uma vez que os poços artesianos, de acordo com o Samae, não dão a vazão que o sistema necessita. ?Há de se ressaltar que as benfeitorias que já iniciamos visam somente o bem estar e a garantia de não vir a faltar água àquela querida comunidade, e que o Samae jamais seria irresponsável de fazer qualquer obra que viesse causar qualquer dano aos moradores?, garante o comunicado. Foram utilizadas pedras e barro no local onde antes existia um tapume, o que aumentou a capacidade do reservatório.

edição 1253

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