As equipes dos postos de saúde de todos os bairros da cidade aproveitaram o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, comemorado nesta quinta-feira, 24, para coletar material das pessoas que apresentavam os sintomas da doença. Além da coleta, os profissionais também ofereceram orientações para todos que estavam na fila de espera dos postos no decorrer da semana.
A ação, conforme destaca a enfermeira Rosana Ferreira de Souza, responsável pelo Programa de Combate à Tuberculose em Gaspar, serve para chamar a atenção da comunidade para a doença, que muitas vezes não é levada a sério.
A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria que afeta principalmente os pulmões, mas, também pode ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges. Atualmente, 17 pessoas lutam contra a doença em Gaspar. O número é considerado normal pela equipe de saúde. ?Este número vem aumentando anualmente, mas este fato pode ser positivo, pois significa que as pessoas estão procurando tratamento?, destaca a enfermeira.
O tratamento contra a tuberculose é fornecido pelo Sistema Únicop de Saúde e é gratuito, com duração de seis meses. ?Vamos diariamente na casa das pessoas infectadas para dar a medicação pois como é um tratamento longo, muitas pessoas desistem, e por isso supervisionamos o paciente para evitar esta desistência?, explica Rosana.
Entre os sintomas da doença estão a tosse seca e contínua por mais de uma semana, se apresentando posteriormente com secreção e com duração de mais de quatro semanas. Sudorese noturna, cansaço excessivo, palidez, falta de apetite e rouquidão são outros sintomas. Dificuldade na respiração, eliminação de sangue e acúmulo de pus na pleura pulmonar são característicos em casos mais graves.
Para prevenir a doença é necessário imunizar as crianças com a vacina BCG. Crianças soropositivas ou recém-nascidas que apresentam sinais ou sintomas de Aids não devem receber a vacina. A prevenção inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, e não utilizar objetos de pessoas contaminadas.
A transmissão é direta, de pessoa a pessoa, portanto, a aglomeração de pessoas é o principal fator de transmissão. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotas de saliva que contêm o agente infeccioso e podem ser aspiradas por outro indivíduo contaminando-o. Má alimentação, falta de higiene, tabagismo, alcoolismo ou qualquer outro fator que gere baixa resistência orgânica, também favorece o estabelecimento da doença.
O Dia Mundial da Tuberculose foi lançado, em 1982, pela Organização Mundial de Saúde e pela União Internacional Contra a Tuberculose e Doenças Pulmonares. A data foi uma homenagem aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da tuberculose, ocorrida em 24 de março de 1882, pelo dr. Robert Koch. O descobrimento foi um grande passo na luta pelo controle e eliminação da doença que, na época, vitimou grande parcela da população mundial e hoje persiste com 1/3 da população mundial infectada: 8 milhões de doentes e 3 milhões de mortes anuais.
O Dia Mundial de Combate à Tuberculose não é uma data para comemoração. É sim uma ocasião de mobilização mundial, nacional, estadual e local buscando envolver todas as esferas do governo e setores da sociedade na luta conta esta enfermidade. É o marco fundamental de uma campanha que dura até o fim do ano corrente, fator fundamental para a intensificação das ações de controle da doença. No Brasil, a data tornou-se o início da Semana Nacional de Mobilização e Combate à Tuberculose que vai até o dia 28 de Março. O dia 17 de novembro também é referenciado para TB como data de mobilização nacional, estadual e local.
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No Brasil, estimativas apontam que a 7.500 pessoas ainda morrem, por ano, vitimadas pela doença. Hoje, o país ocupa o 22º lugar entre os que têm mais alta carga da doença e, além disso, é a primeira causa morte dos portadores de HIV e a terceira no Brasil.
Apesar dos relevantes dados sobre a doença, apresentados ano após ano, o Ministério da Saúde só passou a tratar a tuberculose como prioridade em 2003. Mas o fato é que toda população brasileira tem direito ao diagnóstico e tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS).
Os dados confirmam que mais de 75 milhões de casos são diagnosticados ao ano e destes, 10% são retratamento. Ou seja, pacientes que por algum motivo, abandonam o tratamento, ou tratam de forma inadequada, e assim não conseguem encontrar a cura e, desta forma acabam aumentando os números de casos notificados e os óbitos.
Nos últimos anos, o Brasil e o mundo vêm ampliando os esforços para o controle da tuberculose, que continua sendo um importante e grave problema de saúde pública, essencialmente em função do aparecimento da Aids, do aumento do processo migratório e da pobreza.
Fonte: Ministério da Saúde
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