A cabeceira da ponte Hercílio Deeke corre o risco de desabar. Esta é a conclusão que a diretora da Defesa Civil de Gaspar, Mari Inês Testoni Theiss e o diretor de Trânsito, Emerson Andrade, chegaram após realizar uma vistoria no local.
O laudo foi assinado no final de janeiro deste ano, após uma reportagem publicada pelo Jornal Cruzeiro do Vale denunciando que a cabeceira da ponte estava cedendo e, apesar da grave constatação, até o momento a Administração Pública Municipal nada fez para recuperar a estrutura da ponte.
Somente após a ruptura da tubulação que leva água para tratamento na ETA I do Samae, na manhã da última sexta-feira, 26, é que a Prefeitura proibiu a passagem de veículos acima de 5 toneladas pelo local, uma das três recomendações feitas pelos especialistas no final de janeiro. As outras duas recomendações eram para que um especialista fosse contratado para periciar o local e que o peso de veículos sobre a ponte, atualmente limitado a 10 toneladas, fosse reavaliado.
Até o fechamento desta edição a passagem de veículos pesados pela ponte continuava proibida e os agentes da Diretoria de Trânsito estavam no local para coibir a passagem destes veículos.
Restauração
O secretário de Planejamento e Desenvolvimento, Soly Waltick, garante que existe uma preocupação do Governo com a ponte e que um projeto de recuperação será executado após uma nova perícia. "Ainda não temos um agendamento para esta nova perícia, pois estão sendo contatadas as empresas que tenham disponibilidades para efetuar o trabalho", explica o secretário.
A última perícia oficial feita no local data de 2005. Na época, o engenheiro Perci Odebrecht indicou ser urgente a restauração completa das armaduras de concreto, a recuperação das vigas do trecho e pontos específicos da infraestrutura, além de outros serviços com o objetivo de evitar dilatações e eliminar as infiltrações.
A última recuperação na Ponte Hercílio Deeke foi realizada logo após a grande enchente de 1983.
Nova ponte não tem previsão
A ponte Hercílio Deeke é o único acesso que liga as duas margens do rio Itajaí-Açu em Gaspar. Uma nova ponte vem sendo projetada pela Administração Municipal há mais de cinco anos, porém, até o momento a obra não possui previsão de início.
O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Soly Waltrick, destaca que o prefeito tem se empenhado na construção desta nova ponte, que oferecerá uma travessia segura à comunidade, e para tanto conta com R$5,5milhões empenhados no Ministério das Cidades.
"Esta semana a prefeitura estará realizando a pré-qualificação das empresas para posteriormente licitar a obra", revela o secretário.
Após o rompimento da tubulação que leva água para ser tratada na ETA I do Samae, na última sexta-feira, a equipe de Obras da Prefeitura fez um remendo no local, colocando pedaços de madeira para calçar a estrutura da ponte.
Defesa Civil e Ditran constatam irregularidades
A vistoria realizada pela Defesa Civil e pela Ditran no final do mês de janeiro constatou diversas irregularidades na ponte Hercílio Deeke, como a existência de degrau de abatimento, trincas infiltração, inclinação para esquerda, entre outros problemas. Veja abaixo o que constatou a vistoria:
1. A risco eminente para pedestres, ciclistas, veículo de passeio e transportes que se utilizam desta via.
2. Esmagamento causado pela inclinação da cabeceira contra a estrutura de concreto, onde localizava-se a estrutura de uma cancela.
3. Danos no pavimento de concreto, fato este que causa grande vibração na estrutura no momento da passagem de caminhões e veículos de médio porte.
4. Deslocamento para a esquerda do protetor de corpo em torno de 5cm (primeiro vão bairro/centro).
5. Danos na estrutura do passeio pondo em risco pedestres e ciclistas.
6. Inclinação para a esquerda (bairro/centro) em torno de 7,5 cm.
7. Degrau de abatimento demonstrando que houve inclinação da cebeceira (em direção à residência da Sra. Deggau).
8. Pode ser verificado que houve inclinação para o lado esquerdo, observando a pintura feita na mesma em 2008 pela Diretoria de Trânsito (fato este visível na data desta vistoria)
9. Inclinação visível tomando como base o guarda corpo, inclinação em torno de 15cm, degrau de abatimento em torno de 7,5cm.
10. Rachadura no concreto que sustenta aterro da cabeceira da ponte.
11. Infiltração e rachadura.
12. Pedaço de concreto que se soltou da estrutura da cabeceira.
13. Tubulação adutora Samusa.
14. Trinca existente na estrutura de concreto, que dá sustentação ao aterro da cabeceira.
15. Ferragem exposta viga junção da estrutura da ponte com a cabeceira (lado direito bairro/centro).
16. Rachadura na estrutura de concreto da cabeceira da ponte no lado direito bairro/centro
17. Obra realizada pelo Samae para colocação de tubulação ára captação de água pode estar contribuindo para acelerar o processo de inclinação da cabeceira, devido a infiltração e remoção da terra no momento da colocação da tubulação.
_____________________________________
O trânsito voltou a ser liberado em duas pistas na ponte Hercílio Deeke no final da tarde de sexta-feira, 26. A liberação ocorreu após o término dos reparos da adutora que leva a água bruta até a ETA I e que passa sob a ponte. Segundo a assessoria de imprensa do Samae, após uma nova vistoria técnica no local, verificou-se que o rompimento deu-se por causa do desgaste de uma das peças da tubulação.
Apenas veículos pesados é que permanecem impedidos de trafegar pela ponte. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, os agentes de trânsito estarão 24h no local para garantir que nenhum caminhão atravesse a ponte. Os ônibus coletivos do município que fazem o transporte entre as duas margens funcionam normalmente.
__________________________________________
Depois de várias denúncias do jornal Cruzeiro do Vale relatando que a cabeceira da ponte Hercílio Deeke estava cedendo, a prefeitura de Gaspar resolveu interditar nesta manhã de sexta-feira, 16, a passagem de caminhões com mais de 5 toneladas. Nesta manhã de sexta-feira, o trânsito sobre a ponte acontecia em meia pista.
O prefeito de Gaspar, Celso Zuchi, o secretário de Planejamento Soly Waltrick e o presidente do Samae, Lovídio Bertoldi, fizeram uma vistoria na ponte na manhã desta sexta-feira e resolveram interditar imediatamente a ponte para veículos pesados. Somente automóveis, caminhonetes, caminhões pequenos, motos, bicicletas e pedestres poderão transitar.
A adutora do Samae que leva água até o Morro do Samae e passa sob a ponte também apresentou vazamentos devido ao problema. O Samae vai consertar o problema somente no final da tarde para não deixar a cidade sem o abastecimento de água.
O prefeito de Gaspar afirmou que a ponte será interdita para colocação de uma viga de sustentação para amenizar o problema. Ele também informou que está entrando em contado com o secretário Regional de Desenvolvimento, Paulo França, para solicitar um engenheiro para fazer um laudo técnico sobre as verdadeiras condições da ponte.
A ponte deve ficar interditada por tempo indeterminado.
____________________________________
Notícia divulgada pelo Cruzeiro do Vale em 26 de fevereiro de 2010
A Ponte Hercílio Deeke continua cedendo a cada dia. Basta passar pelo local para perceber a gravidade da situação, denunciada pelo Jornal Cruzeiro do Vale em meados de janeiro deste ano. Fica a pergunta: o que a Prefeitura está fazendo para solucionar o problema?
___________________________________
Notícia divulgada pelo Cruzeiro do Vale em 03 de fevereiro de 2010
A restauração completa das armaduras de concreto, a recuperação das vigas do trecho e pontos específicos da infraestrutura, além de outros serviços com o objetivo de evitar dilatações e eliminar as infiltrações. Estas são algumas das obras apontadas pelo engenheiro Perci Odebrecht como essenciais para que a ponte Hercílio Deeke possa continuar a receber o grande fluxo de veículos que passam pelo trecho atualmente.
Todas as especificações estão no último laudo técnico da ponte, elaborado no ano de 2005 a pedido dos gestores municipais da época. O documento aponta as condições de trafegabilidade da ponte, que foram consideradas como "preocupantes" na época devido ao índice de corrosão das armaduras de aço, que dão sustentação à obra.
Os problemas da ponte ficaram ainda mais visíveis este mês com o aparecimento de ferros e rachaduras.
Na cabeceira da Margem Esquerda, por exemplo, uma ruptura da calçada gerou um degrau que atrapalha a passagem de pedestres e ciclistas, chamando a atenção para a necessidade de uma reforma no local.
O atual secretário de Planejamento e Desenvolvimento de Gaspar, Soly Waltrick, destaca que ainda não há previsão para o início dos trabalhos e que a recuperação será feita através de um convênio federal.
Atualmente o projeto encontra-se no plano plurianual, PPA, que estabelece os projetos e os programas de longa duração do governo, definindo objetivos e metas da ação pública para um período de quatro anos. O valor total está orçado em aproximadamente R$ 2,5 milhões. Se a quantia for liberada, será contratada uma empresa especializada para a execução da obra.
Em entrevista ao jornal Cruzeiro do Vale na época, o então secretário de Planejamento e Desenvolvimento, Maurílio Schmitt, revelou que a última recuperação na Ponte Hercílio Deeke foi realizada logo após a grande enchente de 1983.
O projeto de recuperação da ponte Hercílio Deeke começou a ser elaborado em fevereiro de 2006. A autorização para execução do serviço foi dada pelo então prefeito Adilson Schmitt e a previsão era de que a obra de reforço fosse iniciada assim que o documento estivesse concluído e aprovado.
As cheias de 83 e 84 não prejudicaram só a festa de São Pedro daquele ano. A Ponte Hercílio Deeke, um dos maiores símbolos de Gaspar, foi completamente atingida e hoje, quase 30 anos depois, sofre as consequências das cheias.
Naqueles dias, a força e velocidade das águas fizeram com que dois pilares da ponte se quebrassem, deixando-a com menor sustentação e deixando a comunidade assustada com a possibilidade de ver a ponte ser levada pelas águas, fato que nunca veio a acontecer.
Comunidade que trafega a pé ou de bicicleta pela ponte precisa tomar cuidado com os obstáculos que se formaram no local. Na cabeceira da Margem Esquerda, um degrau se formou devido a falta de manutenção, gerando insegurança em quem passa pelo trecho.
Um dos principais problemas da ponte Hercílio Deeke, inaugurada há 50 anos, é a fragilidade de sua estrutura. Por baixo da obra, é possível ver rachaduras e as marcas do tempo, que se revelam em pilares corroídos, ferros aparecendo e degradados pelo tempo.
As barras de ferro nas cores preta e amarela já não fazem mais parte do cenário que cerca a ponte Hercílio Deeke. Os limites de altura, que serviam para evitar que caminhões muito grandes passassem pelo local, foram retirados no ano passado pela Diretoria de Trânsito e não há previsão para que sejam instalados novamente.
De acordo com informações repassadas pela Ditran, os dois limitadores de 3,80m foram retirados pois a restrição é para o peso do veículos, e não para a altura. "A fiscalização na ponte é feita pela Polícia Militar, através dos policias militares, bem como pelos agentes municipais de trânsito da Ditran, para que o limite de peso não seja desrespeitado", explica o diretor do órgão, Emerson Andrade.
A limitação de altura e peso tem como objetivo desviar o tráfego pesado do Centro do município e conservar a infraestrutura da ponte, que apresenta várias rachaduras e desníveis.
Em 2002 o então prefeito Celso Zuchi alertou sobre a fragilidade da ponte e limitou a passagem para veículos com até dez toneladas.
Em outubro de 2005, após várias denúncias por parte da prefeitura da cidade, um laudo técnico confirmou o que já se sabia há muito tempo: a estrutura da única ligação da cidade com a BR-470 apresentava pontos de avançada degradação no concreto, principalmente na viga central e nos pilares, além de corrosão nas barras de ferro.
O então prefeito Adilson Schmitt decidiu limitar a passagem para veículos com até seis toneladas. Após constantes reclamações da comunidade, voltou atrás de sua decisão e, em 2007, passou o limite novamente para dez toneladas.
Um dos primeiros grandes acidentes aconteceu já em 2005, quando um caminhoneiro desavisado passou sem perceber os limitadores de altura e acabou derrubando as cancelas instaladas próximo à rotatória.
Acidente
A foto de arquivo mostra o antigo limitador de altura, que foi quebrado algumas vezes, e a limitação anterior em 6 toneladas. Hoje, apesar do limite ter voltado a 10 toneladas, não há uma fiscalização mais rigorosa sobre a ponte.
A construção da Ponte Hercílio Deeke aconteceu nas gestões de Dorval Pamplona como prefeito e Jorge Lacerda como governador do estado, no período administrativo de 1956 a 1961. Durante a campanha eleitoral, Lacerda prometeu num comício em Gaspar que se fosse eleito ajudaria a construir a ponte sobre o Rio Itajaí-Açú. Eleito governador, logo recebeu a visita do também eleito prefeito Durval que se fazia acompanhar do ex-prefeito Hercílio Deeke, então secretário da Fazenda Estadual.
Após os cumprimentos, Jorge Lacerda indagou o secretário sobre a disponibilidade financeira para dar início à construção da prometida ponte em Gaspar. Ante a resposta positiva, Lacerda autorizou o secretário a repassar a verba e acertar detalhes do projeto da ponte, que foi orçada em 14.500 cruzeiros, ficando o estado responsável por 9 mil e a Prefeitura pelo restante: 5.500 cruzeiros.
A empresa Cumplido Santiago, do Rio de Janeiro, foi contratada e logo deu início às obras que sofreram três paralisações causadas por enchentes que destruíram as estruturas preparadas para a construção das sapatas. A empresa carioca não suportou os prejuízos e abandonou as obras que foram então continuadas pela própria Prefeitura, que contratou os serviços técnicos do engenheiro blumenauense Egon Stein.
As obras ganharam ritmo acelerado e a ponte foi concluída e inaugurada com as devidas comemorações. Dos 9 mil repassados pelo Governo Estadual para a construção da ponte, sobraram 700 cruzeiros que foram utilizados para construir uma sala de aula no Grupo Escolar Frei Policarpo, de Belchior Alto. Do montante, ainda sobraram 110 cruzeiros, que foram devolvidos ao governador.
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).