Grupos de apoio, oficinas terapêuticas, confraternizações, acompanhamento médico, e medicação. Esta é a receita adotada pelo Centro de Atenção Psicossocial, CAPS, para tratar os pacientes com transtornos mentais, sejam eles graves ou leves.
Criado há cerca de dez anos, o programa do Ministério da Saúde tem como objetivo reformular o modelo de Saúde Mental e tratar os transtornos psíquicos através da reabilitação, com a participação do paciente e seus familiares. Porém, ainda encontra muito preconceito na sociedade.
Rosa Maria Melato, coordenadora do CAPS de Gaspar, explica que o Centro é um serviço aberto e comunitário de atendimento a saúde mental, criado para substituir as internações em hospitais psiquiátricos, e destinadas a acolher pacientes com transtornos mentais, severos e persistentes como psicoses, neuroses graves, e o transtorno do humor grave. ?É uma nova instituição produtora de autonomia, que convida o usuário a responsabilização e ao protagonismo em toda a trajetória do tratamento, buscando preservar e fortalecer os laços sociais do usuário em seu território?.
O CAPS também atende uma parcela da população que não sofre transtorno severo, mas necessita de cuidados da saúde mental, na forma de consulta médico-psicológica, grupos de orientação e outras formas de abordagem.
Em Gaspar, o CAPS oferece diversas atividades para o tratamento gratuito da comunidade. Ao chegar no local o paciente é acolhido em seu sofrimento. ?Esse primeiro contato serve para compreender a situação de forma mais abrangente possível. Nesse momento pode se estabelecer o vínculo terapêutico, que contribui imensamente para o sucesso do tratamento?, explica Rosa Maria.
Após ser acolhido, o paciente que vai ao Caps em Gaspar é encaminhado para os tratamentos que cabem à sua realidade. São atividades como grupos de psicoterapia, terapia comunitária, terapia familiar, ou terapia para dependente químico. No local também são oferecidas oficinas terapêuticas, que são atividades em grupo com ações artísticas, artesanais, horta, entre outras.
No local também são oferecidas consultas médicas, visitas domiciliares, medicação assistida, entre outros projetos.
Todos os trabalhos são mantidos por uma equipe especializada, formada por médico psiquiatra, médico clínico, enfermeiros, psicopedagoga, psicólogas, assistentes sociais, pedagogas, entre outros profissionais.
? Objetivos do CAPS
*Reabilitação psicossocial: é entendida como um conjunto de ações que visam a aumentar as habilidades da pessoa, diminuindo o dano causado pelo transtorno mental e envolvendo todos aqueles que fazem parte do processo de saúde-doença, ou seja, usuários, familiares, profissionais e comunidade em geral;
*Promover a reinserção social: pode se dar a partir do CAPS, mas sempre em direção á comunidade. A reinserção do sujeito ao seu território, à sua família, e à comunidade;
* Promoção da cidadania dos usuários;
* Construção da autonomia possível de usuários e familiares;
* Evitar a internação hospitalar.
? Qual a população atendida pelo CAPS
São atendidas patologias de maior complexidade, de pessoas que tenham enveredado por um circuito de cronificação, pessoas com graus variáveis de limitações sociais e inserção social. ?Costumamos dizer que a população que tem demanda para o CAPS são os casos graves, severos e persistentes. Assim como os usuários de substancias psicoativas, e também crianças e adolescentes com transtorno mental?, explica a coordenadora de Gaspar, Rosa Maria Melato.
? Como são realizados os encaminhamentos ao CAPS
Os encaminhamento acontecem pela rede de serviços da Estratégia Saúde da Família e das Unidades Básicas de Saúde, onde o usuário passará por uma avaliação médica e, se o médico perceber que existe demanda para o usuário, irá encaminhá-lo ao CAPS. Os casos de dependência química não precisam ser encaminhados, ou seja, são demandas espontâneas, basta o usuário ou seu familiar buscar ajuda direto no CAPS.
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