Opinião
Por Oberdan Barni
Presidente Republicanos Gaspar
“Num mundo onde a saúde é um bem precioso e fundamental, não pensar e planejar a saúde pública é um erro imperdoável. A qualidade de vida da sociedade está ligada à sua capacidade de prover cuidados adequados a todos os seus membros, independentemente de classe social, origem ou status. Portanto, negligenciar a importância do pensamento estratégico e do planejamento cuidadoso nesta área é uma falha que pode ter consequências desastrosas.
O SUS já tem mais de 33 anos e está na constituição como direito absoluto de todo cidadão brasileiro e deve ser oferecido de forma ‘gratuita’, subsidiado pelo poder público municipal, estadual e federal.
Primeiramente, é crucial reconhecer que a saúde pública não é apenas uma questão de resposta imediata às crises sanitárias, mas sim um processo contínuo e multifacetado que demanda antecipação e preparação. Ignorar essa realidade é abrir as portas para epidemias inesperadas, falta de acesso a cuidados básicos e uma crescente disparidade na qualidade dos serviços de saúde. Cabe ao prefeito e à Secretaria de Saúde a realização de ações de saúde no município. O percentual designado no Orçamento Municipal destinado à saúde do município deve ser provisionado de acordo com as demandas qualitativas e quantitativas. Além disso, a falta de planejamento na saúde pública pode resultar em desperdício de recursos preciosos e uma distribuição ineficiente de serviços e investimentos.
Recursos escassos são desperdiçados em ações reativas, em vez de serem alocados estrategicamente para prevenir doenças e promover a saúde a médio e longo prazo. Já um planejamento sólido permite identificar áreas prioritárias de intervenção, investindo de maneira inteligente em programas de prevenção, infraestrutura de saúde. Conforme pesquisa realizada pela agenciabrasil.ebc.com.br, 83%, das pessoas acreditam que os recursos públicos não são bem administrados e que falta gestão.
Outro aspecto crucial é a equidade no acesso aos serviços de saúde. Sem um planejamento cuidadoso, grupos marginalizados e comunidades vulneráveis podem ser deixados para trás, exacerbando as desigualdades já existentes. O planejamento deve garantir que todos tenham acesso igualitário a cuidados de saúde de qualidade, independentemente de sua localização geográfica, renda ou status socioeconômico.
A transparência, a comunicação eficaz e a prestação de contas são fundamentais para construir e manter a confiança do público em algo de extrema importância.
Gaspar tem um déficit primário em relação à saúde. A rede pública não é integrada. A exemplo destes índices negativos apresentados no portal transparência do município é o número de absenteísmo registrado em procedimentos e consultas na rede de saúde. Isso reflete no descontentamento do gasparense e superlotação do Pronto Socorro do hospital. A prefeitura de Gaspar, interventora do hospital, gerenciou R$48.687.800,94. Com este recurso, foram atendidas 58.889 pessoas. Os números revelam um custo por pessoa atendida de R$826,77. O valor de custo por pessoas em hospitais similares ao de Gaspar é de 68% ‘menor’ (fonte:saudebusiness.com). Os resultados deveriam ser com a qualidade com que se investe!
Em suma, entendo que não pensar e planejar a saúde pública é um erro imperdoável que vem trazendo consequências devastadoras para a sociedade como um todo. A saúde é a maior fonte de recurso e renda do município e é dever do gestor desenvolver funções sociais e garantir o bem-estar de seus habitantes”.
Edição 2140
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