A presidente da Associação dos Desabrigados e Atingidos da Região dos Baús, no município de Ilhota, Tatiana Richart Reichert, ocupou a tribuna hoje (5) para denunciar as irregularidades nas obras de reconstrução das seis comunidades destruídas pela catástrofe de novembro de 2008. Na ocasião, deslizamento e enchentes causaram a morte de 35 pessoas e deixaram dezenas de desabrigados. Em relatório enviado ao Ministério Público, a entidade lista obras inacabadas, contrárias aos laudos ou inexistentes. O pronunciamento provocou a rápida reação do secretário de Estado de Infraestrutura, Valdir Cobalchini. Por telefone, ele afirmou ao líder do governo Elizeu Mattos (PMDB) que vai pessoalmente ao local verificar as denúncias.
Segundo o relatório, dois anos e meio após a tragédia, comunidades ainda correm o risco de ficar isoladas devido a obras inexistentes ou inacabadas. Algumas contenções de morros esperam conclusão e casas foram reconstruídas em áreas consideradas de risco. O desassoreamento dos ribeirões foi substituído apenas por limpezas, o que causou ainda mais indignação aos moradores.
?Não vimos um ano de trabalho no desassoreamento, enquanto, pelas nossas contas, os R$ 3 milhões destinados para este fim poderiam custear seis máquinas trabalhando 12 horas por dia durante 365 dias e ainda sobrava dinheiro. Também não sabemos se existem estudos de impacto ambiental?, salientou Tatiana. O vereador de Ilhota, Luiz Peixe (PMDB), disse que ?pouca coisa foi feita com os recursos enviados pelo governo federal e algumas obras inauguradas, como pontes, já foram levadas pelas primeiras chuvas de janeiro deste ano?.
A deputada Ana Paula Lima (PT), que deu suporte à associação para realização do relatório, pediu a participação da Comissão Permanente de Defesa Civil da Assembleia Legislativa, criada após o desastre natural de 2008, a fim de promover uma visita ao Complexo do Baú. O deputado Valmir Comin (PP) declarou que as denúncias são muito fortes e que o Estado precisa tomar posição diante disso. O 1º vice-presidente da Casa, deputado Moacir Sopelsa (PMDB), também defendeu a visita ao local o mais breve possível.
O deputado José Milton Scheffer (PP) elogiou a organização da comunidade. ?O dinheiro público é sagrado e tem de ser usado para o bem do povo?, salientou. O deputado Aldo Schneider (PMDB) lamentou que ?diante da desgraça alheia ainda temos o dissabor de ver os recursos públicos mal utilizados?. O deputado Dirceu Dresch (PT) garantiu: ?é preciso fazer o que for necessário?.
Fonte: Assembleia Legislativa de SC
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