Mordidas de morcego em Gaspar levantam preocupações quanto à transmissão da raiva - Jornal Cruzeiro do Vale

Mordidas de morcego em Gaspar levantam preocupações quanto à transmissão da raiva

15/01/2025
Mordidas de morcego em Gaspar levantam preocupações quanto à transmissão da raiva

Na virada de 2024 para 2025, ocorrências incomuns chamaram a atenção em Gaspar. Duas jovens foram mordidas por morcegos, colocando em evidência um risco potencialmente grave à saúde: a transmissão da raiva. Embora casos como esses sejam raros, o incidente trouxe à tona dúvidas sobre o que fazer em situações semelhantes e como proceder diante do risco de infecção.

Helena Rodrigues Floriano, de 17 anos, foi uma das vítimas. Ela estava em casa, comemorando a chegada de 2025 com sua família, quando por volta das 4h do dia 1º de janeiro percebeu que um morcego estava no canil de sua cachorra. "Eu adoro animais e, por morar numa região com muito mato, estou acostumada a lidar com alguns bichos diferentes. Como achei que o morcego estava morto, fui removê-lo para evitar que minha cachorra o comesse. Mas ao me agachar para pegá-lo com uma sacola, ele me mordeu no dedo anelar da mão direita", conta a universitária.

Embora a mordida não tenha causado dor imediata, Helena sabia dos riscos envolvidos e rapidamente procurou ajuda. "Fui ao Hospital de Gaspar e recebi os primeiros cuidados. Depois, fui orientada a procurar uma unidade de saúde para iniciar o tratamento antirrábico. Assim que o posto do Centro abriu, comecei o protocolo. Faço questão de agradecer pelo excelente atendimento da equipe. Me senti acolhida pelos profissionais que não mediram esforços para me dar todo suporte. Fiquei mais aliviada quando percebi que estava em boas mãos", destaca.

O caso de Helena foi o primeiro registrado em Gaspar neste ano. Em 2024, houve duas mordidas por morcego. A Prefeitura de Gaspar, por meio da Secretaria de Saúde, reforça a importância de um rápido atendimento médico em situações como essa.

O que fazer em caso de mordida de morcego

De acordo com as autoridades de saúde, qualquer contato com morcegos, especialmente mordidas, exige cuidado imediato. A orientação é lavar bem o local da mordida com água e sabão e buscar atendimento médico o quanto antes. Em casos de mordeduras, arranhaduras ou lambeduras por outros mamíferos, como cães e gatos, o procedimento é o mesmo. Vale lembrar que o sabão comum ajuda a neutralizar o vírus da raiva, caso ele esteja presente na lesão.

- Imediatamente, procure um serviço de saúde e relatar o episódio;
- Leve suas carteirinhas de vacinas junto e mostre para quem está atendendo, com o objetivo de averiguar o esquema de vacina contra o tétano. É importante lembrar que os animais tocam repetidamente a boca e as patas no solo, no chão... e podem transmitir, além da raiva, o tétano, cujo patógeno (clostridium tetani) habita o solo, o chão, a poeira, etc;
- Se o animal for um cão ou um gato, manter este alimentado, seguro, livre do sol/calor, chuva e/ou frio excessivos e protegido por, no mínimo 10 dias após a agressão, para que possamos avaliar a saúde dele e assim determinar a indicação, ou não, de tratamento, com soro e vacina;
- Se à pessoa agredida for indicado soro e vacina contra a raiva, seguir rigorosamente o que foi prescrito e finalizar o tratamento.

Tratamento antirrábico e o protocolo recomendado

O tratamento para prevenir a raiva após uma mordida de morcego envolve a administração de soro e vacina antirrábicos. A decisão de iniciar o tratamento depende de uma avaliação detalhada, considerando o tipo de animal agressor, a localização e a gravidade da lesão. No caso de morcegos, como são considerados animais silvestres, o tratamento é imprescindível. Em Gaspar, desde a aplicação do soro antirrábico no Hospital de Gaspar até a administração das vacinas nas unidades de saúde, o tratamento é completo e realizado no próprio município.

A raiva é uma doença grave e fatal, com uma taxa de letalidade de 99,99%. Portanto, o tratamento adequado é essencial para garantir a saúde da pessoa agredida e prevenir a propagação da doença. A Secretaria de Saúde orienta que, caso alguém sofra mordeduras ou tenha contato com qualquer mamífero potencialmente transmissor da raiva, a pessoa deve seguir rigorosamente as recomendações médicas e completar o ciclo de vacinações e soro, conforme indicado.

 

 

Edição 2185

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