Uma corrida contra o tempo. É assim que Kauan Felaço da Conceição, de 21 anos, descreve sua luta contra o câncer. O morador do bairro Figueira, em Gaspar, tem transformado sua dor em força para vencer uma doença agressiva e, infelizmente, metastática. Diante desta batalha, ele e sua família encontram esperança na fé em Deus e na solidariedade dos gasparenses e seguem arrecadando dinheiro para dar continuidade ao tratamento medicamentoso que não é disponibilizado pelo SUS. Para ajudar o jovem a vencer esta doença, basta acessar a campanha online em www.vakinha.com.br/5318715 ou fazer uma doação via PIX (chave CPF 041.644.949-21 - Roseli Felaço da Conceição).
A vida de Kauan mudou drasticamente no final de 2023, quando deu início à uma batalha implacável contra o câncer. Tudo começou com uma simples afta na língua que, em princípio, parecia algo passageiro. No entanto, com o passar dos dias, o problema não só não desapareceu como se intensificou. Kauan procurou ajuda médica várias vezes, mas a lesão continuava a crescer. A surpresa veio entre o final de novembro e começo de dezembro, quando surgiram ínguas em seu pescoço e a situação se complicou de forma alarmante.
Foi em uma consulta no Hospital Santo Antônio que o médico de plantão não teve uma resposta clara para o caso. Familiares, desesperados, pediram ajuda a um oncologista amigo que, ao ver a foto da sua língua, diagnosticou um tumor e recomendou um encaminhamento urgente. O rapaz passou por uma série de exames e, em janeiro de 2024, recebeu a confirmação de que estava lutando contra um carcinoma de células escamosas na língua.
A luta de Kauan contra o câncer não é fácil. Depois de ser diagnosticado, ele iniciou um árduo tratamento que envolveu quimioterapia e uma cirurgia para remoção do tumor e também parte da língua. “Foi uma fase complicada, ele perdeu 6,5cm da língua. Fez duas sessões de quimioterapia internado por 24 horas e, com a segunda, o tumor diminuiu muito”, relembra Roseli Felaço da Conceição, mãe de Kauan.
A cirurgia foi seguida por 33 sessões de radioterapia. Embora houvesse sinais de melhora, novos exames realizados em dezembro de 2024 revelaram o que o rapaz mais temia. “Eu voltei ao médico para fazer exames de rotina, mas encontraram um nódulo nos pulmões. No início, pensamos que fosse uma infecção. Porém, infelizmente, surgiram mais nódulos nos pulmões e também no abdômen e na pelve”. A doença, que antes estava restrita à língua e pescoço, agora havia se espalhado.
Para continuar seu tratamento, Kauan precisa de um remédio imunoterápico chamado Pembrolizumabe, que é de alto custo e não é fornecido pelo SUS. Este medicamento é fundamental para que ele possa continuar lutando contra a doença, já que sua condição é metastática e o câncer se espalhou por diversas partes do corpo. O tratamento exige a aplicação do remédio, que custa R$44 mil, a cada 21 dias. A família criou uma campanha que tem como objetivo arrecadar R$134 mil, valor que será destinado integralmente à compra dos remédios e demais gastos médicos.
Kauan vive uma luta constante pela vida, um dia após o outro. Os médicos indicam que, sem o tratamento com o Pembrolizumabe, o câncer continuará a se espalhar. Por isso, a arrecadação para a compra do remédio é uma questão de urgência. “Sem o medicamento, a evolução do câncer é certa. O remédio é nossa esperança para frear o avanço da doença”, diz a mãe de Kauan, que se apega a Deus nessa batalha contra o tempo.
A rotina de cuidados com Kauan é intensa e dolorosa para o jovem e todos a sua volta. “Ele está muito fraco, não consegue se alimentar direito, se cansa rápido e sente muita falta de ar. Eu o ajudo até para ir ao banheiro. Não é fácil, mas eu sou grata por estar com ele e dar o apoio que ele precisa”, disse Roseli.
Todos os dias, os pais e irmãs de Kauan se organizam para divulgar o caso na mídia, levá-lo aos exames, dar os medicamentos e manter seu bem-estar. “O SUS só fornece alguns remédios, como morfina, mas o medicamento mais importante para Kauan, que é o imunoterápico, não é fornecido. Por isso, fizemos uma vaquinha para conseguir levantar o dinheiro necessário”.
O amor e o apoio da família têm sido fundamentais na jornada de Kauan. “Nossa família é muito unida. Meus pais, minhas irmãs, minha esposa, minha filha... todos estão comigo nesse processo. Eu não teria forças sem eles”, diz Kauan. Sua mãe complementa: “A expectativa é pela cura. Todos os dias, oramos e pedimos a Deus que ele nos ajude. A luta é difícil, mas estamos juntos e vamos até o fim.”
Kauan tem sonhos e muitos objetivos para colocar em prática assim que se curar. Uma das coisas que ele mais deseja é acompanhar o crescimento da filha, a pequena Ísis, de apenas três meses. “Eu preciso ver minha filha crescer, levá-la para a escola, ouvir ela dizer ‘papai’ pela primeira vez”. A dor da doença é algo indescritível, mas o maior sofrimento de Kauan é a ideia de não estar presente para os momentos mais importantes da vida de sua filha. “Me imagino curado, passeando com ela, brincando... aconselhando e apoiando quando ela se tornar uma mulher. Eu preciso viver isso”, conclui, com lágrimas nos olhos.
Cristão e muito apegado à sua religião, Kauan se compara a Jó. Segundo a Bíblia, Jó foi um homem muito justo e que enfrentou uma série de tragédias, mas manteve fé em Deus. “Às vezes, a gente não entende o propósito do nosso sofrimento. Mas com humildade diante da grandeza dEle, podemos alcançar a paz e restauração”.
A vakinha virtual está disponível no link www.vakinha.com.br/5318715. A família prefere que as doações sejam feitas por ela para que a prestação de contas seja o mais transparente possível. Porém, caso alguém deseje doar via PIX, a chave CPF 041.644.949-21, em nome de Roseli Felaço da Conceição, também está disponível. “Qualquer ajuda é bem-vinda, seja grande ou pequena. Se cada um ajudar um pouco, vamos chegar lá”. Roseli ainda ressalta que o apoio não se resume a doações financeiras, mas também às orações e mensagens de carinho que têm recebido.
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