O júri popular que definiu o destino de Evanio Prestini, motorista do Jaguar envolvido em um grave acidente com morte em 2019, em Gaspar, durou mais de 15 horas. Porém, o resultado não foi o esperado pelos familiares das vítimas.
Após a leitura da sentença, as famílias de Amanda Grabner e Suelen Silveira (as duas jovens que morreram na colisão) saíram caladas, com os olhos cheios de lágrima. Na manhã de quinta-feira, dia 20, poucas horas após a divulgação da pena, Elisabeth Grabner, tia e madrinha de Amanda, falou sobre o sentimento neste momento. “Como falei desde o início: seria o que Deus permitisse. Mas a gente percebeu que, infelizmente, uma vida não vale muita coisa para a justiça. É como se a pessoa que morreu não tivesse valor. Nosso pedido era para que ele fosse condenado, e isso aconteceu. Mas ficamos muito desacreditadas. Só vai acontecer justiça quando envolver alguém do alto escalão, aí talvez as penas sejam mais severas. Enquanto isso, ficamos com penas brandas. Estamos com o coração tranquilo porque fizemos o que estava ao nosso alcance. E vamos torcer para que mais pessoas não tenham que passar por isso”.
Evavio Prestini foi condenado a oito anos, seis meses e 20 dias de reclusão em regime inicial fechado (por dois homicídios consumados e três lesões corporais – duas leves e uma grave) e dois anos e seis meses de suspensão do direito de dirigir (por conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência do álcool).
Apesar da pena, Evanio saiu pela porta da frente do Fórum da Comarca de Gaspar, ao lado de familiares e dos advogados. Ele não voltou à cadeia porque apenas penas iguais ou maiores a 15 anos devem ser cumpridas de forma imediata. O motorista chegou a ficar preso cinco meses e, após ser solto, foi proibido de sair de casa à noite. Essas medidas cautelares devem ser descontadas do total da condenação, o que pode fazer com que o regime inicial fechado seja convertido para semiaberto ou aberto. Os advogados de Evanio informaram que não vão recorrer da decisão do júri.
No início da manhã de 23 de fevereiro de 2019, as vidas de Suelen Hedler da Silveira, Amanda Grabner, Maria Eduarda Kraemer, Thayná Cirico, Thainara Schwartz e Evanio Prestini se cruzaram e mudaram completamente. Por volta das 6h, as jovens seguiam pela BR-470, em Gaspar, em um Fiat Pálio, quando houve uma colisão com um Jaguar, dirigido por Evanio. Suelen, de 21 anos, estava no banco da frente e morreu na hora. Amanda, de 18, chegou a ser socorrida com vida, mas o estado grave fez com que ela não aguentasse e tivesse a morte confirmada no hospital.
Evanio foi submetido ao teste do bafômetro, que acusou ingestão de bebida alcoólica. Câmeras de segurança chegaram a registrar a alta velocidade do carro que ele conduzia. Ele chegou a ser preso em flagrante.
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