"Um idoso pediu que eu não o abandonasse porque ele não tinha para onde ir" - ajuda humanitária de Gaspar para o RS - Jornal Cruzeiro do Vale

"Um idoso pediu que eu não o abandonasse porque ele não tinha para onde ir" - ajuda humanitária de Gaspar para o RS

03/06/2024

A destruição causada pela enchente no Rio Grande do Sul mobilizou milhares de pessoas. Famílias, empresas, conhecidos e até mesmo desconhecidos se uniram em uma só corrente do bem para arrecadar roupas, alimentos, água, ração aos animais, demais itens de primeira necessidade e até mesmo dinheiro para enviar para quem perdeu tudo. E, de forma paralela, diversas pessoas deixaram o aconchego dos seus lares para ir até o estado vizinho ajudar pessoalmente. Esta é a chamada ‘ajuda humanitária’.

A compaixão pelo próximo levou a Prefeitura de Gaspar a organizar uma grande mobilização para ajudar os gaúchos. Desde o dia 16 de maio, cerca de 50 pessoas levantaram a bandeira da solidariedade de Gaspar. A mesma bandeira que outros estados levantaram e apontaram para o Vale do Itajaí quando nossa região sofreu com uma calamidade como esta.

 

“Um idoso pediu que eu não o abandonasse porque ele não tinha para onde ir. São histórias de cortar o coração”


Adriana Mesquita Alves tem 52 anos e é Técnica em Enfermagem. A vontade de ajudar quem está sofrendo e o amor ao próximo fizeram ela ir ao Rio Grande do Sul em dois momentos: primeiro, ela ficou quatro dias (de 16 a 20 de maio); depois, mais oito (de 22 a 30 de maio). Lá, ela desempenhou diversas funções, sempre com um olhar diferenciado aos idosos. “Nunca, em 26 anos de profissão, vi nada igual. Era destruição total. Pessoas sem saber o que fazer. Sem perspectiva a curto prazo. Muita tristeza. Poder ajudar no cuidado, dando banho, alimentação, montando marmitas... foi muito gratificante”.

Nesses mais de 10 dias de voluntariado, dois momentos vão ficar para sempre em sua memória. “Primeiro, uma criança me pediu um pedaço de carne para comer. E naquele momento, eu não tinha para dar. Depois, um idoso pediu que eu não o abandonasse porque ele não tinha para onde ir. São histórias de cortar o coração”.

 

 

Edição 2155
 

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