Um possível caso de assédio sexual cometido por um professor de Ilhota ganhou grande repercussão na quinta-feira, 9 de maio. Juliana Zuchi é mãe de um aluno matriculado na Escola Marcos Konder e, nas redes sociais, compartilhou sua revolta ao saber que o professor que supostamente assediou e ameaçou seu filho no ano passado, em outra instituição de ensino, teria dado aula para o adolescente [na quinta, dia 9].
Juliana conta que, no ano passado, o professor em questão dava aulas de Língua Portuguesa para seu filho, hoje com 14 anos, na Escola José Elias de Oliveira. Foi aí que o menino contou: “Perguntei o que estava acontecendo e ele disse que foi assediado pelo professor pelo WhatsApp. Que ele mandou mensagens, perguntou se ele era gay ou bi... se ofereceu”, resume.
A mãe destaca que, na época, o professor foi afastado pelo município, por se tratar de uma escola municipal. Este ano, o estudante entrou no Ensino Médio e mudou de educandário. “No começo do ano, ficamos sabendo que esse professor passou no concurso do Estado e começou a dar aula no Marcos Konder. Conversei com a diretoria, esclareci a situação, falei tudo... E me disseram que a escola não podia fazer nada pois os pais não haviam denunciado para a polícia. Então, fomos registrar um Boletim de Ocorrência”.
Porém, segundo Juliana, o educandário não tomou as atitudes cabíveis. “Achamos que, com isso, iriam afastar o professor. Mas não... Sentimos a escola bem fria. Falaram que iam resolver, só que não fizeram nada. Então transferimos meu filho pro período da manhã, já que o professor estava dando aula à tarde”. O profissional atua como pedagogo na instituição de ensino e acompanha um aluno com deficiência.
A família do estudante afirma que procurou ajuda em todos os lugares possíveis: Secretaria Municipal de Educação, Secretaria Estadual de Educação, direção e coordenação de ambas as escolas mencionadas, além da polícia. Conforme o relato de Juliana, existem provas contra o professor e elas já foram apresentadas.
Na manhã desta quinta-feira, 9 de maio, o estudante mandou mensagens para a mãe, Juliana, explicando que deixou a sala de aula ao se deparar com o professor que o assediou no ano passado. “Ele me mandou uma foto do professor e contou que estava se retirando. Que iria me aguardar na secretaria, pois se sentiu coagido pelo professor”.
Juliana Zuchi, mãe do adolescente que supostamente foi assediado, desabafa sobre o constante medo. “Eu, como mãe, me sinto horrível. Tenho quatro filhos e trabalho muito para dar conforto para eles. Luto para que eles tenham uma vida digna. A gente acha que a escola é um lugar seguro, para aprender, para ganhar mais sabedoria... e não acredita quando passa por isso”.
Diante do ocorrido, a família do estudante acionou seu advogado e vai entrar com uma ação. “E vamos lutar para que isso não aconteça mais com nenhuma outra criança. Ainda bem que sempre instruímos nossos filhos a identificarem ameaças, assédios e situações perigosas”, alerta a mãe.
O professor acusado de assédio afirma que os relatos do aluno não são verdadeiros. Tanto a denúncia do suposto crime, como a suposta ameaça registrada nesta quinta-feira, dia 9. Ele explica que de fato esteve na sala do menino, mas para substituir rapidamente outro profissional. “Eu fui passar um conteúdo de Língua Portuguesa. Fiquei cinco minutos. Não olhei para ele, nem o vi na sala”.
Questionado sobre a conversa que teve com o menor de idade pelo WhatsApp no ano passado, ele é enfático: “Jamais chamei alguém para sair. Tenho testemunhas de que não fiz nada”.
O professor atua com educação especial na Escola Marcos Konder desde 28 de fevereiro de 2024, mas já trabalhou na unidade dois anos atrás.
O diretor da Escola Marcos Konder, Charles Teske, afirma que o educandário foi orientado pela Secretaria Estadual de Educação a não se manifestar sobre o assunto.
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).