Prisões de quadrilhas envolvidas com tráfico de drogas, desmantelamento de casa de jogos ilegais, detenções de autores de furtos e roubos a comércios e residências, reivindicações de moradores por mais segurança. Foram muitas as ocorrências ao longo de 2015 envolvendo as forças policiais e de segurança pública em Gaspar. Em entrevista ao Cruzeiro do Vale, o delegado da Polícia Civil de Gaspar, Egídio Maciel Ferrari, e o capitão Heintje Heerdt, comandante da Polícia Militar, fizeram um balanço das ações das duas corporações em 2015, abordaram pontos problemáticos como os efetivos policiais e fizeram projeções para 2016. Confira a seguir:
Cruzeiro do Vale: Qual o balanço da Polícia Militar dos trabalhos de 2015?
Heintje Heerdt: É positivo o balanço dos trabalhos, apesar da falta de um maior efetivo. Fizemos ações durante o ano que ajudaram e resultaram em prisões de criminosos em bairros de Gaspar, como tráfico de drogas, entre outros procedimentos.
CV: O que o senhor destaca de positivo nos trabalhos?
Heerdt: Tivemos parcerias com a Polícia Civil e a Justiça, como o Ministério Público, que favoreceu nosso trabalho.
CV: A comunidade em geral pede mais segurança, porém, muitos às vezes não fazem a sua parte. Como mudar esse comportamento?
Heerdt: Geralmente a sociedade se mobiliza quando ocorre algo de grave que tem repercussão. Quando as coisas estão calmas, é muito difícil mobilizar a comunidade em campanhas educativas. Porém, fazemos campanhas de conscientização na medida do possível.
CV: Temos um efetivo de quantos policiais militares atualmente? Há perspectiva de aumento em 2016?
Heerdt: Devido a regras do comando da PM, não posso dizer o número do efetivo em Gaspar. A perspectiva para termos mais policiais militares é quanto ao concurso público já realizado que está à espera das nomeações dos aprovados para a distribuição para as cidades no Estado. Vamos trabalhar para Gaspar ser contemplada.
CV: Quais perspectivas para 2016?
Heerdt: Queremos em 2016 colocar em nossas viaturas a tecnologia de informática do tablet, que irá acelerar o tempo no registro de ocorrências, a exemplo do que já ocorre em Balneário Camboriú e Camboriú. Vamos reforçar a ação de monitoramento na cidade também.
Cruzeiro do Vale: Qual balanço da Polícia Civil dos trabalhos feitos em 2015?
Egídio Maciel Ferrari: Com relação à parte humana e no sentido demanda de trabalho versus número de profissionais, está quase impossível de se trabalhar. O saldo é positivo para aquilo que temos como material humano, dentro da possibilidade, pois nossa dificuldade é a falta de efetivo, além da estrutura física já evidenciada como muito precária. A consequência destas lacunas é a vida da população sendo exposta à insegurança. Tenho muito orgulho da equipe da Polícia Civil de Gaspar, pois mesmo com tantos fatores contrários, os profissionais vestem a camisa em prol da segurança.
CV: O que o senhor destaca de positivo e negativo?
Ferrari: Fizemos ações assertivas que deram resultado. Investigações de quadrilha de roubo e tráfico com prisões de marginais colaboram muito para a diminuição de crimes de furtos, por exemplo. Em crimes de homicídios, sempre damos prioridade para a devida resposta do ocorrido, em especial à família da vítima. O negativo é a constatação de delitos sem essa mesma proporção, que acaba ficando à espera de investigação devido à falta de material humano. Humanamente é impossível dar conta com o número de ocorrências registradas na delegacia, mais de 9 mil processos com pilhas gigantes sobre a mesa, com o atual quadro de 15 policiais civis. Há de se destacar o trabalho em conjunto com a Justiça de Gaspar, em especial com a juíza Graziela Shizuiho Alchin, que dentro da legalidade tem decretado os mandados de prisão. Agradecemos a participação da população com informações valiosas nas investigações, dando credibilidade ao trabalho da Polícia Civil.
CV: Falta valorização das autoridades quanto ao trabalho da Polícia Civil?
Ferrari: Para se ter uma ideia, uma Medida Provisória do Governo do Estado cortou o pagamento de Indenização por Regime Especial de Serviço Ativo (IRESA) para servidores da Segurança Pública, o que inclui bombeiros, policiais civis e militares. A MP cortou 25%, um quarto, do salário dos servidores sobre 13º, terço de férias e licenças remuneradas. Essas atitudes só trazem desmotivação.
CV: Há possibilidade de aumento do efetivo e quais perspectivas para ações em 2016?
Ferrari: Eu só acredito vendo. Há concurso público de mais de 400 agentes aprovados em 2014 e até o momento não houve nomeação. Se enviarem quatro agentes para Gaspar, ainda assim não teremos aumento no efetivo, pois temos policiais que estão para se aposentar. Em 2012, tínhamos cinco investigadores e hoje temos dois. A criminalidade não aumenta por acaso. É fruto de falta de gestão administrativa.
CV: E a nova sede?
Ferrari: Também só acredito vendo. Se acontecer, será muito bem-vindas, mas por enquanto não há nenhuma informação.
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