Por Geraldo Genovez
Artista! Esse é um título do qual Diones Rafael se orgulha muito. Aos 29 anos, tem no currículo experiências que fomentam a cultura verdadeiramente. Ator, realiza direções teatrais, escreve textos para teatro e também trabalha como produtor cultural na região. Seu talento é natural, mas lapidado com muito estudo. O jovem já participou de diversos workshops, cursos e oficinas na área.
Para Diones, a arte é o meio de transformação da sociedade. “Uma forma de criar pensamento crítico e outra maneira de falar sobre assuntos que corriqueiramente discutimos. A arte sensibiliza. Nos faz refletir e nos toca”, descreve o artista que integra o Grupo de Teatro Remanescentes. Nesse sentido, ele se diz um grande admirador de todas as artes e procura agrega-las à profissão de ator.
Diante da pandemia, sua carreira precisou ser adaptada. “Durante os últimos três anos, a arte foi minha única renda. Devido ao coronavírus, tive que complementar com outro serviço. Mas almejo voltar assim que esse período pandêmico passar”, explica. Mas a rotina de trabalho artístico segue como prioridade. Aliás, seu grupo está sempre produzindo conteúdo. “Escrevemos, gravamos... E claro, nos aperfeiçoamos em nosso fazer”.
Em 2010, buscando algo que lhe proporcionasse mais desenvoltura para falar em público, conheceu o Curso de Teatro da Casa das Oficinas Dagobert Guinther, em Gaspar. “A ideia era fazer por seis meses, mas acabei ficando por dois anos. Desde então, não quis mais saber de outra coisa”, conta o ator. Ele destaca que contou com o incentivo de amigos e parentes. “Tive o apoio de minha família. Inclusive, eles sempre me prestigiam”.
Como todo artista, Diones carrega no peito alguns trabalhos que marcaram de forma especial. São exemplos os espetáculos ‘’Que História contaremos hoje?” (Grupo de Teatro da Casa, 2011), “A Farsa do Advogado Pathelin (Grupo de Teatro da Casa, 2012) e “Jogos de Improviso” (Grupo de Teatro Remanescentes, 2016). Quanto às direções, ele menciona ‘’Infância” (Falácias coletivo de teatro, 2018) e “João O Louco” (Grupo Teatro de Quinta, 2019).
Grandes nomes do cenário nacional estão na lista de pessoas que inspiram Diones, como Fernanda Montenegro, por exemplo. “Mas, ao mesmo tempo, me espelho em artistas locais. Minha primeira professora e diretora de teatro, Natalia Curioletti, tem toda minha admiração”. Ele cita ainda, no campo da direção, Pita Belli, mulher e atriz que difundiu a improvisação (gênero teatral que seu grupo pesquisa) em Santa Catarina. “Contribui absurdamente para o teatro da nossa região”, comenta. Diones encerra a lista de inspirações com seus ídolos da escrita: Nelson Rodrigues, Bertold Brecht e Plínio Marcos.
Segundo Diones, a arte ainda é muito subjugada e considerada não essencial. “Mas quando paramos para analisar que tudo à nossa volta é arte, percebemos o quanto ela é necessária em nossas vidas. Precisamos cada vez mais de apoio da iniciativa pública e privada para que os artistas locais possam desenvolver sua arte”, enfatiza.
Ele reitera que, atualmente, não considera o incentivo municipal à cultura suficiente. “Estamos trabalhando para mudar isso. Faço parte do Conselho Municipal de Políticas Culturais. Nós lutamos para que o Executivo atenda as demandas que a cultura da cidade requer”, conclui o artista Diones.
*Foto: Ruth Rodrigues
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