Criar uma casa para uma família de seis pessoas, conectada ao máximo com a paisagem do município de Ballarat, em Victoria, Austrália. Este foi o briefing entregue pelos clientes - um casal de médicos irlandeses que migrou para outro lado do mundo - ao escritório Moloney Architects. Outro pedido importante foi que a obra servisse como um ‘refúgio de férias eternas’, já que a família adora a vida no município e quase não viaja.
Inicialmente, os profissionais sugeriram uma residência térrea, mas, como os moradores estavam habituados com o estilo europeu de morar, fizeram questão de ter as áreas privativas reservadas em um pavimento superior.
Tornou-se necessário, então, retraçar o plano inicial e, na segunda tentativa, nasceu o desenho surpreendente desta arquitetura monumental, que mescla volumes revestidos de concreto com outros de madeira e se destaca no terreno em declive. Tais escolhas são similares a desta casa debruçada na falésia, que precisou vencer a geografia do local.
“Cogitamos várias soluções para alcançar boas vistas não somente no piso superior, mas também no térreo. Depois de pensar um pouco, a ideia final foi elevar parte da casa do nível do solo. Assim, destacadas da encosta, as áreas sociais ganharam a altura necessária para a contemplação da paisagem voltada a sudoeste”, revelam os arquitetos do Moloney.
A fim de explorar uma conexão estratégica entre os dois níveis do lar, os arquitetos projetaram uma espécie de mezanino, que se abre para o living com pé direito duplo. “A proprosta ajuda com ventilação e iluminação naturais e também incentiva laços sociais não planejados, conforme a família se movimenta pela casa”, contam os autores da obra.
O ambiente de estar, equipado com uma linda lareira para os dias frios, segue até a cozinha em ilha. Ao lado dela, portas de correr de madeira preservam o escritório. Se os momentos são de lazer e descanso, os painéis ficam fechados e escondem o ambiente de trabalho. Ter um home office em casa é algo cada vez mais frequente.
Na área interna, os espaços acompanham a materialidade da fachada, que destaca o trabalho da madeira como revestimento. O uso do concreto foi pensado para ancorar, de forma literal e figurada, a massa da obra na encosta. Tal material, eternizado por Oscar Niemeyer, cumpre aqui uma função estética e estrutural.
Finalmente ficou pronta a primeira construção da vida dos moradores, que chegaram até os arquitetos com poucos pedidos e algumas referências coletadas em revistas. Agora, eles podem desfrutar da sua ‘casa para férias eternas’, como classificam.
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