O inglês provavelmente detém o maior vocabulário, o que é compreensível, considerando que é a língua predominante na ciência, tecnologia e negócios desde meados do século XX. Línguas faladas por muitas pessoas em vários países tendem a incorporar novas palavras mais frequentemente do que aquelas restritas a uma comunidade específica, como ocorre com línguas indígenas nativas americanas. Em muitos campos profissionais ou acadêmicos, é quase impossível conduzir uma conversa rotineira sem usar alguns jargões em inglês.
Essa avaliação é subjetiva, é claro. Determinar um critério objetivo é desafiador. Utilizar o número de entradas no maior dicionário de cada língua, por exemplo, não é viável, pois nenhum deles é uma lista exaustiva do vocabulário de uma língua devido à presença de jargões, termos regionais, gírias e importações.
A situação se complica ainda mais com línguas aglutinativas, onde palavras mais longas são combinações de unidades menores, semelhantes a peças de Lego. Nessas circunstâncias, é difícil determinar o que constitui ou não uma palavra.
A complexidade de uma língua não está necessariamente relacionada ao número de palavras. Um falante nativo comum usa apenas uma pequena fração do vocabulário de sua língua. Estima-se que um brasileiro médio conheça entre mil e duas mil palavras, enquanto uma pessoa culta pode conhecer cerca de cinco mil, mesmo que não as utilize diariamente. Em comparação, a primeira edição do dicionário Aurélio, em 1987, continha 115 mil verbetes.
Se a complexidade não está ligada ao número de palavras, o que a determina? Essa é outra pergunta intrincada. Não existem línguas objetivamente mais complexas, apenas línguas que são mais ou menos fáceis de aprender em comparação com outras.
É evidente que um falante nativo de português terá mais facilidade em aprender alemão do que japonês, não devido a uma complexidade intrínseca ao japonês, mas porque a língua nipônica tem poucos pontos de parentesco com o português, incluindo gramática, vocabulário e prosódia (acentuação, entonação e musicalidade da fala).
No entanto, um bebê durante o período sensível de aquisição de linguagem é capaz de aprender qualquer língua, ou até mais de uma simultaneamente, com facilidade, sem distinções. O único requisito é que ele seja exposto frequentemente a falantes nativos e possa interagir com eles, seja em casa, creches, escolas ou outros ambientes.
Com informações de: Revista Superinteressante
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).