Quando se fala em vinho, o astro principal é a uva. Por conta disso, muita gente acredita que a bebida, por si só, é um produto vegano. Mas a realidade é que nem todos os vinhos podem ser incluídos nesta classificação, pois existem diferenças entre a bebida comum e a que pode receber o selo de vegana.
A principal diferença está no processo da vinificação. Ao longo do processo de produção, o vinho passa por uma etapa chamada de clarificação, que consiste em deixar a bebida mais pura, intensificando a coloração e o brilho, além de retirar resíduos que ficam no líquido. Alguns dos produtos utilizados para a clarificação levam insumos de origem animal, como albumina (da clara de ovo), caseína (da proteína do leite) ou cola de peixe. Dessa forma, o vinho acaba deixando de ser um produto exclusivamente vegetal.
Para que o vinho possa ser considerado vegano, o produtor precisa adequar os processos e insumos utilizados. Na clarificação, por exemplo, pode-se utilizar a bentonita, um tipo de argila que filtra as impurezas da bebida sem a utilização de produtos de origem animal.
O sommelier da Enoteca Decanter Tiago Locatelli explica que além da bentonita para a filtragem, podem ser usadas também outras proteínas de origem vegetal durante a produção, pois alguns processos exigem uma proteína para a estabilização do vinho. “Outro aspecto importante é que os vinhos certificados veganos não podem usar animais para trabalhos na lavoura, o que é comum em algumas regiões”, ressalta, destacando que para que um vinho seja considerado vegano não pode haver uso ou exploração animal de nenhum tipo ao longo de toda a cadeia produtiva.
Alguns vinhos possuem selos ou avisos no rótulo de que seus produtos são veganos. Porém, muitas vezes é difícil encontrar esse tipo de identificação porque, apesar dos insumos animais fazerem parte do processo de clarificação do vinho, esse material, chamado de agente coagulante, é descartado com os resíduos filtrados. Dessa forma, ele não está presente na composição final do produto.
Alguns vinhos possuem informações como “não filtrado”, “não afinado” ou “método de auto clarificação natural”. Esses termos indicam que nenhum componente externo foi usado no processo de clarificação ou que esse processo não foi realizado.
Outra saída é procurar a página institucional da empresa produtora e pesquisar ali por informações do processo de produção do vinho. É o caso da Enoteca Decanter, que traz informações detalhadas sobre as bebidas e, no site, permite a busca tipos de vinhos específicos, incluindo os veganos.
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