Mulher que sobreviveu aos nazistas, Chernobyl e Covid-19 morre atravessando a rua nos EUA - Jornal Cruzeiro do Vale

Mulher que sobreviveu aos nazistas, Chernobyl e Covid-19 morre atravessando a rua nos EUA

29/01/2025
Mulher que sobreviveu aos nazistas, Chernobyl e Covid-19 morre atravessando a rua nos EUA

A morte de Mayya Gil, uma mulher de 95 anos que sobreviveu a alguns dos eventos mais devastadores do século XX, gerou grande repercussão na imprensa dos Estados Unidos nesta semana. Ela faleceu no dia 23 de janeiro após ser atropelada por uma van de carga enquanto atravessava a rua em frente ao seu apartamento, localizado no Brooklyn, um dos bairros mais tradicionais de Nova York. A tragédia só veio nesta semana, quando a revista People divulgou detalhes sobre o incidente.

Segundo documentos da Polícia de Nova York, obtidos pela publicação, Mayya Gil estava acompanhada de seu cuidador no momento do acidente. Ambos foram atingidos pela van, que estava fazendo uma conversão à esquerda sem perceber a presença dos pedestres. O cuidador, que também se feriu, segue internado no hospital NYU Langone, no Brooklyn, mas seu quadro é estável. Mayya, por outro lado, não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.

A morte de Mayya Gil gerou grande comoção não apenas pelo trágico acidente, mas também pela sua impressionante história de sobrevivência. Nascida em Khmelnytskyi, na Ucrânia, ela passou por situações extremas ao longo de sua vida. Durante a Segunda Guerra Mundial, com apenas 12 anos, ela teve que fugir da invasão nazista em sua cidade natal, buscando refúgio na capital Kiev. Lá, casou-se e deu à luz filhas gêmeas, mas sua trajetória de superação não parou por aí.

Em 1986, a família de Mayya se mudou para os Estados Unidos após o desastre nuclear de Chernobyl, na Ucrânia. Como muitos imigrantes da região, ela e seus filhos se estabeleceram em Bensonhurst, no Brooklyn, onde foram acolhidos pela comunidade judaica local. A imigração após o desastre de Chernobyl foi um marco importante na vida de muitos ucranianos, que buscavam um novo começo longe dos efeitos da tragédia nuclear.

Mayya também enfrentou outro grande desafio em sua vida: a perda do marido, que faleceu durante a pandemia de Covid-19, em 2020.

 

 

Edição 2187

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