Por Fernanda Pereira
Foi preciso que lideranças políticas estaduais entrassem na discussão para que a população gasparense pudesse finalmente ver uma solução para o impasse do Pronto Atendimento do Hospital de Gaspar, que já dura mais de 30 dias.
Sem desculpas ou acusações e sem procurar culpados para o problema, o secretário regional Cesar Botelho tomou as rédeas das discussões e apresentou aos diretores do Hospital de Gaspar o Centro Médico Coper-Vida, uma empresa com experiência em administração hospitalar e que está interessada em assumir e reabrir o hospital da cidade.
A proposta foi apresentada aos integrantes do Conselho Administrativo do Hospital, às lideranças da cidade e para a deputada Ana Paula Lima, e aos representantes da Secretaria Municipal de Saúde e da Gerência Regional de Saúde do Estado. Todos aprovaram a ideia.
O que falta agora? Ajustes no estatuto do hospital e negociações de preços e definições sobre como os serviços serão oferecidos. ?Estamos otimistas com a solução encontrada. Repassar a Administração para a Coper-Vida é o caminho. Agora depende da boa vontade de todos os envolvidos?, afirma Celso de Oliveira, presidente do Conselho Administrativo do Hospital.
Para a secretária de Saúde, Honorina da Silva, o Centro Médico tem condições de assumir a administração do hospital e é uma alternativa possível. A diretora administrativa do Hospital de Gaspar, Maria Bernadete Tomazini, afirma que o hospital tem todo o interesse em repassar a administração para a Coper-Vida. ?Eles têm o que temos mais carência, que é a equipe médica. Temos algumas questões jurídicas para resolver, mas já estamos tratando disso?, revela.
Se todas as negociações tratadas no decorrer desta semana tiverem andamento e se os envolvidos finalmente deixarem para trás as rixas e acusações, tudo caminha para que a Coper-Vida assuma definitivamente a administração do hospital e o Pronto Atendimento volte a atender a comunidade a partir do dia 2 de abril, prazo estipulado pelos atuais administradores da casa de saúde. ?Temos interesse em assumir este hospital, pois ele é viável, mas para isso precisamos de crédito com toda a comunidade?, lembra Richard Choseki, responsável pela Coper-Vida.
Negociações
Desde que o pronto Atendimento parou de atender os casos de urgência e emergência da cidade, em 17 de fevereiro, muitas tratativas foram feitas para que o serviço voltasse a ser oferecido no hospital. Segundo Oliveira, o Conselho tratou com a Unimed, com o Santo Antônio e houve uma conversa até com a Furb, porém, em nenhum caso houve consenso quanto à prestação do serviço.
Segundo os atuais administradores do hospital, entre os motivos que levaram ao fechamento do PA estão a dificuldade de contratar médicos especialistas e o repasse insuficiente de verbas para o custeio da prestação do serviço. Desde que o PA parou de atender as urgência e emergências, a comunidade está sendo atendida no CAR ? Centro de Acolhimento de Risco da Prefeitura.
O Centro Médico Coper-Vida iniciou suas atividades como uma clínica de especialidades na cidade de Garuva e expandiu suas atividades na área de segurança do trabalho, odontologia, fisioterapia e outras especialidades. Logo após, surgiu a Clínica Saúde Integral em Joinville e a Planomed Diagnósticos por Imagem. Com essa configuração o Centro Médico assumiu a administração da primeira UPA de Garuva, passando então a figurar entre as sua atividades a administração de unidades públicas de saúde.
Em 2010 assumiu o Hospital Nossa Senhora da Penha, passando então a se chamar Unidade Hospitalar Coper-Vida, e desde então vem assumindo a administração de vários hospitais como o de Massaranduba, Rio dos Cedros, Hospital Oase de Timbó e neste mês está assumindo o Hospital Beatriz Ramos, de Indaial.
Richard Choseki, responsável pela empresa, explica que quando assumiu o Oase, em abril de 2011, o hospital havia operado com R$ 600 mil de déficit em 2009 e mais R$500 mil de déficit em 2010 . Em 2011, quando o Coper-Vida assumiu a administração, o hospital fechou o ano com R$9 mil de déficit. ?Temos demanda de pacientes para trazer para serem atendidos em Gaspar, temos equipe médica e por isso entendemos ser viável a administração do Hospital de Gaspar?, justifica Richard, que destaca que antes de trazer sua equipe médica pretende conseguir parcerias com os médicos da cidade.
A reunião técnica realizada na tarde desta terça-feira, 20, obteve resultados positivos nas tratativas para a possível reabertura do Pronto Atendimento do Hospital de Gaspar.
Representantes da Secretaria Municipal de Saúde e do governo do Estado viram como positiva a proposta do Centro Médico Coper-Vida de assumir a administração do hospital da cidade. ?Foi uma reunião bem positiva, a partir de agora o Conselho do hospital irá planejar a viabilidade desta parceria que, ao meu ver, é uma alternativa possível para que possamos voltar a atender a nossa comunidade?, aponta a secretária de Saúde Honorina da Silva.
O presidente do Conselho Administrativo do hospital, Celso de Oliveira, acredita na viabilidade da proposta e está otimista com as negociações. ?A Coper-Vida é a alternativa que procurávamos. Acredito que fecharemos as negociações e conseguiremos voltar a atender a comunidade no início de abril. agora só depende da boa vontade de todos?, esclarece.
Sobre a Coper-vida
A Coper-Vida é uma empresa de assessoria de saúde em geral, consultoria na área de Medicina e segurança do Trabalho e Engenharia Ambiental. Sua missão é oferecer a melhor qualidade no atendimento e suporte aliado a uma experiência realmente inovadora na utilização de nossos serviços, na saúde das empresas e da sociedade em geral. Fundada há oito anos, a empresa administra os hospitais Oase, de Timbó e das cidades de rio dos Cedros, Massaranduba e penha, além de alguns Prontos Atendimentos de outras cidades. Neste mês deve assumir a administração do hospital beatriz Ramos, em Indaial.
Richard Choseki, responsável pela empresa, explica que quando assumiu o Oase, em abril de 2011, o hospital havia operado com R$ 600 mil de déficit em 2009 e mais R$500 mil em 2010. Em 2011, o hospital fechou o ano com R$9 mil de déficit.
Dois de abril. Este foi o prazo anunciado pela equipe do Hospital de Gaspar durante a reunião realizada na manhã desta terça-feira, 20, no auditório da Prefeitura, para que o Pronto Atendimento possa voltar a atender a comunidade gasparense. Para isso, o Hospital espera contratar os serviços da Copervida, que já administra diversos hospitais da região do Vale, entre eles o Oase de Timbó.
Na tarde desta terça-feira o responsável pela empresa, Richard Choseki, e os administradores do Hospital vão apresentar à equipe do Governo Municipal a proposta da Copervida para assumir toda a administração do Hospital de Gaspar. Caso a proposta seja aprovada, o PA poderá voltar a atender a comunidade até o dia 2 de abril.
Além da terceirização da administração, a reunião da manhã de hoje tratou sobre a inserção de representantes do governo municipal, estadual e da Câmara de Vereadores no Conselho Administrativo. Participação que foi aprovada pelo atual presidente do conselho, Celso Oliveira, e que deve ocorrer em breve.
Participaram da reunião a deputada Ana Paula Lima, o secretário regional Cesar Botelho, o prefeito Celso Zuchi, representantes do Conselho e da administração do hospital e demais lideranças políticas e empresariais da cidade.
Edição 1373
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).