Falta de infraestrutura afeta moradores do Jardim Primavera - Jornal Cruzeiro do Vale

Falta de infraestrutura afeta moradores do Jardim Primavera

02/04/2010

fotopg12abreeeeecolorMD.jpgUm carrinho de bebê serve de brinquedo para as duas crianças que se divertem correndo por todos os lados da rua Vila Nova, a mais nova rua da localidade do Jardim Primavera. Na área invadida, 43 famílias desabrigadas pela tragédia de novembro de 2008 construíram suas casas de modo improvisado.

A alegria dos dois amigos com o carrinho de bebê não esconde os problemas que as famílias da localidade enfrentam todos os dias. Falta água encanada, falta energia elétrica, e um esgoto corre a céu aberto ao lado das residências. A situação é caótica e os moradores clamam por ajuda do Poder Público Municipal. "Todos nós já éramos moradores do Jardim Primavera. Perdemos nossas casas e tentamos reconstruir nossas vidas aqui. Não queríamos depender do Poder Público para ter moradia", salienta o recém eleito presidente da Associação de Moradores, José Carvalho.

A eleição da diretoria que vai representar a comunidade aconteceu no início do mês de março. José revela que conhece os problemas e dificuldades do bairro, pois mora no Jardim Primavera há 22 anos, e por isso aceitou o desafio. "Nossa Associação estava parada e nossos moradores estavam sofrendo com o descaso e preconceito. Por isso decidimos nos unir e começar a lutar por nossos direitos. Somos cidadãos de bem, pais de família, trabalhadores, e queremos o bem de nossa comunidade", destaca.

 

Cenário

 

Quem passa pela rodovia Jorge Lacerda em direção à Blumenau pode perceber um pouco da situação em que vivem os moradores da rua Vila Nova. O local foi invadido pelas famílias, que abriram uma rua e começaram a construir suas casas. A água e luz que todos utilizam foi cedida pelos vizinhos. O macadame jogado pela estrada foi pago pela comunidade, que foi proibida de investir no local por ser uma área invadida. Assim, a rua ficou esburacada, cheia de lama, e com difícil acesso. Em diversos pontos a água da chuva fica acumulada, inundando casas e terrenos baldios.

O pior problema, segundo os moradores, é um esgoto que corre a céu aberto. "Sempre que chove a situação fica ruim. O esgoto escorre ao lado de nossas casas", comenta a moradora Mireli Cristina Salvador, de 19 anos. A jovem mora no Jardim primavera há quatro anos e afirma que neste período viu poucos investimentos serem feitos no bairro. Quem também sofre com a situação é Eliel Neuci dos Santos, de 26 anos. Ele mora com a família bem ao lado do esgoto. "Não deixo meu filho brincar na rua, para evitar que ele pegue alguma doença. Sofremos muito com o mau cheiro", aponta.

 

Invasão

 

reportagemcolorMD.jpgO terreno onde as 43 famílias construíram suas moradias após a tragédia pertence ao Banco Econômico S/A, que em dezembro de 2008 entrou com uma ação de reintegração de posse do local. A ação teve parecer favorável do juiz Cássio José Lebarbenchon Angulski, que em fevereiro de 2009 concedeu ao Banco a reintegração do terreno.

Após a divulgação da decisão, em abril de 2009, os invasores fizeram uma manifestação pelas ruas de Gaspar e pararam na Praça Getúlio Vargas, para pedir apoio do Poder Público Municipal para mantê-los na área invadida. Uma reunião foi realizada no auditório da Prefeitura, onde representantes da Administração prometeram cadastrar as famílias nos programas habitacionais do governo.

Os moradores também entraram com um agravo de instrumento solicitando a permanência na área e a Justiça alegou que daria um novo prazo para a saída das famílias. Até o momento nenhum representante judicial foi ao local determinar a saída das famílias.

Em entrevista ao jornal Cruzeiro do Vale na época, o advogado do Banco Econômico S/A, Celso Garcia, explicou que enquanto não houver uma decisão definitiva da Justiça a empresa não poderá tomar nenhuma providência.

 

Alagamentos são o principal problema

 

reportagemcolor7MD.jpgEngana-se quem pensa que os problemas do Jardim Primavera se limitam a rua Vila Nova. O bairro é um dos mais carentes da cidade em relação a infraestrutura. Faltam ruas calçadas, esgotos correm a céu aberto, tubulações estão entupidas e provocam alagamentos, falta área de lazer para as crianças, e falta segurança. O bairro é um dos com maior índice de violência, que geralmente está associada ao tráfico de drogas.

Apesar de toda a precariedade, os moradores afirmam gostar muito de residir no local. "Aqui somos pessoas de bem. Como em todos os bairros há problemas, mas esperamos superá-los para poder dar uma vida digna aos nossos filhos", comenta o morador Samuel dos Santos, 30 anos, dos quais 16 mora no Jardim Primavera.

O presidente da Associação de Moradores, José Carvalho revela que espera, com o apoio dos demais integrantes da Associação, da comunidade e do Poder Público, conseguir mudar a atual realidade do Jardim Primavera. "Temos esperança e vamos lutar para ter um lugar mais digno para morar", garante o representante da comunidade.

 

Alagamentos

 

Um dos maiores problemas do bairro ocorre na rua Helena Kaufmann, onde uma tubulação entupida provoca alagamentos a cada dia de chuvas fortes. Cerca de vinte famílias são atingidas pelo problema. São famílias como a de seu Orestes Guedes Ramos. O senhor de 73 anos mora desde 2008 no local. "Se eu soubesse que tinha alagamentos não teria comprado minha casa aqui. A cada dia de chuva ficamos desesperados, pois a água entra em nossa casa e é uma tristeza só", comenta o morador.

O mesmo problema enfrenta Dulcília Proença Bispo dos Santos, de 70 anos. Nem mesmo as marcas da idade impedem a forte senhora de lutar para manter sua casa em ordem, apesar dos problemas. "Fizemos uma barreira na porta, mas não adianta, a água sempre entra. Tivemos que levantar os eletrodomésticos com tijolos para não estragarem sempre que chove", conta a senhora, que há 12 anos mora no local.

 

Principais pedidos da comunidade

 

Os moradores do Jardim Primavera pedem diversas ações do Poder Público na localidade onde residem. A comunidade reclama da falta de infraestrutura e condições de moradia.

Entre as solicitações estão: a drenagem na tubulação da rua Helena Kaufmann, a Pavimentação das ruas Catarina Hostert, Helena Kaufmann, Angela Maria Hostert, e Antônio Moser, um ônibus escolar para fazer o transporte, principalmente a travessia, das crianças do bairro para a escola Arnoldo Agenor Zimmermann, turmas para crianças de zero a dois anos no CDI Sonia G. B. Buzzi, e uma obra de tubulação para o esgoto que corre a céu aberto no loteamento novo.

 

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Dulcília Proença Brispo dos Santos, 70 anos, sofre com os alagamentos.

 

 

 

 

 

 

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José Carvalho, Presidente da Associação de moradores.

 

 

 

 

 

 

 

O que a Prefeitura espera fazer com relação aos pedidos

 

 

  • Drenagem na tubulação da rua Helena Kaumann

 

O secretário de Obras, Joel Reinert, afirmou que já foi feito um estudo topográfico na rua, mas a drenagem ainda depende de algumas residências que foram construídas encima da tubulação por ocasião de uma ocupação indevida (invasão).

 

  • Pavimentação das ruas Catarina Hostert, Helena Kaufmann, Angela Maria Hostert, e Antônio Moser

 

Inicia nesta segunda-feira, 5, uma obra que irá ajudar na drenagem da região com uma tubulação de drenagem pluvial desviando parte do fluxo de água para o Rio Itajaí Açu onde serão colocados 120 tubos, que vai evitar os alagamentos nestas ruas citadas. Quanto à pavimentação, depende de um projeto de reurbanização.

 

  • Ônibus escolar para fazer o transporte, principalmente a travessia, das crianças do bairro para a escola Arnoldo Agenor Zimmermann

 

De acordo com o secretário de Educação, Neivaldo da Silva, a escola Arnoldo Agenor Zimmermann, é uma escola Estadual e desta forma o secretário entende que pode haver a possibilidade de viabilizar um convênio com a secretaria Estadual da Educação.

 

  • Turmas para crianças de zero a dois anos no CDI Sonia G. B. Buzzi

 

O secretário de Educação afirma que tem um Plano de Expansão Programada para atender a demanda reprimida que existe nos CDIs.

 

  • Tubular o esgoto que corre a céu aberto no loteamento novo

 

 

Esta área a que o questionamento se refere não consta como loteamento. Este local citado como "loteamento novo" é um terreno particular com ocupação indevida com objeto de ação judicial por parte do proprietário.

 

O Jardim Primavera em números

 

  • Cerca de 1083 famílias residem no local
  • 04 ruas principais formam o bairro
  • Cerca de 20 casas ficam alagadas a cada dia de chuvas fortes devido a uma tubulação entupida
  • 01 CDI atende as crianças do bairro
  • A Associação de Moradores é formada por 07 pessoas
  • 04 comércios atendem a comunidade entre bar, padaria e mercearia
  • 05 agentes comunitários trabalham pela saúde dos moradores do local
  • 03 igrejas mantém a fé dos moradores do local

Comentários

Carlinhos
06/04/2010 21:10
Olha, São Paulo, Brasilia, cresceram com aforça da mão de obra de pessoa que vieram do nordeste do Brasil, o norte do País é o que pr causa dos gauchos, barrigas verdes, e paranaenses que foram desbravar a selva.
Lhe garanto que as pessoas da do Jardim Primavera não estam esperando um milagre, pois se fossem assim estariam lá amontuados no predio da Morgana, o prédio que abriga os desabrigados da catastrofe de 2008.

Gostaria eu que o governo possibilitasse infra-estrutura, saude e educação, a aquela comunidade, pois tenho certeza que muita coisa iria melhorar.

Agora a comunidade do Jardim Primavera possue um lider de verdade, e não uma marionete comprador de sonhos.


roberto oliveira
05/04/2010 21:48
sim concordo que a invasao e errada concordo quando falam que existem muito interresses pessoais (ate pq algumas pessoas que escreveram aqui devem ser vizinhos pois e o que mostram e tem casa boas e se viram vizinhos de pessoas de renda bem mas baixo do que eles assim como tem muito aproveitador ali no meio dos que invadiram ate com outra casa fora aquela)mas a verdade e que tem muito trabalhador tambem e nao e so vagabundos e traficantes como dizem muito ate pq as maiorias do traficantes se encontam na catarina hostert onde e o ponto principal(e tem vizinhos nosso do bela vista tambem que traficam com ele la) e onde tambem tem muita gente honesta e trabalhadora tambem mas esses sofrem pelos pouco que agem erradoe enquanto tivemos essa mentalidade que a marinha foi invadida(mas esqueceram que muitos compraram suas casa ali com o suor do trabalho nao sabendo a historia do bairro )e que muitos daqui no bela e que sustentamos esse traficos consumindo e ate vendendo la tambem, tem que tenta melhora o bairro la sim com infraestrutura e com policiamento desta area que e cheios de traficantes de la e daqui do bela que vao vender la para assim temos um bela vista tranquilo assim nem as pessoas trabalhadoras de la nem nos aqui do bela sofreremos na maos desses marginais quanto ao caso deste presidente do bairro que nao conheço mas sem duvida foi uma mal escolha pelo que vejo escrito aqui mas por causa de uns todos vao sofrer ou voce luis galvao, jr, marina ,herculano e outros acham que so vcs batalham e trabalham,eu por exemplo trabalho desde os 14 nao tenho carro e ainda nao consequi minha casa mas tambem nao critico por motivos pessoas outras pessoas como jr de forma preconcetuosa chamando todos de vagabundos traficantese desocupados duvido que a maioria nao seja trabalhador claro que tem muitos que sao desocupados assim como muitos que moram aqui no bela tambem sao, preconceito e umas das coisa mas feias que existem e nossa gaspar ainda tem muito infelizmente por isso nao crescemos
Marcelo
05/04/2010 09:08
Prezados!

Concordo plenamente com o Luis Galvao, com o Jr., Herculano, discordo explicitamente com o Jean, pois, essa área pra inicio de conversa eh uma area invadida, "como a marinha o foi", e estamos deixando tomar conta, eu trabalho 12 horas por dia, 6 dias por semana, pago aluguel, meu carro é um carro velho e nesse "loteamento" tem gente com um stillo, o que dizer disso.
Meu ultimo comentário, o Sr. José, presidente da associação, deveria se preocupar mais em procurar mais defesa naquele caso dos carros que ele testava envolvido, pois está voltando a tona, e ele vai ter que se esconder novamente, "aquele caso dos carros, pegue dois, fique com um e naum pague nem meio carro", lembra Sr. José????
Jean Carlos Grimm
04/04/2010 19:34
Herculano,

Se vc perceber apenas respondi aos dois tópicos que tinha nos comentarios, se vc observar os tópicos de luiz e Jr, veras que são tópicos que tem em parte preconceitos dessas pessoas que ali estão morando, como ja relatei a vc mesmo não sou a favor das invasões como tambem não sou a favor de abandonar os moradores daquela localidade, sera que uma ação mais energica do Poder Publico ja não teria solucionado o problema da invasão?, os moradores dos Galpões da Morgana ja não teriam uma casa pra morar?, penso que como morador não podemos abandonar essas pessoas, la no Jardim primavera e na invasão moram pessoas de bem tambem, como falei estão lutando por um direito delas se estão certas ou erradas o tempo vai dizer, Parabens ao Jornal cruzeiro por mostrar essa triste realidade.
Herculano
04/04/2010 17:25
Jean.
Vc tem toda a razão, são seres humanos e é por detrás desta sensível e dura realidade que se esconde e se trama os jogos de interesses pessoais, de grupos de poder, ideológicos e de políticos malandros.Vivem da desgraça humana e da ausência do estado para se projetar, enfrentar, encurralar, sugar, manipular, controlar e se promover nos interesses próprios, com leis, justiça e ética própria. Está na hora de mudar, acordar, incluir e realizar, mas não na esperteza e na balburdia como você sugere. Acorda, Jean.
Juliana Assis
04/04/2010 17:16
Com tanto dinheiro na meia, na cueca, ¨desvio¨para não falar a palavra certa, que seria roubo, só que de terno e gravata. Que mau há se essas pessoas só querem morar e ter suas casas, pois todo o brasileiro tem o direito de ter uma casa. E o dinheiro que os senadores , deputados e assim por diante, desviam para o seu próprio bem estar, era para o Brasil ser um país de primeiro mundo!!!! E ninguém precisaria invadir nenhum terreno. Vocês não acham que os maiores culpados são os governantes que dão mau exemplo ao povo?
Jean Carlos Grimm
04/04/2010 16:50
Quanto preconceito!!!! São seres humanos como nós nem em época de Páscoa há respeito mútuo, Atirem a primeira pedra quem não tiver pecado!!!! Somos mortais como os moradores que ali estão, estão buscando seus direitos certos ou errados o tempo vai dizer mais a realidade é essa e não adianta nós e o poder público querer fujir do problema, eles estão ali, e as familias que estão escondida em um Galpão a mais de um ano? isso é vida? isso é dignidade? reflitam antes de atacarem, ou tentem ajudar, assim viveriamos em mundo mais fraterno e Justo.
marina souza
04/04/2010 14:41
moro praticamente do lado /e verdade tem uma familia q perdeu a casa o resto são aproveitadores acho injusto nos temos q dar duro pra dar conta mesmo asim ñ da queria pedir pro jornal ir la e tirar fotos dos carros q tem la e por no jornal pra população ve em tenho um fiat q/ consegui com muito costo e q/ ainda to pagando isso sem fala nas festas q/ fazem fins de semana q/ ñ da pra aguentar a barulheira de musicas e brigas churrasco e tudo mais e ai vcs tratam como coitadinho descuspa ta na hora de vcs pararem de dar oportunidades pra eles ficarem fazendo papel de vitima no jornal pessoas asim ñ merecem espaço são um bando de vadius passa la dia de semana estão todos em casa tomando chimarão ou ate cerveja enquanto nos estamos dando duro p/ dar conta do recado tem do ne
Jr
03/04/2010 11:40
É lamentável saber que pessoas de láia conseguem ter a cara de pau em pedir ajuda do poder público! Pessoas do bem não vivem desta maneira em casas feita a facao e anda de Ford Focus por nada... são pessoas imprestáveis que sabem fazer é invadir propriedade de pessoas honestas, vivem as custas de nós pessoas que trabalham, e muito se querem saber, pois se eu querer um crédito bancário pela caixa economica para adquirir minha casa própria tenho que me sujeitar as arrogâncias do banco e regras do governo, como taxas abusivas tanto para governo municipal, federal e cartorários. Realmente é lamentável saber que eu que gero riqueza e renda para esse país sou menos valorizado do que essa gente imprestável e arrogante, acham que daremos de comer, beber e vestir e ainda de morar sendo que nem eu consigo dignamente!!! É realmente estamos caminhando ao caos deste sistema caótico e misquinha!!! Arrogantes estes, cade a justiça para retirar essa cambada de vagabundo, desocupados e traficantes? Peço a Deus todos os dias para proteger minha familia destes desocupados que sabem fazer o melhor traficar e viver as custas da sociedade. Desculpe as palavras, bando de bastardos!!!! Estou farto disso, nós nada eles tudo, coitadinhos....
Luis Galvao
02/04/2010 08:54
As pessoas invadem uma area e ainda pedem ajuda do poder publico!!!
Passo todo dia em frente a esta invasão e vejo carros em quase todas as residencias, oque muito me estranha,pois, dizem serem flagelados sem a menor condição de sobreviver.
Isto é na realidade mais um golpe no poder publico e no povo que se ajuda sempre.
Pq a Prefeitura nao manda limpar a minha rua que anda imunda.
Mas sejamos sensatos Sr Presidente da associaçao apresente os comprovantes de pagamento de iptu, comprove com documentos da defesa civil que todas estas pessoas moravam nesta regiao na epoca da catastrofe, prove que estas nao tem recursos para sobreviver e que todos aqueles carros não são dos moradores, pois quem vive em necessidades de moradia não pode ter dinheiro para comprar um veiculo, pois se tem esta mentindo.
Me prove e terão minha sensibilidade.
Esta na hora do povo brasileiro, para de pagar pelo que nao deve.

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