A ambivalência da vida - Jornal Cruzeiro do Vale

A ambivalência da vida

12/04/2013 04:26

Thiago Burckhart | Estudante de Direito

 

O ilustre sociólogo polonês Zigmunt Bauman, um dos maiores percussores acerca da modernidade e pós-modernidade, em entrevista ao CPFL Cultura afirma, dentre outras coisas, que a vida é ambivalente, ou seja, que esta possui dois aspectos radicalmente opostos entre si, não sendo capazes de coexistir: a segurança e a liberdade.

De acordo com o sociólogo, a segurança e liberdade são o grande dilema da humanidade, pela qual o ser humano sempre buscou equilibrar e harmonizar. No entanto, o que percebe-se historicamente é a sobreposição de uma sobre a outra, sem haver a tão ansiada harmonia. A segurança sem liberdade é a escravidão, já a liberdade sem segurança é um completo caos, segundo o sociólogo.

Neste sentido, Sigmund Freud afirmava em sua obra ?O mal-estar da civilização?, de 1920 que a vida em civilização é pautada na troca, sendo esta troca de mercadorias, ou até mesmo de direitos e bens imateriais. É diante desta perspectiva que Bauman acentua sua crítica afirmando que a sociedade entrega muito de sua liberdade em prol da segurança, sendo esta liberdade entregue aos variados mecanismos de controle social, que possuem a função de vigiar a vida e as relações sociais.

Sendo assim, questionamo-nos se haverá uma solução ao problema à ambivalência da vida humana, a contradição entre liberdade e segurança? Bauman posiciona-se de modo cético e afirma que nunca encontraremos uma solução a tal problema. 

Pensemos, assim, diante de toda a conjuntura política e econômica que cerca a vida e as relações sociais, será possível pensarmos numa solução a tal problema, havendo uma harmonia entre liberdade e segurança? Cabe a nós, sociedade, pensarmos sobre este equilíbrio, buscando uma harmonia entre a ambivalência da vida humana.

 

 

Edição 1479

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