Cíntia Lopes e Denise Ayres
Grandes, médias e pequenas empresas brasileiras passaram, de forma crescente, a incorporar princípios de responsabilidade socioambiental em suas decisões e ações. Apesar disso, as dúvidas permanecem: Como uma empresa pode ser sustentável sem comprometer seus lucros? Que estratégias podem ser utilizadas para alcançar sustentabilidade? Como construir vantagem competitiva respeitando e valorizando os preceitos da sustentabilidade?
As empresas brasileiras estão cada vez mais conscientes de que a sustentabilidade é um bom negócio. As organizações que se preocupam com o meio ambiente e o desenvolvimento social e econômico buscam reduzir custos e aumentar o lucro. Pesquisa desenvolvida em grandes corporações em 13 países apontou que o Brasil é o segundo dos que mais gastam em consultoria de gestão.
O estudo desenvolvido pela consultoria britânica Verdantix com 250 líderes de sustentabilidade em empresas globais de 13 países mostra que o Brasil passa para a liderança quando se trata de despesa média em consultoria de sustentabilidade. Os gastos chegam a R$ 6,1 milhões por empresa. Somente neste ano, serão investidos US$ 12,6 bilhões com consultorias nas empresas brasileiras. Os setores com maiores despesas em iniciativas de sustentabilidade são: mineração, papel e celulose; petróleo e gás; e alimentação e bebidas; bem como distribuição de energia e de água.
Quase metade das empresas nacionais já adotam práticas sustentáveis contribuindo para o desenvolvimento social e econômico, além de manter o meio ambiente saudável. Os gestores estão se dando conta de que é importante adotar práticas sustentáveis para melhorar a imagem das empresas e aumentar a competividade e os lucros.
Os clientes também estão mais exigentes. Dois em cada três brasileiros exigem soluções sustentáveis para os produtos ou serviços que consomem. De acordo com pesquisa da National Geographic Society realizada em 17 países, os consumidores brasileiros são considerados o terceiro mais consciente, ficando atrás apenas da Índia e da China.
Empresas que exploram os funcionários ou contratam serviços de terceiros em condições de semiescravidão, têm os dias contados. A imagem da corporação deve estar de acordo com suas práticas. O consumidor não quer pagar por um produto ou serviço que esteja associado a ações desumanas ou que destruam o meio ambiente. A empresa pode até dar lucro durante algum tempo, mas tende a perder espaço no mercado.
O mundo cada vez mais complexo, incerto e competitivo clama para que os empresários deixem de lado a velha mentalidade de achar que investir em ações sustentáveis é um tema menos importante, ou um gasto sem retorno, e parta para práticas criativas e inovadoras capazes de dar conta dos crescentes desafios. Inovar para o futuro deve ser uma das grandes prioridades das empresas para acelerar o processo de transição rumo à sustentabilidade.
Edição 1494
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