Exploração sexual infantil é assunto de todos nós - Jornal Cruzeiro do Vale

A semana do dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual Infantil, propõe uma reflexão extremamente necessária para todos nós: como barrar esse crime asqueroso e que destrói vidas de crianças e adolescentes diariamente?

Apesar de ações importantes terem sido tomadas nos últimos anos como, por exemplo, a criação da lei 121.978, de 21 de maio de 2014 ? que torna a exploração infantil crime hediondo, com detenção de até 10 anos, além de impedir o pagamento de fiança ?, o Brasil continua liderando o ranking de países que mais exploram crianças e adolescentes em toda a América Latina. Em todo o nosso território são 500 mil vítimas por ano. Isto significa dizer que a cada três horas, três meninas e meninos são abusados, sendo que, a maioria dos explorados é de baixa renda.

Em Santa Catarina o cenário também é assustador. Apenas nos primeiros oito meses do ano passado foram feitas 271 denúncias, o que nos coloca em 5º lugar na lista de estados com mais registros de exploração sexual infantil.

É preciso continuar atuando fortemente para que esse tipo de absurdo termine, agindo, principalmente, nas lanchonetes e postos de combustíveis próximos às estradas que, de acordo com levantamento da Polícia Rodoviária Federal, são os espaços mais comuns para a exploração. Segundo essa pesquisa, divulgada no final de 2014, existe no país 1969 pontos vulneráveis para esses crimes, sendo que, 69% das vítimas são meninas e 38% dessas crianças são trazidas de outras regiões. Este último dado aponta para outra triste constatação: o tráfico de pessoas.

Toda a nossa sociedade deve estar mobilizada para combater a exploração sexual infantil e oferecer suporte para as vítimas. Estes meninos e meninas estão tendo o presente e futuro destruídos por exploradores que as usam como mercadoria, visando lucro e benefícios. Adultos estão aproveitando das vulnerabilidades comuns às crianças e adolescentes criando um mercado de abuso e escravidão. É missão de todos nós estarmos de olhos e ouvidos atentos para qualquer sinal de exploração sexual infantil e denunciar ao Disque 100, um canal totalmente gratuito. Cabe a nós romper esse ciclo de violência.

Ana Paula Lima | Deputada estadual


Edição 1687