Diversos analistas de política internacional chegaram a comentar no final do ano passado que o ano de 2013 representa o ?começo do fim? do Império Estadunidense. Essa constatação se dá por diversos motivos, sendo talvez os mais relevantes a denúncia feita por Edward Snowden sobre a espionagem institucionalizada que os EUA vinha realizando a nível internacional, que gerou uma grande discussão e repúdio na comunidade internacional; bem como, a negociação sobre o conflito Sírio que se estende até os dias de hoje, sem solução, na qual os EUA teve que acatar a proposta russa pela não intervenção militar, característica muito marcante dos governos estadunidenses desde o fim da Guerra Fria (que interviram militarmente, por exemplo, no Afeganistão e Iraque).
Entretanto, ainda em 2014 o gigante vem demonstrando sua fraqueza. Nessa semana a Organização dos Estados Americanos (OEA) discutiu e votou sobre a questão da crise venezuelana, onde os Estados Unidos apresentou uma proposta para uma missão naquele país, com o objetivo de acompanhamento dessa questão. A proposta foi rejeitada por todos os países americanos, exceto o próprio EUA, Canadá e Panamá (até o México, grande aliado comercial dos EUA, foi contrário à decisão). Isso é uma amostra da perda de influência política dos EUA na América Latina, que vem independentemente construindo uma nova identidade política.
Outra questão é a crise ucraniana, onde os EUA perdem a cada dia na queda de braço com a Rússia, que muito provavelmente terá a Criméia anexada a seu país no referendo a ser realizado dia 16.
Todas essas questões demonstram que os EUA já tiveram dias melhores. A força política estadunidense já não é mais a mesma dos anos 1990 e 2000. Está a ocorrer uma mudança profunda na ordem política internacional. Se isso é bom ou ruim não se sabe. Se trará benefícios ou malefícios, não se sabe. O que se pode afirmar é que essas mudanças estão ocorrendo e irão influenciar direta ou indiretamente a todos os países do globo. A cada dia os Estados Unidos vem perdendo sua hegemonia, e aí nasce a pergunta: quem o substituirá?
Thiago Burckhart - Estudante de Direito
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