Oportuna campanha - Jornal Cruzeiro do Vale

A Igreja Católica acaba de lançar a Campanha da Fraternidade deste ano e escolheu para divulgar e debater durante a mesma um tema dos mais oportunos, interessante e necessário: Fraternidade e Políticas Públicas.

Sim, porque quem neste país de tantas desigualdades, injustiças e malversação do dinheiro público não sente a necessidade de que alguma coisa deve ser feita para se por um paradeiro nessa calamidade pública que assola o nosso país.

Se escolheu esse tema para debater, é porque a Igreja tem meios e formas para avaliar de maneira concreta o grau de decadência a que desceu as políticas públicas no Brasil, onde apenas a classe política e altamente beneficiada, enquanto o povo sofre, passa fome e não tem para quem recorrer. Quinze milhões de brasileiros continuam desempregados, enquanto a maioria dos que trabalham tem de se contentar e viver com um salário mínimo de mil reais por mês. O Brasil em recente pesquisa já foi classificado como o país que apresenta o maior número de desigualdades entre os seus habitantes.

Enquanto o salário mínimo é de mil reais, o salário de cada um dos 513 deputados federais é de 33.763.00. O custo total mensal de cada deputado é de R$189.495,00.

Os senadores não ficam por menos. O salário é também de 33.763,00 enquanto o custo total mensal é de 301.549,00. Deputados e senadores que não se reelegeram estão se aposentando com salários na base de 35 mil reais.

Para completar esse quadro triste e vergonhoso das nossas políticas públicas, tem ainda o caso condenável e repugnante dos ex-presidentes da Republica que recebem polpudos vencimentos e ainda podem dispor de oito assessores e dois automóveis com gasolina, tudo pago pela União.

Ao escolher o tema Políticas Públicas para a campanha da fraternidade deste ano, os responsáveis pela Igreja Católica vão receber não só apoio como os aplausos da população brasileira, que em sua maioria sofre os efeitos dessa nefasta e indecorosa políticas públicas vigente no país.

Edição 1893